A cratera produzida por um meteorito, no Peru. Foto: AFP/File/Andina
PARIS AFP: O meteorito caiu na Austrália em 28 de setembro de 1969. Deram-lhe o nome de meteoro Murchison. Os exames de fragmentos da rocha revelaram a presença de material genético, mais precisamente, duas seqüências de código genético, chamadas nucleobases [ou nucleotídeos, compostos de desoxirribose, fosfato e uma base orgânica, do tipo citosina, adenina, guanina ou timina]. A análise diagnosticou: o material é extraterrestre.
Zita Martins, do Imperial College London, explica: "As moléculas identificadas, Uracilo [ou Uracila] e Xantina fazem parte do DNA e RNA [Ácido Ribonucleico]. O RNA tem um papel essencial e misterioso na alquimia que faz surgir a vida. Sabemos que meteoritos similares ao Murchison atuaram como 'entregadores' de matrizes de vida na Terra entre três a quatro bilhões de anos atrás".
Teorias contrárias à Panespermia [vida disseminada por meteoritos] alegam que as nocleobases podem ter sido sintetizadas já atmosfera terrestre. Cientistas como Zita Martins rebatem o argumento dizendo que as condições atmosféricas da Terra primitiva não permitiriam esse processo [formação de nocleobases]. Porém, quando dizem que esses nucleotídeos são extraterrestres os pesquisadores europeus e norte-americanos baseiam-se no fato de que existem dois tipos de moléculas no meteorito australiano que contêm uma forma pesada de carbono, o Carbono 13 - que somente pode se formar no espaço, extraterrestre, portanto.
Martins esclarece que 'a vida' terrena, em seus primórdios, pode ter 'adotado' as nucleobases provenientes de fragmentos de meteorito em um processo de 'engendramento' dos primeiros códigos genéticos cujas combinações bem sucedidas têm sido preservadas através de incontáveis gerações. Esse teria sido o começo da marcha evolucionária que resultou na pujança da flora e da fauna do mundo atual. Os Homens são uma espécie de apoteose da fauna...
Esse estudo, publicado no Earth Planetary Science Letters tem suas relações com a idéia de vida em outros planetas. Os meteoritos são uma espécie de detrito, farelo, mera poeira da formação dos sistemas solares e, no entanto, como são espalhados pelo Cosmo, eles podem ser os agentes da disseminação da vida no Universo. Os achados de componentes básicos da vida em corpos vindos do espaço tornaram-se freqüentes. A ciência investiga com seus olhos eletrônicos; a ciência descobre. Estatisticamente, esse fenômeno aumenta muito a possibilidade de encontro entre um fragmento de meteorito portador de nucleobases e um meio ambiente propício à síntese de matéria viva.
A Uracila é um composto orgânico encontrado no RNA complementar à Adenina. Xantina, embora não seja parte do RNA ou do DNA participa de uma série de reações químicas com o RNA intracelular. As nucleobases e o Carbono 13 foram identificados através da gás-cromatografia e de outras tecnologias que somente agora estão disponíveis para a análise dos meteoritos; mas os exames ainda são trabalhosos e demorados.
FONTE: We may all be space aliens: study
IN YAHOOO NEWS AFP ─ por Marlowe Hood publicado em 13/06/2008
IN YAHOOO NEWS AFP ─ por Marlowe Hood publicado em 13/06/2008
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