O crânio e ossos das pernas de Filippo de 'Medici, conhecido como Don Filippino - bem como os ossos de outros membros mais jovens de sua família - revelaram a deficiência de vitamina D, o que causou raquitismo e um inchaço do crânio de Filippino. Na ocasião de sua morte, em 1582, antes de completar cinco anos de idade, foi feita uma autópsia e seu crânio foi aberto, o que explica a linha de corte na testa.
ITÁLIA, HISTÓRIA, ANTROPOLOGIA. Governantes ricos da Toscana, patronos de Leonardo Da Vinci, Micheangelo, Boticelli , Galileu, os Médici são considerados algo como a "Primeira Família" da Renascença Italiana. Porém, toda a sua riqueza não pôde comprar uma boa saúde para sua linhagem.
Um estudo* dos esqueletos de nove crianças e jovens Médici, do século XVI (anos de 1500), descobriu que aqueles indivíduos sofriam de raquitismo, uma deficiência absorção e metabolização de vitamina D que mantém os ossos moles durante um período demasiado longo durante a primeira infância resultando, não raro, em deformações da estrutura óssea, em partes do esqueleto.
* Da Univeridade de Pisa, Itália, publicado no Journal of Osteoarchaeology (Jornal de Osteoarqueologia)
Atualmente, o Raquitismo é - geralmente - associado a situações de carência nutricional, coisa que acontece entre os pobres aliada à uma estrutura arquitetônica-ambiental de vida que produz o enclausuramento direto ou indireto das pessoas que vivem, especialmente nas metrópoles, em atmosferas poluídas e ambientes fechados que impõem uma rotina com pouca ou insuficiente e/ou inadequada exposição à luz do Sol. É a vida que se passa entre a jaula... ops, o apartamento, o ônibus, carro, metrô, a caixa... ops, o escritório, a fábrica, a loja para, ao cair da noite, voltar para para o apartamento.
Porém, no passado, o raquitismo foi comum entre os ricos. Os pesquisadores acreditam que o raquitismo entre os Médici foi um efeito colateral de sua vida confortável, desde a infância cercados de cuidados exagerados que os levaram a crescer entre as quatro longas e luxuosas paredes de seus palacetes.
A paleopatologista da Universidade de Pisa (Itália), Valentina Giuffra, co-autora do estudo, comenta que as crianças Médici ...pertenciam a uma condição social elevada e presume-me que eram bem nutridas. Por isso, a descoberta é surpreendente.
A CRIPTA
Os esqueletos - das nove crianças - foram encontrados em 2004, na Basílica de San Lorenzo, em Florença, dignidade de acordo com sua posição social. Era um cripta oculta cuja porta era um alçapão de mármore em forma de disco que, durante séculos, pensava-se ser apenas um ornamento no chão da catedral. Oito dos esqueletos estavam ali; o nono foi achado em um túmulo próximo.
O exame dos osso, a olho nu e através do raio X mostrou que seis das nove crianças tinham sinais definitivos de Raquitismo, incluindo curvaturas em ossos de pernas e braços, resultado de tentativas de engatinhar e andar com ossos moles (insuficientemente calcificados).< /div>
Retrato póstumo de Giovanna d'Austria, grã-duquesa da Toscana e seu único filho varão, Filippino de'Medici. Por Giovanni Bizelli, 1586.
Uma das crianças, Filippo (1577-1582) o o don Filippino - tinha o crânio ligeiramente deformado, fato registrado em um retrato da época (imagem acima). O estudo confirma o raquitismo como causa daquela condição.
Uma das crianças, Filippo (1577-1582) o o don Filippino - tinha o crânio ligeiramente deformado, fato registrado em um retrato da época (imagem acima). O estudo confirma o raquitismo como causa daquela condição.
O Raquitismo é facilmente evitado pela ingestão de alimentos como ovos e queijo e pela exposição, regular, de curta duração, à luz solar - condição indispensável para que a vitamina D seja, então, metabolizada pelo organismo.
Para entender por que as crianças Médici tinham uma doença de origem nutricional-bioquímica, os pesquisadores analisaram a proporção de isótopos de nitrogênio encontrados no colágeno ósseo, porque essa proporção reflete a principal fonte de proteína da dieta do indivíduo examinado.
Descobriram que a maioria das crianças somente foram desmamadas depois do 2 anos de idade. Textos históricos informam que de acordo com o costume da época, até aquela idade o leite materno era suplementado com mingaus feitos de pão macio e maçãs.
Para entender por que as crianças Médici tinham uma doença de origem nutricional-bioquímica, os pesquisadores analisaram a proporção de isótopos de nitrogênio encontrados no colágeno ósseo, porque essa proporção reflete a principal fonte de proteína da dieta do indivíduo examinado.
Descobriram que a maioria das crianças somente foram desmamadas depois do 2 anos de idade. Textos históricos informam que de acordo com o costume da época, até aquela idade o leite materno era suplementado com mingaus feitos de pão macio e maçãs.
Mas os cereais, as frutas e o leite não fornecem a quota de vitamina D necessária ao adequado desenvolvimento e maturação do esqueleto durante a chamada primeira infância - de 0 a 7 anos de idade.
Além disso, durante os anos de 1500, prevalecia a ideia de que os bebês precisavam ser mantidos muito bem aquecidos e, assim, as criancinhas eram envoltas em envoltas em pesados cobertores, demasiadamente agasalhadas, crescendo trancadas nos grandes casarões. Ao contrário da plebe, padecia no frio, trabalhava de sol a sol e, desde cedo, comia de tudo.
Os Médici eram raquíticos desde o útero; nasciam com deficiência de vitamina D porque as gestantes, por sua vez, levavam uma existência igualmente carente de elemento catalisador da produção de vitamina necessária aos ossos: o Sol. Pouco se expunham e quando o faziam era sob a proteção de uma maquiagem pesada.
Além disso, aquelas mulheres ricas, frequentemente chegavam a dar à luz mais de uma dezena de filhos, em sucessivas gestações, uma condição de consome muita vitamina D, que a mãe partilha com o bebê durante a gravidez. Eleanor de Toledo (1522–1562), mulher de Cosimo I de' Medici - Grão-duque da Toscana (1519–1574), por exemplo, deu à luz 11 filhos em um período de 14 anos.
Além disso, durante os anos de 1500, prevalecia a ideia de que os bebês precisavam ser mantidos muito bem aquecidos e, assim, as criancinhas eram envoltas em envoltas em pesados cobertores, demasiadamente agasalhadas, crescendo trancadas nos grandes casarões. Ao contrário da plebe, padecia no frio, trabalhava de sol a sol e, desde cedo, comia de tudo.
Os Médici eram raquíticos desde o útero; nasciam com deficiência de vitamina D porque as gestantes, por sua vez, levavam uma existência igualmente carente de elemento catalisador da produção de vitamina necessária aos ossos: o Sol. Pouco se expunham e quando o faziam era sob a proteção de uma maquiagem pesada.
Além disso, aquelas mulheres ricas, frequentemente chegavam a dar à luz mais de uma dezena de filhos, em sucessivas gestações, uma condição de consome muita vitamina D, que a mãe partilha com o bebê durante a gravidez. Eleanor de Toledo (1522–1562), mulher de Cosimo I de' Medici - Grão-duque da Toscana (1519–1574), por exemplo, deu à luz 11 filhos em um período de 14 anos.
FONTE: WATSON, Tracy. Skeletons show rickets struck the Medici family.
NATURE, publicado em 07/06/2013.
[http://www.nature.com/news/skeletons-show-rickets-struck-the-medici-family-1.13156]
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