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terça-feira, 11 de junho de 2013

A Cultura do Vampirismo na Vida Real



Julia Kelps com o filho, Alexei Lazarowicz e o ex-marido, Donald Lazarowicz.

EUA. Em Wilkes-Barre, estado da Pennsylvania, Julia Kelps, 45 anos (em 2013), casada, mãe de dois filhos -  Alexei, 11 anos e Ariel, 24 anos - é mais uma adepta da cultura vampírica; é alguém que comporta-se, tanto quanto possível, como um vampiro real. Ela se alimenta bebendo sangue humano há mais de 30 anos obtido pela livre disposição de doadores.

Esses doadores, sempre voluntários, são amigos igualmente fãs e verdadeiramente adeptos do modo de ser vampiresco conforme personagens e cenários apresentados na literatura e cinema contemporâneos. Ela possui um local secreto onde dá vazão à sua fantasia em um ambiente repleto de objetos curiosos.



Julia Kelps com um amigo, doador de sangue, Wesley Hendricks.

Para drenar o sangue de seus doadores, Julia utiliza uma faca - esterilizada - que ela mesma desenhou, estilo pagão, com a qual faz, cuidadosamente, as incisões "na fonte". Ela acredita que beber o sangue humano proporciona a aquisição de força vital que preserva a juventude e o vigor físico, como acontece com os vampiros de ficção.

Quando me alimento "de uma pessoa", bebendo seu sangue, sinto-me mais forte e saudável. Eu sei que, cientificamente, o sangue é proporciona uma nutrição especial mas talvez haja nele algum valor, poder, que não descobriram ainda.  

Sobre a quantidade que consome regularmente, Julia Kelps diz que bebe cerca de meio galão de sangue por mês.

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Vampiro de Si Mesmo, 11/02/2013


EM ARQUIVOS DO INSÓLITO


FONTE: 'Vampire' mum-of-two: 'I drink almost two litres of blood a month from human donors'.
MIRROR/UK, publicado em 10/06/2013.
[http://www.mirror.co.uk/news/weird-news/vampire-mum-of-two-i-drink-two-1943342#ixzz2VqM1BPjW]

segunda-feira, 10 de junho de 2013

Renascença - O Raquitismo dos Ricos



O crânio e ossos das pernas de Filippo de 'Medici, conhecido como Don Filippino - bem como os ossos de outros membros mais jovens de sua família - revelaram a deficiência de vitamina D, o que causou raquitismo e um inchaço do crânio de Filippino. Na ocasião de sua morte, em 1582, antes de completar cinco anos de idade, foi feita uma autópsia e seu crânio foi aberto, o que explica a linha de corte na testa.

ITÁLIA, HISTÓRIA, ANTROPOLOGIA. Governantes ricos da Toscana, patronos de Leonardo Da Vinci, Micheangelo, Boticelli , Galileu, os Médici são considerados algo como a "Primeira Família" da Renascença Italiana. Porém, toda a sua riqueza não pôde comprar uma boa saúde para sua linhagem.

Um estudo* dos esqueletos de nove crianças e jovens Médici, do século XVI (anos de 1500), descobriu que aqueles indivíduos sofriam de raquitismo, uma deficiência absorção e metabolização de vitamina D que mantém os ossos moles durante um período demasiado longo durante a primeira infância resultando, não raro, em deformações da estrutura óssea, em partes do esqueleto.

* Da Univeridade de Pisa, Itália, publicado no Journal of Osteoarchaeology (Jornal de Osteoarqueologia)


Atualmente, o Raquitismo é - geralmente - associado a situações de carência nutricional, coisa que acontece entre os pobres aliada à uma estrutura arquitetônica-ambiental de vida que produz o enclausuramento direto ou indireto das pessoas que vivem, especialmente nas metrópoles, em atmosferas poluídas e ambientes fechados que impõem uma rotina com pouca ou insuficiente e/ou inadequada exposição à luz do Sol. É a vida que se passa entre a jaula... ops, o apartamento, o ônibus, carro, metrô, a caixa... ops, o escritório, a fábrica, a loja para, ao cair da noite, voltar para para o apartamento.


Porém, no passado, o raquitismo foi comum entre os ricos. Os pesquisadores acreditam que o raquitismo entre os Médici foi um efeito colateral de sua vida confortável, desde a infância cercados de cuidados exagerados que os levaram a crescer entre as quatro longas e luxuosas paredes de seus palacetes.

A paleopatologista da Universidade de Pisa (Itália), Valentina Giuffra, co-autora do estudo, comenta que as crianças Médici ...pertenciam a uma condição social elevada e presume-me que eram bem nutridas. Por isso, a descoberta é surpreendente.


A CRIPTA

Os esqueletos - das nove crianças - foram encontrados em 2004, na Basílica de San Lorenzo, em Florença, dignidade de acordo com sua posição social. Era um cripta oculta cuja porta era um alçapão de mármore em forma de disco que, durante séculos, pensava-se ser apenas um ornamento no chão da catedral. Oito dos esqueletos estavam ali; o nono foi achado em um túmulo próximo.

O exame dos osso, a olho nu e através do raio X mostrou que seis das nove crianças tinham sinais definitivos de Raquitismo, incluindo curvaturas em ossos de pernas e braços, resultado de tentativas de engatinhar e andar com ossos moles (insuficientemente calcificados).< /div>



Retrato póstumo de Giovanna d'Austria, grã-duquesa da Toscana e seu único filho varão, Filippino de'Medici. Por Giovanni Bizelli, 1586.

Uma das crianças, Filippo (1577-1582) o o don Filippino - tinha o crânio ligeiramente deformado, fato registrado em um retrato da época (imagem acima). O estudo confirma o raquitismo como causa daquela condição.
 
O Raquitismo é facilmente evitado pela ingestão de alimentos como ovos e queijo e pela exposição, regular, de curta duração, à luz solar - condição indispensável para que a vitamina D seja, então, metabolizada pelo organismo.

Para entender por que as crianças Médici tinham uma doença de origem nutricional-bioquímica, os pesquisadores analisaram a proporção de isótopos de nitrogênio encontrados no colágeno ósseo, porque essa proporção reflete a principal fonte de proteína da dieta do indivíduo examinado.

Descobriram que a maioria das crianças somente foram desmamadas depois do 2 anos de idade. Textos históricos informam que de acordo com o costume da época, até aquela idade o leite materno era suplementado com mingaus feitos de pão macio e maçãs. 

Mas os cereais, as frutas e o leite não fornecem a quota de vitamina D necessária ao adequado desenvolvimento e maturação do esqueleto durante a chamada primeira infância - de 0 a 7 anos de idade.

Além disso, durante os anos de 1500, prevalecia a ideia de que os bebês precisavam ser mantidos muito bem aquecidos e, assim, as criancinhas eram envoltas em envoltas em pesados cobertores, demasiadamente agasalhadas, crescendo trancadas nos grandes casarões. Ao contrário da plebe, padecia no frio, trabalhava de sol a sol e, desde cedo, comia de tudo.

Os Médici eram raquíticos desde o útero; nasciam com deficiência de vitamina D porque as gestantes, por sua vez, levavam uma existência igualmente carente de elemento catalisador da produção de vitamina necessária aos ossos: o Sol. Pouco se expunham e quando o faziam era sob a proteção de uma maquiagem pesada.

Além disso, aquelas mulheres ricas, frequentemente chegavam a dar à luz mais de uma dezena de filhos, em sucessivas gestações, uma condição de consome muita vitamina D, que a mãe partilha com o bebê durante a gravidez. Eleanor de Toledo (1522–1562), mulher de Cosimo I de' Medici - Grão-duque da Toscana (1519–1574), por exemplo, deu à luz 11 filhos em um período de 14 anos.

FONTE: WATSON, Tracy. Skeletons show rickets struck the Medici family.
NATURE, publicado em 07/06/2013.
[http://www.nature.com/news/skeletons-show-rickets-struck-the-medici-family-1.13156]

sábado, 11 de maio de 2013

Vanilla Chamu: Mais Uma Human-Doll Aparece no Japão



Vanilla Chamu. No YOUTUBE, postado em 05/05/2013.  Acima, à direita, antes de qualquer cirusgia.  Agora: irreconhecível.
[http://youtu.be/uA6kkBo0OmU]

JAPÃO. A japonesa Vanilla Chamu (nome artístico), é modelo. Mais apropriado é dizer que tornou-se, literamente, a si mesma, modelo depois de investitir mais de 100 mil dólares em mais de 30 procedimentos médicos (cirúrgicos) e estéticos para mudar, completamente, sua aparência origunal. E Vanilla ainda não está satisfeita: ela pretende fazer - ainda - outras modificações.

Quanto esse processo de transformação começou, ela tinha 19 anos e em nada se parecia com a pessoa que é hoje. Sua idade atual é um segredo muito bem guardado.


Evidemente, insatisfeita com a própria imagem, submeteu-se às primeiras interferências. Desde então foram inúmeros os recursos utilizados na busca do ideal: parecer-se com umaa boneca francesa de porcelana. 

Fez cirurgia duplas nas pálpebras (superior e inferior), implante de cílios, intervenção no nariz, criação de uma covinha no queixo, lipoaspiração, implantes mamários.  Sua próxima cirurgia é uma iniciativa bastante ousada: alongamento de altura.

Não demorou para que aparência incomum aliada à história da "construção" dessa aparência fizessem de Vanilla a modelo e celebridade que, atualmente, admirada por uns, criticada por outros, apresenta-se em inúmeros programas  de televisão (como no trecho do  video indicado nessa matéria).

Vanilla é um caso extremo porém exemplar do anseio estético de toda uma geração de mulheres asiáticas que tem procurado, cada vez mais, os consultórios do cirurgiões plásticos a fim de realizar alterações na aparência: elas querem ter olhos e nariz de mulheres ocidentais.

Trata-se de um fenômeno psicológico/antropológico significativo. É a globalização do reconhecimento do belo e mostra o alcance da disseminação e assimilação profunda dos padrões culturais de valores estéticos.

+ Human Dolls, o Fenômeno
[http://sofadasala-noticias.blogspot.com.br/2012/10/as-human-dolls-divindades-cosmicas-da.html]

FONTES
Vanilla Chamu: Japanese Model Spent over $100K on Plastic Surgery to Look Like a French Doll.
YOUTUBE/GO-PSY-WORLD, publicado em 05/05/2013.
[http://youtu.be/uA6kkBo0OmU]
Modelo ultrachapa se opera a cada rato.
DIARIO VELOZ,/ARGENTINA, publicado em 09/05/2013.
[http://www.diarioveloz.com/notas/94056-modelo-ultrachapa-se-opera-cada-rato]

sexta-feira, 26 de outubro de 2012

As Human-Dolls-Divindades-Cósmicas da Ucrânia



Depois das Barbies humanas, o fenômeno da adoção de uma aparência que se afastada realidade para se tornar cada vez mais idêntica a personagens de ficção se espalha com o surgimento das garotas-anime-divindades-transcendentais. 

Na Ucrânia já existem várias delas que surpreendem pela semelhança com as personagens dos quadrinhos japoneses. Na foto acima: Anastasia Shapagina.

UCRÂNIA. Ela tem 19 anos, já fez inúmeras aparições naTV e tem milhares de fãs no Youtube e no Facebook. 

Anastasia Shapagina, de Odesa (ou Odessa) - cidade costeira da Ucrânia, às margens do Mar Negro - tornou-se famosa por seu insólito visual: ela se transformou igual à uma garota de quadrinhos anime ou de desenhos animados japoneses.

A transformação exige entre duas a três horas diárias deaplicação de maquiagem pesada, o quê faz seus olhos tornarem-se muito maiores, reduz seu nariz eseu lábio. Lentes de contato especiais, azuis, o cabelo louro, quase branco, longo até a cintura e o figurino completam a figura.

Shapagina diz que vê asi mesma como uma fada, que vive em seu próprio mundo de sonho e que não gosta de seu rosto normal.

Ela acorda às cinco horas da manhã para que um cabeleireiro e um maquiador possam prepará-la para ir ao trabalho, onde chega às 9 horas. Seu video tutorial sobre como tornar-se uma fada já foi acessado mais 4 milhões de vezes. Mas Shapagina não foi a única que adotou a aparência de um desenho.



Valeria Lukianova, adotou não somente uma aparência surreal mas, também, uma biografia fantástica: ela é cósmica, é Amatue, a deusa do Sol

Somente em Odessa, ao menos mais duas garotas-boneca que são celebridades. Valeria Lukianova, de idade desconhecida, é a Barbie viva da Ucrânia. Ela afirma que sua cintura extraordinariamente fina é natural embora alguns fãs que, no passado, ela confessou ter feito uma cirurgia para remover duas costelas.

Em um programa de televisão ela explicou que a mudança no visual reflete a real aparência de seu Eu Superior. Lukanova é casada e o marido, segundo ela, apoia plenamente sua escolha. Ela se alimenta somente com sucos e smoothies (shakes diet). 

Pesa 42 kg apesar da altura de 1,72 m. Lukianova tem um discurso místico: diz ser, na verdade, Amatue, a deusa do Sol, uma saudação às Pleiades e faz tournês dando palestras "exotéricas" que custam 80 dólares "o investimento" - por dois dias de apresentação.

Nas palestras, ela fala de suas vidas passadas, sua origem cósmica, suas experiências fora do corpo, seu método de meditação. Na rede social Vkontakte, ela tem 232 mil seguidores e seu canal no Youtube tem quase 14 milhões de visitas. 

Lukianova é uma das precursoras dessa tendência "doll-transformer youself" (trans-forme-se). Em seu site, www.amatue21.com - publica fotos de outras mulheres jovens que "se transformaram" em "bonecas".



Olga Oleinik ou Dominika, leitora de CralosCastañeda e estilista para "pessoas cósmicas".

Olga Oleinik é outra dessas celebridades e também está envolvida em práticas "exotéricas". Amiga de Lukianova, escolheu um nome "espiritual" parasi mesma: Dominika. 

Em sua página na Vkontakte, conta que lê Carlos Castañeda e Osho, escritores de temas místicos. Oleinik também tem um trabalho relacionado à sua "transformação": desenha roupas para "pessoas cósmicas".

A popularidade da bonecas cresce acada dia e seu discurso "mágico" cativa novos fãs, que pedem aelas que enviem-lhes "raios de luz" aos quais elas repondem: "Estou enviando".


ENQUANTO ISSO... NO JAPÃO...

No Japão, a modelo Anna Amemiya (foto abaixo), 22 anos (em 2012) usa um recurso bem mais prático para "virar" um personagem de anime. Ela usa usa, simplesmente, uma máscara e é assim, mascarada - que ela comparece para sessões de foto ou em qualquer lugar público.




Metade anime, metade humana, ela estreou sua carreira de modelo-híbrida em 2010 e tornou-se um ídolo japonês do glamour. Em setembro daquele ano, foi contratada pela Excel Human Agency e lançou seu primeiro DVD. Embora pareça muito estranho, seu sucesso é um fato. 

Com sua cabeça de latex e corpo de carne e osso ela atrai um significativo contingente de fãs, a admiração e o desejo de muitos homens. E como nunca tira a máscara, ninguém conhece seu verdadeiro rosto. Possivelmente, algum dia, ela vai ganhar uma fortuna somente para mostrar a cara.


HUMAN DOLLS, O FENÔMENO
por Lygia Cabus

Com relação às barbies-animes-human-dolls, é um fenômeno digno de análise acadêmica no âmbito da psicologia e sociologia. É evidente que essa febre que transformar a própria aparência de modo tão radical tem alguma relação com a não-identificação da pessoa com o seu físico real, um estranhamento de si mesmo.

A causa dessa auto-rejeição pode estar relacionada com a programação visual da mente, condicionada a aceitar com bom e belo aquilo que é intermitentemente oferecido como a imagem ideal da pessoa nos mass midia

Na televisão, no cinema, nos games, desde cedo, várias gerações têm-se acostumado a reconhecer como a beleza em personagens de ficção que são cuidadosamente preparados para serem ou parecerem perfeitos. 

Atores (atrizes), cantores (ras) ou modelos humanos, estes, têm suas feições e físico transformados em exemplares sem defeitos, tanto quanto possível, antes de se exporem ao público. 

As aparições ao vivo - não raro - são algo de decepcionante porque a transformação da aparência requer um toque de tecnologia que vai além do photoshop e da maquiagem. Em muitos casos, além da iluminação especial, filtros de câmera são usados para fazer o acabamento da perfeição em filmes, novelas e programas de TV.

Mesmo sabendo que tais recursos são utilizados por seus ídolos, o que permanece na mente do público é a imagem impecável e... desejável. Assim, muitas pessoas comuns, não famosas, não artistas - especialmente os jovens que, com a personalidade em formação buscam modelos que inspirem seu modo de ser - diante do espelho, sentem uma quase inevitável insatisfação e mesmo, rejeição em relação à sua própria imagem. A solução é transformar-se, a qualquer custo, em uma figura de ficção. 

Porém, mesmo que alguém resolva jamais enfrentar o espelho sem o "disfarce", a tendência é que mais cedo ou mais tarde a realidade se imponha e essa é uma situação que pode resultar, no mínimo, na promessa de uma profunda crise depressão. Sim, existe algo de muito perigoso nesse modismo das barbies-girls.

Além da questão da rejeição radical ao próprio corpo, as human-dolls ucranianas - e que estão se espalhando por outros países, revelam uma outra nuance de rejeição ao real: o aspecto místico do discurso, que algumas delas vêm assumindo, demonstra claramente que além do corpo humano, essas pessoas estão recusando a realidade da vida no mundo humano. 

Não querem mais reconhecer-se como pertencentes à Humanidade terrena e assim, assumem a idéia de que "não são deste mundo". Isso é compreensível: a Humanidade desta pós-modernidade tornou-se algo de repugnante e assustador, uma espécie de beco sem saída, uma prisão cuja única via de fuga é "para cima" ou, para dentro de si mesmo, em um abrigo feito de pura fantasia.

LINK RELACIONADO 


[http://sofadasala-noticias.blogspot.com.br/2012/06/projeto-barbie-uma-operacao-alienigena.html]

FONTES
RUDENKO. Olga. Living dolls walk streets of Odesa.
KYIV POST, publicado em 11/12/2012.
[http://www.kyivpost.com/guide/people/living-dolls-walk-streets-of-odesa-314253.html]
Mitad mujer, mitad animé.
DIARIO VELOZ, publicado em 16/10/2012.
[http://www.diarioveloz.com/notas/76596-mitad-mujer-mitad-anime]

domingo, 2 de setembro de 2012

Os Bubal & Os Maiores Testículos do Planeta


Os Bubal e seus bizarros testículos. As páginas-fontes dessa matéria são ilustradas com mais fotografias, dos homens da tribo e de crianças se alimentando com o bizarro fluido vitaminado. Porém, este editor, que tem um certo pudor de publicar imagens de coisas horrendas e por muito pouco não colocou um aviso-link tarja preta ao invés da foto acima - deixa por conta do arbítrio de cada leitor a decisão de contemplar ou não... o resto do material.

ÁFRICA. A tribo africana dos Bubal, nômade, que habita a fronteira entre o Quênia e a Somália detém um recorde bizarro. Ali, os homens têm os maiores testículos do mundo. Muito grandes, anormalmente grandes, mesmo - chegando a medir entre 70 e 80 cm de diâmetro.

O fenômeno deve-se a uma peculiaridade da dieta dos varões, um costume que decorre da falta de alimentos ou seja, da também recordista fome que assola toda a África, especialmente a África Central sub-saariana. Esses nativos, desde a mais tenra idade, sorvem, bebem - direto na "origem" - o fluxo menstrual das vacas.

É uma tradição única em todo o mundo. Os Bubal acreditam que essa prática torna os homens fortes e mais corajosos. Além disso, há séculos perceberam que essa ingestão regular de sangue preserva a saúde, evitando e combatendo doenças como o raquitismo, o escorbuto e a leucemia.

Eles não sabem a verdadeira razão do efeito "salutar" do costume mas, recentemente, cientistas italianos descobriram que o mênstruo das vacas é rico em vitaminas B6, B12, e D.  Obviamente, esse excêntrico ítem de dieta contém ferro e - ainda, magnésio, cálcio, fósforo e potássio. Porém, o efeito colateral é o gigantismo dos testículos.

Isso porque o sangue da mestruação das vacas não é pura vitamina e sais minerais mas, também - inclui uma alta taxa de hormônios sexuais que provoca a irreversível alteração do desenvolvimento das glânduas testiculares e, por conseguinte, do saco escrotal.

Felizmente.. ou não... esse "prejuízo" estético e anatômico não exerce nenhuma influência negativa no processo de reprodução, na fertilidade desses homens.

FONTES
Tribu africana ostenta el récord de tener los testículos más grandes del mundo.
Radio Santiago/CHILE, publicado em 29/08/2012.
[http://www.radiosantiago.cl/2012/08/29/tribu-africana-ostenta-el-record-de-tener-los-testiculos-mas-grandes-del-mundo/]
African Bubal Tribe: The Giant Testicles.
MINDS PARKER, publicado em 21/01/2012.
[http://mindsparker.com/cultures/african-bubal-tribe-the-giant-testicles/]

sábado, 1 de setembro de 2012

Os Dublês de Condenados nas Prisões da China

CHINA. Em todo o mundo, entre os muitos privilégios usufuridos por elites de pessoas muito ricas, um dos mais abusivos e extraordinários é a "compra" de doublês de condenados na China. 

Naquele país, alguns milionários têm a possibilidade de contratar sósias para cumprir penas de prisão por eles,uma prática lá conhecida com o nome de ding zui

Casos desse tipo têm sido documentados. Em maio de 2009, um jovem de 20 anos (na época) - Hu Bin - atropelou um pedestre enquanto se divertia com amigos fazendo um "pega".

Já no relatório policiais começaram as distorções em favor do acusado, sendo reportado que o rapaz dirigia a uma velocidade de apenas 70 km por hora no momento do "acidente", um medida dentro do limite permitido - no local - pelas leis de trânsito. 

Na verdade, a velocidade era o dobro e o impacto projetou a vítima no ar até a queda no solo vários metros adiante do ponto de parada do veículo. 

O caso foi parar na internet provocando a indignação pública pelo encobrimento evidente dos fatos. Mesmo assim, o motorista foi condenado a apenas 3 anos de prisão, quando na China, um crime de trânsito com essas características, passível de ser considerado doloso (com intenção de matar) pode receber uma punição de pena de morte.


ESQ.: Hu Bin no julgamento: disfarçado de bom moço. DIR.: Seu suposto doublê de condenação.

Porém, o mais surpreendente foi quando o homem que apareceu no tribunal para o julgamento não era o jovem acusado, mas um sósia dele, um dublê. 

Não foi um caso isolado. No mesmo ano (2009) o diretor de um hospital que provocou um acidente de trânsito com vítimas fatais contratou o pai de um funcionário para confessar e cumprir a sentença, que também foi leniente, considerando as características do caso.


O caso de Gu Kailai foi amplamente divulgado inclusive nos midia do Brasil e notícias sobre sua substituição no julgamento, ou seja, o recurso à ding zui - e cumprimento de pena foram publicadas fora da China. 

Em 22/08/2012, a Veja online publicou: Governo chinês bloqueia palavra ‘sósia’ de sites de busca. A medida foi tomada após o julgamento de Gu Kailai. Internautas espalharam boato de que ela foi representada por outra pessoa parecida em julgamento (VEJA, 2012).


O mais recente episódio desse tipo foi reportado em relação ao julgamento e prisão de Gu Kailai, a mulher chinesa condenada pelo assassinato do empresário britânico Neil Heywood. Nas redes sociais e sites da web circulam as duas fotos, lado a lado: de Gu Kailai (mulher do ex-político chinês Bo Xilai) e sua suposta sósia contratada para cumprir a condenação, diante do juiz. A sentença, pena de morte, foi suspensa. 

Apesar de sua herança comunista, a China é um dos países mais desiguais do mundo, informa a agência Xinhua, onde as pessoas endinheiradas conseguem, até isso: evitar a prisão. sequer comparecem às cortes de julgamento.

Este fenômeno, dos substitutos de condenados pela Lei, é uma tradição da cultura chinesa há séculos, registrada desde 1834 pelo missionário Karl Gützlaff. Em 1896, outro missionário, o tailandês George Mackay descreveu essa prática: 

É um segredo aberto que estes homens [e mulheres, os dublês] nada tinham a ver com os casos mas eram subornados para "vestir a canga" por seis semanas. Por incrível que pareça, esse sistema era empregado mesmo em casos de penas de morte. 

Afinal, se uma família estava morrendo de fome, muitos pais [e mães] aceitavam este preço para salvar suas suas crianças. Alguns oficiais imperiais chineses até admitiram ter usado esse recurso, que era considerado eficaz [suficiente, em termos de cumprimento da justiça].  

Na opinião desses criminosos e dos seus simpatizantes, o verdadeiro criminoso teria sido, virtualmente, punido, posto que pagou o "valor de mercado" pelo seu crime. (ODDITY CENTRAL, 2012)

FONTES
¿Los ricos contratan dobles para cumplir condenas en la cárcel?
EL INTRANSIGENTE/Argentina, publicado em 29/08/2012.
[http://www.elintransigente.com/notas/2012/8/29/ricos-contratan-dobles-cumplir-condenas-carcel-144478.asp]
China’s Rich Can Hire Body Doubles to Serve Their Prison Time.
ODDITY CENTRAL, publicado em 23/08/2012.
[http://www.odditycentral.com/news/chinas-rich-can-hire-body-doubles-to-serve-their-prison-time.html]
Governo chinês bloqueia palavra ‘sósia’ de sites de busca.
VEJA ONLINE, publicado em 22/08/2012.

domingo, 3 de junho de 2012

Wild Child: Menino Abandonado Vivia Entre Caprinos

O garoto. Mais uma vítima do egoísmo maldoso e selvagem das pessoas nesta pós-modernidade.

RÚSSIA. Na cidade de Shakti, região de Rostov, um menino de dois anos foi encontrado por assistentes sociais em uma casa, vivendo em um quarto, em clausura entre bodes e cabras. 

O garoto, que está sendo chamado de Sasha T. apresentava desnutrição e um grau zero de socialização comportando-se como um animal selvagem. 

Ele não aprendeu a falar, comer ou usar um simples penico. Durante seu curto período de vida neste mundo, até o resgate, Sasha T. parece ter tido, como única companhia, os animais.

De acordo com a vice-chefe do serviço de assistência social municipal, Irina Bochkova, no momento em a criança foi resgatada por funcionários da assistência social municipal, sua mãe, identificada como Marina, 40 anos, não estava na casa. 


Bochkova informou, ainda: Ele estava semi-despido, sentado em quarto gelado. (A situação era de extremo risco). Cada hora poderia tornar-se a última. Além de frio o lugar estava extremamente sujo e malcheiroso. 

Nós o agarramos e levamos às pressas para o hospital da cidade. Os médicos disseram que, por causa do modo como tem vivido, o cérebro do garoto não se desenvolveu corretamente. Ele pesa menos de um terço do que deveria para um menino normal de sua idade.

A pediatra Natalya Simonina contou: Ele recusou-se a dormir no berço. Tentou entrar debaixo do berço para dormir ali e estava com muito medo dos adultos. Também tentou quebrar tudo o que viu, janelas, móveis. Não é capaz de falar ou segurar uma colher. Não faz ideia do quê fazer com brinquedos. Mostrou-se completamente indiferentes a eles. A providências legais para tirar da mãe a guarda do garoto já foram tomadas.

Sasha não é o primeiro caso de criança, na Rússia e no mundo a crescer no meio de animais. Em 2009, uma menina de cinco anos foi encontrada na cidade de Chita - Sibéria, vestindo roupas sujas e latindo para as pessoas. 

Conhecida apenas como Natasha, ele tinha sido mantida trancada em um apartamento durante seus cinco anos de vida tendo apenas cães e gatos como companhia. Natasha também não sabia falar.

Em 2004, foi descoberto um outro menino, Andrei Tolstyk, sete anos, abandonado pelos pais aos três meses. Quem cuidava dele, como se fosse um filhote, era o cachorro da "família", que também foi abandonado. Em consequência, Andrei somente andava de quatro, cheirava a comida e era agressivo com pessoas e tentava mordê-las.

LINK RELACIONADO

FONTE: 
STEWART, Will. Raised by goats: Starving two-year-old Russian boy who was forced to sleep and play with animals is rescued by social services.
DAILY MAIL-UK, publicado em 01/06/2012.
[http://www.dailymail.co.uk/news/article-2153232/Raised-goats-Social-services-rescue-underweight-year-old-Russian-boy-played-slept-animals.html]

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Magos de Tollán - Uma Aldeia Maia na Espanha


De acordo com o calendário maia, 21 de dezembro de 2012 encerra um ciclo de 5.125 anos. No norte de Córdoba, Espanha - um grupo de pessoas fundou uma aldeia onde eles vivem de acordo com as contas sagradas dos maias.


ESPANHA. Charbonier é uma pequena cidade ao norte de Córdoba, onde o sol quente faz de qualquer sombra, uma bênção. Há três quilômetros de Charbonier, atravessando a estrada San Marcos Sierras em uma paisagem árida, lá, está localizada a aldeia Magos de Tollán - onde vive uma população de poucas pessoas: treze mulheres, homens e crianças, de nove cães e uma fêmea cinza gato. Magos de Tollán é uma aldeia maia. Seus habitantes consideram o lugar como uma Terra Prometida.

Diante de um portão de madeira, uma casa com redes na porta, um moinho e uma piscina redonda onde algumas crianças brincam. Ao redor da casa, plantas com espinhos. Uma mulher, cerca de 50 anos de idade, recebe os visitantes com um sorriso fixo no rosto, como se tivesse sido congelado por algum tipo de magia. Usa calça comprida, uma camisa roxa e um cristal aplicado entre as sobrancelhas. Ela explica: É para marcar o terceiro olho. Eu não uso o tempo todo. Ela se apresenta como Semente, mas seu verdadeiro nome é Gladys Mabel.


Ao lado do portão, próximo a um campanário onde abriga um sino há um cartaz. Está escrito: Aldea Magos de Tollán. Outro cartaz adverte: ali, é proibido fumar, consumir alcool ou comer carne.

Outra mulher sai de uma casa feita de adobe. Chama-se Betty. Seus cabelos brancos indicam que tem uma certa idade. Ela diz que é uma avó. Tem 77 anos e está na aldeia há três meses. Ela mostra o caminho que leva a uma cozinha.

A cozinha, também construída de adobe, de barro, é um edifício haxagonal. É um espaço comunitário e está decorado com bandeiras, estátuas de Buda, calendários maias. O fogão é a lenha. Em um balcão, potes de amendoim, cenoura, beterraba e outros vegetais. E moscas, muitas moscas.


Na aldeia, os nomes não são trocados aleatoriamente, por um critério de preferência pessoal. Um orientador utiliza uma bússola maia para definir o nome maia dos habitantes. A bússola é composta de três discos giratórios.

O repórter que fez esta matéria foi submetido a essa avaliação e foi determinado que seu nome maia é Caminante del Cielo Rojo Galáctico (Caminhante do Galático Céu Roxo). Nesta vila, supostamente maia, saber o nome maia de uma pessoa é tão vital quanto saber seu tipo sanguíneo. Assim, alguns são denominados: Águia, Macaco, Guerreiro da Noite, Espelhos etc..

A comunidade, que foi fundada por um casal que vivia em Córdoba trabalhando com contabilidade, identificados formalmente somente como Claudia e Rodolfo, ambos, vivem em seu próprio tempo e tem um lema: O tempo pertence a quem é dono da própria mente. Eles decidiram que aderir ao calendário maia e abandonar a vida na cidade, suas comodidades, seus padrões de comportamento.

O ano maia adotado possui treze meses de 28 dias cada (é um calendário lunar). Cada dia tem sua energia, sua cor regente e um objetivo específico. Os nomes dos dias da semana também são diferentes. Uma segunda-feira pode ser o dia Macaco Galáctico Azul.

Os dias estão sujeitos a um padrão climático chamado Onda Encantada e, ciclos de treze dias estão submetidos a um selo ou uma assinatura galáctica, um sinal astronômico. Esses novos maias acreditam que estão vivendo em harmonia com os ciclos naturais da Terra. Para eles, o tempo é uma arte.

Os "Magos de Tollán" acreditam que o calendário oficial ocidental, com seu número irregular de dias, produz neuroses e compulsões consumistas. Os fundadores do vilarejo foram inspirados pelas idéias de um americano filho de mexicanos, José Arguelles, que começou a divulgar sua doutrina em 1987. 

Chamada Lei do Tempo, fundamenta-se em seguir as profecias de Quetzacioalt. Para seus seguidores, José Arguelles foi um mestre da Nova Era. Ele declarava-se a reencarnação de Pakal Votan chamava a si mesmo de Valum Votan. Arguelles morreu em 23 de março de 2011.

Claudia (uma das fundadoras do vilarejo) explica: Nós vivemos em uma civilização que nos desconectou dos ciclos da Natureza. Para nós, 2012 representa a recuperação de nossa consciência galáctica. É o começo de uma nova civilização, um civilização de telepatas. Nós somos os precursores dos seres humanos do próximo ciclo.

Claudia conta - ainda, que não conheceu Arguelles pessoalmente mas esteve em contato com ele através de uma experiência transcendental. Eu sonhei. Viajei para o Chile em sonho onde o encontrei.

O casal (Claudia e Rodolfo) decidiu mudar de vida há três anos (em 2009) quando ela conheceu a teoria de Arguelles. Então, sua vida na cidade tornou-se insuportável. Ela comprou o terreno, de 22 hectares, no meio do nada e mudou-se para o lugar com pouca bagagem. Não tinham água nem luz. Hoje eles têm uma casa de banhos comunitária. Fezes e urina são reutilizados como fertilizantes. Todos os recursos são medidos, controlados. Tudo é reciclado.

Todavia, o isolamento não é absoluto. Os "novos maias" vão à cidade de Charbonier com frequência. As crianças freqüentam escolas públicas. Os líderes querem que a educação seja, também, ministrada na comunidade porém, isto ainda não é possível.




A HORA BRANCA

Os Magos de Tollán meditam na Hora Branca. Não há relógios na comunidade. A Hora Branca é determinada pela cor do Sol ao alvorecer. Eles acordam ao som do sopro de uma concha cor-de-rosa. O "acordador" emite o chamado em direção aos quatro pontos cardeais. O mesmo sinal indica a hora das refeições, a hora do trabalho, a hora da caminhada pelas trilhas.

Um lugar especial foi preparado para uma meditação especial. Chama-se Cerimonial. O terreno foi limpo e aplanado. No chão há uma grande estrela feita de pedras. Os novos maias chegam em silêncio e levam cobertores. Sentam-se de frente para a montanha em posição de lotus.

VISITANTES

A comunidade recebe visitantes. Porém, os "Magos de Tollán" afirmam que estes visitantes são atraídos por uma energia telepática que somente sensibiliza as pessoas que estão preparadas para receber ensinamentos.

Os visitantes aprendem a usar o calendário maia, técnicas de construção naturais e participam de sessões de sauna. A experiência dura 13 dias. Os cursos e oficinas têm seu preço, que pode variar entre 100 pesos (Argentina. (Argentina, 25 euros ou 32 dolares em, 2012) a 700 pesos (176 euros ou 222 dólares em maio, 2012). Esta é uma das formas de sustento do vilarejo. 

Os que não podem pagar são convidados a deixar algo em trocar. Os que decidem ficar instalam-se em tendas. Aos poucos, constroem em suas casas de barro.

UM TEMPO MELHOR
 
Os Magos de Tollán acreditam que eventos dramáticos estão prestes a acontecer. São as transformações inevitáveis que vão finalizar um Tempo para que um Novo Tempo possa começar para espécie humana. Um Tempo melhor. Eles acreditam que estão cumprindo um destino planetário, assinalado no calendário maia, desprezando todos prognósticos e preocupações da atual civilização e sem nenhum compromisso com os relógios da Humanidade pós-moderna. 

FONTE: ALIVERTI, Sol. Los magos de la nueva era.
LA VOZ-CIUDADX/Spain, publicado em 22/05/2012.
[http://www.lavoz.com.ar/ciudad-equis/magos-nueva-era]

sexta-feira, 10 de junho de 2011

Ciganos, Os Intocáveis – Anotações Históricas




O mestre ocultista francês Eliphas Levi (1810-1875) escrevendo sobre os ciganos no século XIX, em sua História da Magia refere-se, com detalhes, à antipatia européia por este povo enigmático.


No começo do século XV (anos de 1400) espalharam-se pela Europa bandos de viajores morenos e desconhecidos. Chamados por uns Boêmios porque diziam que vinham da Boemia... Sua religião era desconhecida, apesar de se dizerem cristãos, mas sua ortodoxia era mais que duvidosa. De onde vinham eles? ...Que Salvador moribundo e traído os condenara a marchar para sempre? Era a família do judeu errante?

Cigano quer dizer "intocável", é o que afirma o pesquisador José Jarbas Studart Gurgel...Na Espanha seu nome é gitano, resquício da crença em sua origem egípcia. Gurgel assinala que a fama de descendentes do egípcios ou de origem egípcia foi disseminada pelos próprios ciganos (STUDART GURGEL Apud VILAS-BOAS DA MOTA, p 243). LEIA MATÉRIA COMPLETApor L.C.junho.2011

LINK RELACIONADO

Papa pede fim da rejeição à população cigana na Europa. IN Diário do Nordeste, publicado em 11/06/2011.


terça-feira, 7 de junho de 2011

Chinês troca rim por iPad


06/06/2011, Euronews – Chinês troca rim por iPad. Na China, a ânsia de um adolescente para ter um tablete Ipad e um Iphone levou-o a vender um rim, às escondidas dos pais... MATÉRIA COMPLETA


domingo, 1 de maio de 2011

Ciganos


CIGANOS. São um mistério histórico, etnográfico, cultural. Fascinantes para uns, detestáveis, não-confiáveis, para outros, ele aparecem em todos os lugares do mundo e apesar dos muitos esforços acadêmicos para desvendar suas origens, os ciganos continuam sendo um povo que ninguém sabe de onde veio.




Gypsy Girl ou La Gitane, mosaico do primeiro
século da Era Cristã encontradoem Zeugma,
antiga cidade grega, atualmente localizada
na província de Gaziantep da Turquia.
A denominação do mosaico representa
um pouco da idéia que o Ocidente estabeleceu
sobre a figura e essência misteriosas dos ciganos.


Durante muito tempo, cultivou-se a crença que os ciganos fossem descendentes de povos nômades do antigo Egito, refugiados ou exilados das terras dos Faraós. Em inglês, os pontos em comum, gráficos e fonéticos entre as palavras Egypt e gypsy alimentaram uma teoria sobre essa ligação. Mesmo entre os Gpysies, os ciganos, muitos adotaram essa teoria para preencher a lacuna histórica que o Tempo produziu. Porém, estudos mais recentes indicam que, longe do Egito, os ciganos seriam, na verdade, provenientes da Índia em tempos muitíssimo remotos.

O alemão Heinrich-Moritz Gottlied Grellmann (1756-1804) foi o primeiro pesquisador a estabelecer a idéia sobre a origem indiana dos ciganos. Defensores dessa teoria chamam a atenção para as semelhanças entre a língua cigana e o sânscrito, Antiga, praticamente extinta, falada e escrita da Índia. Há rumores de que os indianos idosos podem compreender filmes indianos sem tradução.




Ciganos intinerantes na estrada para Varanasi, Índia.
Janeiro de 2009. Foto: Eduardo Figueredo.
[http://www.travelblog.org/Photos/3378688]


Atualmente os cientistas acreditam que os ciganos contemporâneos são descendentes de uma casta indiana denominada Dom. Na Índia, os Doms são a mais inferior de todas as castas. Até hoje, muitos migram fugindo do preconceito social. Outra teoria defende que os ciganos descendem de várias castas diferentes. Os antropólogos acham impossível provar qualquer teoria porque consideram que nações nômades não criam cultura material (o quê é constestável).

Para efeito de representação política internacional, esses, chamados ciganos, gitanos, gitanes, gypsies, autodenominam-se povo Rom (Roms, romis). Esta é designação pela qual são reconhecidos pela pelas Nações Unidas, ONU. Sua língua, o romani.




Fortune-Telling. Julian Scott, gravura – 1874


De todo modo, seja por causa da origem em castas inferiores, pela experiência ancestral de rejeição social, o fato é que o isolamento dos povos ciganos manteve-se por longos séculos sendo aplicado e incorporado no estilo de vida, língua e tradições. Especialmente em sua travessia para o Ocidente, os ciganos enfrentaram situações de forte perseguição.


Os recém-chegados à Europa não eram bem vistos. Eram renegados, ateus, feiticeiros, infiéis para cristãos e muçulmanos. Em termos de religião foram sempre associados às artes mágicas: quiromancia, cartomancia, cristalomancia, o poder da jetatura ou mal-olhado eram habilidades a eles atribuídas. Ao contrário do que se pensa, entre os ciganos, são os homens os mestres do conhecimento divinatório. Mesmo quando se diziam cristãos, seu cristianismo sempre foi uma prática de sincretismo cultural. Sobre os ciganos, diz Cervantes: Sua profissão é a mentira (Apud VILAS-BOAS DE MOTA, 2004 – p 245).

Muitos especialistas concordam que a etnia cigana somente começou a se consolidar por volta do século XV (anos 1400), quando estes nômades transitavam de Bizâncio para a Europa ocidental. Atualmente, são conhecidos seis ramos de comunidades ciganas: Três orientais, três ocidentais. Os Rom, os Sinti e os Ibéricos são considerados ocidentais. Os orientais são as tribos Lom, Dom e Lyuli.

FONTES
BUKKER, Igor. Gypsies: The mystical tribe.
IN Pravda-English, publicado em 08/04/2011
[http://english.pravda.ru/society/stories/08-04-2011/117508-gypsies-0/]
VILAS-BOAS DE MOTA, Ático (org.). Ciganos: antologia de ensaios. Brasília: Thesauros, 2004.