Histórias de tesouros artísticos perdidos já fazem parte do imaginário (e de um certo folclore) da cultura contemporânea/pós-moderna.
Obras, entre pinturas, esculturas, manuscritos, etc., que desapareceram; outras que são encontradas nos lugares mais inesperados, peças originais que foram confundidas artesanato vulgar até serem reconhecidas em um bazar qualquer por um especialista, são episódios que fascinam os curiosos e aguçam a cobiça de caçadores dessas preciosidades.
Obras, entre pinturas, esculturas, manuscritos, etc., que desapareceram; outras que são encontradas nos lugares mais inesperados, peças originais que foram confundidas artesanato vulgar até serem reconhecidas em um bazar qualquer por um especialista, são episódios que fascinam os curiosos e aguçam a cobiça de caçadores dessas preciosidades.
O caso Painel Chinês (publicado abaixo) e outros semelhantes têm sido noticiados e são mais freqüentes do se imagina. Eis duas dessas ocorrências registradas recentemente:
O CASO DO VASO CHINÊS
Em fevereiro de 2011, outra peça da arte chinesa virou notícia ao ser vendida em um leilão, realizado na pequena Casa Bainbridge de Ruislip – Reino Unido, por mais de 82 milhões de dólares (mais de 136 milhões de reais). O preço foi recorde. É um vaso, 41 cm de altura, face dupla que, tal como painel de seda, é da dinastia Qianlong, datado do século XVIII (anos 1700)
Sua existência permaneceu ignorada por quase um século. Estava perigosamente mal guardado, como uma quinquilharia, no alto de uma estante velha e vacilante, em uma casa no subúrbio de Middlesex. Foi achado ao acaso.
O dono da casa morreu. Seus herdeiros, não identificados para os midia, encontraram o objeto enquanto faziam uma faxina no imóvel. Parecia chinês. Supuseram então que tivesse sido, mesmo, comprado na China porque o falecido, amigo da família, era conhecido por ser um tipo explorador que tinha, de fato, visitado a China nos anos de 1930.
Identificado o valor do vaso, a peça foi à leilão alcançando aquele astronômico valor. Dizem que foi uma disputa acirrada. O leiloeiro foi tão enérgico para conseguir encerrar os lances que o martelos espatifou-se em pedaços.
Enfim, o vaso foi comprado por chinês que, como sempre, preferiu manter-se em anonimato. O episódio parecia esgotado mas... Depois da venda, rumores maldosos começaram a circular. O dinheiro... jamais chegou às mãos dos até então sortudos herdeiros.
O chinês teria dado o calote; ou não, o chinês não deu nem dinheiro nem calote. Sumiu sem levar o vaso. Não tardou para que surgisse a especulação inevitável: o vaso seria falso; era bom demais... Alegando sigilo profissional, o leiloeiro Bainbridge recusa dar qualquer informação. Os herdeiros não querem aparecer e a verdade, ninguém sabe.
O CASO DO CEZANNE PERDIDO
2007. Um apreciador da arte (e das pechinchas das lojas de objetos usados) compra um quadro em um brechó em Northamptonshire (Inglaterra, como em uma aventura de Agatha Christie...).
A peça estava muito suja, coberta por uma grossa camada de poeira sedimentada na umidade dos tempos. Mas, ele achou a moldura bonita. Pagou 100 libras.
A peça estava muito suja, coberta por uma grossa camada de poeira sedimentada na umidade dos tempos. Mas, ele achou a moldura bonita. Pagou 100 libras.
O objeto, uma compra sem importância, ficou encostado durante vários anos. Em 2010, o proprietário comprou uma máquina fotográfica digital e resolveu fazer fotos do quadro. Era sábado, 18 de março.
A tela estava firme, presa nas bordas. Cuidadosamente, ele removeu as décadas de sujeira ali depositadas. Depois disso, olhando a paisagem, reparou em certas marcas; assinatura do artista, possivelmente.
A tela estava firme, presa nas bordas. Cuidadosamente, ele removeu as décadas de sujeira ali depositadas. Depois disso, olhando a paisagem, reparou em certas marcas; assinatura do artista, possivelmente.
Parecia algo familiar. Ele comprou um livro sobre a arte da pintura pós-impressionista e descobriu a marca semelhante nos trabalhos de Cezanne (1839-1906). Era algo de muito excitante. Enfim, fez fotos da tela e enviou cópias para especialistas. Fez mais: na segunda-feira – dia 20 (março, 2011), levou a peça até a Casa de Leilões Wilford Wellingborough.
O proprietário, Tim Conrad (foto acima), cético à princípio ficou mais interessado assim que viu a tela:
Os traços parecem com os primeiros trabalhos de Cezanne, que eram (representações) de cenas rurais, como este e era comum ele usar uma variedade de estilos de assinaturas. Aconselhei o dono a ver um especialista o mais rápido possível. É uma pintura refinada e se for autêntica (um autêntico Cezanne) o impacto (da sua descoberta) seria enorme. Estamos falando de 40 milhões de libras (mais de 100 milhões de reais, mais de 60 milhões de dólares), se não mais. Seria um grande acontecimento no mundo da Arte.
Os traços parecem com os primeiros trabalhos de Cezanne, que eram (representações) de cenas rurais, como este e era comum ele usar uma variedade de estilos de assinaturas. Aconselhei o dono a ver um especialista o mais rápido possível. É uma pintura refinada e se for autêntica (um autêntico Cezanne) o impacto (da sua descoberta) seria enorme. Estamos falando de 40 milhões de libras (mais de 100 milhões de reais, mais de 60 milhões de dólares), se não mais. Seria um grande acontecimento no mundo da Arte.
O quadro mostra uma paisagem: uma casa com telhado laranja ao lado de um rio e rodeada de árvores. Sob o nome, a assinatura rabiscada, está anotado o ano de 1854.
Peritos dizem que pode ser, de fato, um Cezanne pertencente a um período inicial da criação do artista. Na época, ele seria um aprendiz de 15 anos. Algumas fotos foram enviadas para a National Gallery. O dono do quadro tem, agora, uma reunião com curadores mas o porta-voz da galeria prefere não comentar o assunto.
Peritos dizem que pode ser, de fato, um Cezanne pertencente a um período inicial da criação do artista. Na época, ele seria um aprendiz de 15 anos. Algumas fotos foram enviadas para a National Gallery. O dono do quadro tem, agora, uma reunião com curadores mas o porta-voz da galeria prefere não comentar o assunto.
FONTES:
BLOXHAM,Andy. Mystery over record sale of £51m Chinese vase.
IN Telegraph/UK, publicado em 28/02/2011. [http://www.telegraph.co.uk/culture/art/artsales/8350376/Mystery-over-record-sale-of-51m-Chinese-vase.html]
COHEN, Tamara. Bought for £100 from a junk shop, this painting could be a £40m Cezanne!
IN Daily Mail/UK, publicado em 25/03/2011
[http://www.dailymail.co.uk/news/article-1369520/Cezanne-painting-worth-40m-bought-man-liked-frame.html?ito=feeds-newsxml]
COHEN, Tamara. Bought for £100 from a junk shop, this painting could be a £40m Cezanne!
IN Daily Mail/UK, publicado em 25/03/2011
[http://www.dailymail.co.uk/news/article-1369520/Cezanne-painting-worth-40m-bought-man-liked-frame.html?ito=feeds-newsxml]
Um comentário:
eu pus minhas pinturas no mercado livre e ate hj ninguem se interessou...que ironia!
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