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quarta-feira, 14 de agosto de 2024

🕎 OS GUARDIÕES DA ARCA PERDIDA

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O Antigo Testamento fala claramente dos super-poderes da Arca da Aliança. Quando foi roubada pelos filisteus, estes, trataram de se livrar logo dela posto que que seu povo foi penalizado com uma praga terrível: tumores cancerígenos.

A queda das muralhas de Jericó também é atribuída aos poderes da Arca. Pessoas que tocaram inadvertidamente o objeto, morreram imediatamente. Somente poucos escolhidos poderiam carregá-la, usando os suportes das extremidades.

O próprio Moisés tinha uma das faces marcada e passou a usar um véu depois da construção da Arca. 

Estes poderes espantosos levaram muitos estudiosos a concluir que a Arca da Aliança continha algum tipo de material radioativo, como um pequeno reator nuclear, o que explicaria desde as doenças até as curas miraculosas atribuídas ao misterioso objeto.

Farão uma arca de madeira de acácia [Êxodo, 25:10] - foi a instrução de Deus a Moisés, no Livro do Êxodo, depois que o patriarca libertou o povo hebreu de 400 anos de escravidão no Egito. 

E os israelitas confeccionaram a Arca que foi banhada a ouro por dentro e por fora. Dentro desta arca Moisés depositou as Tábuas, que continham os Dez Mandamentos da Lei, gravados na pedra pelo próprio Deus no alto do monte Sinai.

Desde então, os judeus reverenciam esta Arca como uma manifestação terrena da Divindade e símbolo da Aliança entre Deus e o "povo escolhido". 

O Antigo Testamento descreve os poderes fabulosos deste objeto mítico: resplandecente em fogo e luz, capaz de deter a correnteza dos rios, destruir armas ou derrubar as muralhas de Jericó.

No Livro dos Reis, Salomão construiu o primeiro templo de Jerusalém para abrigar a Arca da Aliança e ali ela foi venerada durante todo o reinado, de 970-930 a.C. e além.

Entretanto, de acordo com a história e a tradição, a Arca da Aliança desapareceu quando o templo foi saqueado pelos babilônicos em 586 a.C..
 
Ao longo de muitos séculos, enquanto os judeus acreditaram e ainda acreditam que a Arca estava/está perdida, os cristãos da Etiópia [antiga Abissínia] têm afirmado que a verdadeira Arca da Aliança existe e está guardada em uma capela na pequena cidade de Aksum.

Dizem as lendas que a Arca sagrada chegou à Etiópia há 3 mil anos atrás e tem sido protegida por uma sucessão de sacerdotes virgens que, uma vez escolhidos, nunca mais põem os pés fora da capela, até a morte.
Um mural em Aksum, típico, cujo tema pode ser visto em outros murais em toda a Etiópia, representa o encontro da rainha Sheba com o rei Salomão.  FOTO: Paul Raffaele


De Jerusalém a Aksum, a trajetória da Arca da Aliança está ligada à figura de Menelik, filho da rainha Sheba, mais conhecida como rainha de Sabá, com Salomão, o rei sábio dos judeus.

A história é contada no Kebra Negast ou o Livro da Glória dos Reis que contém a crônica da linhagem real de Salomão em terras etíopes. 

Segundo o Kebra Negast, a rainha Sheba viajou até Jerusalém a fim de conhecer os segredos da sabedoria de Salomão.

Ao que parece, a rainha partilhou mais que conhecimento com o rei: na viajem de retorno ao seu país, ela deu à luz um filho do monarca, Menelik.
 
Adulto, Menelik foi visitar o pai e, três anos depois, na volta à Etiópia foi acompanhado pelos filhos primogênitos da nobreza israelita. 

Estes judeus, sem que Menelik soubesse, tinham roubado a Arca. Menelik considerou a gravidade do fato mas concluiu que, sendo a Arca tão poderosa, se não havia destruído os ladrões, devia ser porque era da vontade de Deus que o objeto sagrado ficasse com ele em seu país.

[Outra versão afirma que a Arca foi confiada a Menelik pelo próprio rei Salomão; outra ainda, diz a Arca levada por Menelik, que deveria ser uma cópia, foi trocada pela original].

Muitos historiadores, como Richard Pankhurst, um pesquisador britânico que viveu na Etiópia por quase 50 anos, datam o manuscrito do Kebra Negast no século 14 [anos 1300].

As crônicas, em idioma copta, teriam sido copiadas de originais ainda mais antigos. 

O livro foi escrito para validar a reivindicação dos descendentes de Menelik que se consideram herdeiros da realeza de Salomão e, portanto, governantes do país [ou reino] por "direito divino". Alegam que a linhagem salomônica etíope jamais foi quebrada.

Sua Santidade Abuna Paulos, patriarca da Igreja ortodoxa Etíope [2007] desde 1992, PhD em teologia pela Princeton University [USA], sentado em um trono de ouro, explica:

Nós temos mil anos de judaísmo seguidos de dois mil anos de cristianismo. Nossa religião tem suas raízes no Antigo Testamento. Seguimos a mesma dieta dos judeus, segundo as leis estabelecidas no Levítico. 

Os pais fazem circuncidar os meninos e escolhem os nomes dos filhos entre os personagens do Antigo Testamento. Muitos observam o descanso do sábado, o Sabbath.

Sobre a rainha Sheba, o patriarca diz: 

A rainha Sheba visitou o rei Salomão em Jerusalém há três mil anos. O filho dela com o rei, Menelik, aos 20 anos, foi a Jerusalém de onde trouxe a Arca da Aliança para Aksum. Ela tem estado na Etiópia desde então.

Abuna Paulos, que não põe em dúvida a tradição, nunca viu a Arca. O objeto é tão misterioso que nem o patriarca tem esse direito. O guardião da Arca é à única pessoa no mundo que tem essa honra.

A Arca não permaneceu continuamente em Aksum ao longo da História. Monges mantiveram-na escondida por 400 anos  e sempre que houve risco da relíquia cair em mãos profanas.

O monastério que abriga a Arca fica em uma ilha no Lago Tana, 200 milhas a noroeste do caminho para Aksum.
Monge Abba Haile Mikael, do lado de fora de sua cabana com o crucifixo e o Livro Santo, na ilha de Kirkos, Lago Tana, um dos possíveis refúgios da Arca da Aliança.

O Lago Tana [ou T'ana, ou ainda Tsana] é a fonte do Nilo Azul. 

O maior lago da Etiópia, localizado a 1.840m de altitude, tem cerca de 3.500 km² de superfície e misteriosas ilhas que aparecem e desaparecem conforme sobe ou desce o nível das águas. 

Ali, pescadores ainda utilizam embarcações primitivas, feitas de papiro, tal como os egípcios dos tempos dos faraós. 

A ilha onde, supostamente, encontra-se a Arca da Aliança chama-se Tana Kirkos.

A primeira visão da ilha é um paredão de pedra com 150 metros de altura e meio quilômetro de largura.O barco acerca-se de um pequeno cais que dá para um caminho feito na rocha.

Um monge, vestido de amarelo, aguarda e logo vistoria o barco para certificar-se de que não há mulheres à bordo. 

O monge é Abba ou Pai Haile Mikael informa que na ilha residem 125 monges e mais alguns noviços. As mulheres foram banidas há séculos porque sua presença colocava em risco a virtude dos homens.

Sobre a Arca, outro monge, Abba Gebre Maryam explica: 

A Arca veio de Aksum para esta ilha a fim de ser preservada de inimigos saqueadores. Isso, muitos antes do nascimento de Jesus. Naquele tempo, nosso povo seguia a religião judaica.

Durante o reinado de Ezana, há 1.600 anos, a Arca retornou a Aksum. O reino de Ezana estender além do mar Vermelho alcançando a península Arábica. Aquele monarca converteu-se ao Cristianismo em 330 d.C..

Segundo Abba Gebre, Jesus e Maria passaram 10 dias na ilha durante seu longo exílio das terras de Israel [refere-se, portanto, ao período infância-juventude de Jesus [não mencionado na Bíblia católica]. 

Existe até uma pedra que, segundo a tradição, serviu de repouso para a Virgem Maria e seu filho.


A bandeja de bronze, sob a guarda dos monges de Tana Kirkos, teria sido retirada do Templo de Jerusalém pelo príncipe Menelik e viajou para a Etiópia junto com a Arca e outros objetos de culto.

A ilha também guarda suas Tabots, réplicas das Tábuas da Lei mosaica, em uma igreja antiga, construída com madeira e e rocha, em forma circular, como é tradicional na Etiópia.

Todas as igrejas etíopes possuem suas próprias réplicas, que são consideradas como a credencial necessária para santificar os templos. 

Sem as Tabots, uma igreja é tão sagrada quanto um estábulo, esclarece Abba Gere. A cada 19 de janeiro, na festa chamada Timkat ou Epifânia, as tábuas saem das igrejas e são levadas pelos fiéis pelas as ruas das cidades em procissão.


Na festividade da Epifânia, Timkat, 19 de janeiro, padres, diáconos e outros religiosos, vestidos com suas belas e coloridas túnicas, ornadas com finos brocados, saem às ruas em procissão levando sobre as cabeças as réplicas das Tábuas da Lei Mosaica, aquela que contém dos Dez Mandamentos da lei de Deus, recebidos por Moisés, diretamente de Deus, no alto do Monte Sinai. 

As tábuas são envoltas em veludo negro bordado com fios de ouro.

Em Gonder, outra cidade etíope, na Festa de Timkat ou Epifânia, o Arcebispo, portando as Tábuas de sua Igreja, abre a procissão seguido de dúzias de padres, diáconos e acólitos. São acompanhados por centenas de pessoas. Cantos, hinos, preces, são entoados. 

A este séquito, ao longo do trajeto nas ruas, reúnem-se outros clérigos de outras sete igrejas, todos levando suas Tábuas. A Timkat prolonga-se por três dias, entre missas e outras celebrações.

Em Aksum existe um grande reservatório de água, a superfície coberta de espuma verde. É chamado de banho da Rainha Sheba e muitos acreditam que suas águas são amaldiçoadas. 
Em meio ao mistério que envolve a Arca, outra tradição afirma que a relíquia está em uma capela, Capela de Santa Maria do Sião, em Aksum, atualmente [2007] sob os cuidados do padre Nerbuq-ed. 

[A confusão pode ser proposital, como medida de segurança]. De acordo com Nerbuq, o guardião ora constantemente diante da Arca, queima incensos como tributo a Deus].

O único homem do mundo autorizado a olhar para a Arca da Aliança israelita é escolhido pelos altos sacerdotes de Aksum e pelo guardião vivo. 

O guardião não entra em contato com leigos. Somente os líderes religiosos podem vê-lo ou falar com ele. Uma vez o escolhido, o guardião abandona seu próprio nome e passa a se chamar "Guardião da Arca" ou Atang.

Outras fontes, porém, como a reportagem publicada pela National Geographic, assinada por Candice S. Millard, informam que o Guardião é o sacerdote Abba Mekonen, cerca de 70 anos [em 2006], no posto há pouco mais de 3 anos na missão que só termina com a morte. 

Ele nunca sai da área da capela. aos curiosos que insistem em ver a Arca, os sacerdotes, tanto em Aksum como na ilha do Lago Tana respondem: "Quem poderá contemplar a face de Deus?"

A ilha também guarda suas Tabots, réplicas das Tábuas da Lei mosaica, em uma igreja antiga, construída com madeira e e rocha, em forma circular, como é tradicional na Etiópia.

A cada 19 de janeiro, na festa chamada Timkat ou Epifânia, as tábuas saem das igrejas e são levadas pelos fiéis pelas as ruas das cidades em procissão.

Como prova da conexão Jerusalém-Salomão-Etiópia, Abba Gebre mostra uma antiga bandeja de bronze que também teria sido trazida por Menelik, para Aksum,  junto com a Arca e outros objetos de culto, em seu retorno à Etiópia, depois da visita ao pai, o rei Salomão, em Jerusalém. 

O sacerdotes judeus usavam as bandejas para o recolher o sangue de animais sacrificados.

A reverência dos etíopes pela Arca é bem ilustrada pela cerimônia sagrada que acontece na cidade de Gonder. 

Ali, o Arcebispo Andreas, líder local da Igreja Ortodoxa Etíope, lembra que a história da Arca na Etiópia tem atravessado gerações ao longo de milênios.

Esta é uma evidência de fato reforçada pela sacralização das Tabots, as réplicas das Tábuas da Lei presentes em todos os templos cristãos etíopes, uma característica ritual que aparece na liturgia de outras nacionalidades cristãs.


FONTE
Keepers of the Lost Ark?
por Paul Raffaele
IN Smithsonian magazine — December, 2007
https://www.smithsonianmag.com/travel/keepers-of-the-lost-ark-179998820/
tradução: Lygia Cabus, 2007

segunda-feira, 2 de março de 2020

FEBRE HEMORRÁGICA. DOENÇA MISTERIOSA MATA ETÍOPES






















A moléstia está sendo chamada de Doença X. É desconhecida, mortal e causa febre hemorrágica. IMAGEM: Paciente do sexo masculino com febre hemorrágica da Crimeia-Congo em 1969.

ETIÓPIA. Depois de sofrer com uma praga 'bíblica de gafanhotos, a Etiópia agora enfrenta uma doença fatal semelhante à chamada febre hemorrágica da Criméia-Congo porém, a taxa de mortalidade é mais alta. 

Os sintomas incluem as palmas das mãos e globos oculares amarelados seguido de febre, sangramentos pelos olhos, nariz, boca, ânus, inchaço do corpo além de falta de apetite e insônia.


Os primeiros casos foram registrados entre 2014 e 2019 no Sudão do Sul e Uganda. Naquele período, duas mil pessoas morreram. Desta vez, porém, na Etiópia, quadro é mais grave: os etíopes estão caindo mortos sem qualquer possibilidade de socorro médico.


A doença espalhou-se nas aldeias próximas a instalações de uma empresa petrolífera - uma 'joint venture (empreendimento conjunto) entre a Chinesa POLY Group Corporation (POLY-GCL), de propriedade estatal, e o Golden Concord Group, de Hong Kong - que trabalham com a extração de gás e petróleo na Bacia de Ogaden, Somália - país vizinho que também registra casos da doença.

O morador da região, Khadar Abdi Abdullahi, 23 anos, que falou sobre sobre o assunto na cidade de Jigjiga (Etiópia) disse, em entrevista, acreditar que a causa - "São produtos tóxicos descartados pela petrolífera". Abdullahi contraiu a doença mas recebeu alta do hospital quando os médicos lhe disseram que nada mais havia a fazer. O homem morreu.

DENÚNCIAS



















Um ex-engenheiro que trabalhou durante três anos na empresa chinesa denunciou o descarte de materiais tóxicos, incluindo ácido sulfúrico, sem nenhum cuidado de contenção, em terras da região. Depois, as chuvas encarregam-se de transportar esses venenos até os mananciais de água que abastecem a população.

Um consultor do governo regional da Somália, falando sob condição de anonimato, comentou: "Existem novas doenças que nunca foram vistas antes nesta área. Sem nenhuma proteção à saúde pública, é muito claro que o Poly-GCL usa produtos químicos que são prejudiciais à saúde humana".


Hassan Ali, médico de uma clínica de saúde em Haarcad (Etiópia), afirmou que há uma correlação direta entre o número de casos relatados em cada aldeia e sua proximidade com os poços de Calub. 

Hassan ainda explicou que a maioria dos doentes não vai à clínica e, mesmo que o fizessem, o local não possui instalações para tratar ou mesmo diagnosticar quadros graves.

Além da febre que atualmente assola a região, a exposição aos produtos químicos, a médio e longo prazo, pode causar a insuficiência hepática e câncer de estômago.

Não há um número oficial de mortos e aqueles que vivem em torno de Calub são pastores predominantemente nômades, cujo contato com o governo etíope é limitado. Muitos enterram seus mortos sem informar as autoridades locais.

AUTORIDADES NEGAM TUDO
























O empreendimento, que começou na Somália, estendeu-se à Etiópia a fim de explorar os depósitos de gás descobertos na bacia oriental de Ogaden em 1970.

Enquanto o povo morre esvaindo-se em sangue, as autoridades em Adis Abeba (capital da Etiópia) negaram as alegações de uma crise ambiental e de saúde na região.

Ketsela Tadesse, diretor de licenciamento do Ministério Federal de Minas e Petróleo da Etiópia, disse que o governo não tinha conhecimento de nenhum relato de vazamento:

"Podemos enfaticamente afirmar que todos os poços de gás em Calub e em outros lugares da Bacia de Ogaden estão selados, seguros e protegidos de acordo com os padrões internacionais", disse Tadesse.

TUDO POR DINHEIRO

Evidentemente, a exploração de petróleo e gás, em si mesmas, não constitui problema. ao contrário, poderia beneficiar os dois países: Somália e Etiópia. 

A questão é o descaso dos empresários e governos com a segurança da população, praticando uma economia porca (mesquinha) no que diz respeito ao descarte de seus resíduos tóxicos em nome de uma lucratividade maior que desconsidera investimentos em meios de contenção desses venenos.

POLÊMICA ANTIGA

A exploração de petróleo e gás tem uma história longa e conturbada na bacia petrolífera de Ogaden. Tudo começou quando o ex-imperador etíope Haile Selassie resolveu abrir a exploração de petróleo para empresas estrangeiras em 1945. Manifestações em massa o forçaram a suspender o projeto.

Todavia, entre 1955 e 1991, 46 poços foram perfurados em Calub e Hilala mas nenhum foi bem sucedido. Em 2007, rebeldes da Frente Nacional de Libertação Ogaden invadiram outro campo petrolífero da China, matando 74 trabalhadores e destruindo as instalações.


O governo etíope respondeu lançando uma campanha de contra-insurgência envolvendo táticas tão brutais que a Human Rights Watch disse que se tratava de crimes contra a humanidade. Aldeias inteiras ao redor de Calub foram arrasadas.

A área permanece fortemente militarizada, com policiais e soldados patrulhando a rodovia e a zona restrita de 40 km do campo de gás.

Ismail Qamaan, 63 anos, que mora na região de Calub desde que nasceu, relatou que um caminhão grande recentemente atravessou seu bairro, derramando uma substância branca. De acordo com Ismail, as mortes aumentaram após essa ocorrência: "Eles destruíram tudo o que tínhamos - disse ele. Eles devem dar conta do que fizeram".

FONTES
After the Locust Plague ‘Disease X’ Hits Ethiopia as Villagers Die From Bleeding Eye Fever
STANGE SOUNDS, 01 de Março de 2020
https://strangesounds.org/2020/03/ethiopia-disease-x-bleeding-eye-fever-video.html
ALI, Juweria e GARDNER, Tom. The mystery sickness bringing death and dismay to eastern Ethiopia
THE GUARDIAN, 20 de Fevereiro de 2020
https://www.theguardian.com/global-development/2020/feb/20/the-mystery-sickness-bringing-death-and-dismay-to-eastern-ethiopia
FAITH, Ridler. Villagers in Ethiopia are bleeding from their noses and mouths before dropping dead as mystery sickness is blamed on toxic waste from Chinese oil drilling
DAILY MAIL/UK, 01 de março de 2020
https://www.dailymail.co.uk/news/article-8062709/Villagers-Ethiopia-bleeding-noses-mouths-dropping-dead.html
BARMAN, Sophie. 'Disease X' feared to have hit Ethiopia as dying villagers 'bleed from eyes'
DAILY STAR/UK, 29 de Fevereiro de 2020
https://www.dailystar.co.uk/news/world-news/disease-x-feared-hit-ethiopia-21601531

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Evidências Genéticas Confirmam o Relato Bíblico Sobre a Rainha Sheba


Um mural em Aksum, típico, cujo tema pode ser visto em outros murais em toda a Etiópia, representa o encontro da rainha Sheba com o rei Salomão. FOTO: Paul Raffaele.

ETIÓPIA/UK. Uma pesquisa, publicada no American Journal of Human Genetics - Genetics, also sheds light on human migration - que trata da migração na África há 60 mil anos, revelou que a população etíope apresenta claras evidências de miscigenação com povos egípcios, sírios e israelitas.

A evidência fóssil mostra que, entre os muitos sítios arqueo-antropológicos do mundo, a Etiópia destaca-se como um dos lugares onde foram - e são - encontradas informações sobre a História da Humanidade ocidental que podem ser rastreadas mais remotamente, resgatando os tempos mais antigos. Entretanto, até hoje (2012), pouco se sabe sobre o perfil genético dos Etíopes.

As pesquisas genéticas sobre materiais fósseis humanos, além de dados sobre a evolução biológica da espécie humana, fornecem dados preciosos de natureza Histórica.

Genetics, also sheds light on human migration (a pesquisa) levou à fundamentação científica que apoia o relato bíblico sobre a rainha Sheba ou Rainha de Sabá, (como mais conhecida em língua portuguesa).

Nesta investigação, o código genético de mais de 200 indivíduos pertencentes a 10 tipos humanos etíopes e mais dois procedentes de outros países africanos foram analisados. Cerca de um milhão de caracteres genéticos de cada genoma foram analisados.

O professor Chris Tyler-Smith, do Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge - UK, explicou à BBC:  

A genética pode dizer muito sobre os eventos históricos. Ao analisar a genética da Etiópia e várias outras regiões próximas constatamos que houve um fluxo gênico para a Etiópia (chegada ou introdução de diferentes tipos humanos não-nativos), provavelmente vindos do Levante (Oriente Médio) cerca de 3 mil anos atrás; e isso se encaixa perfeitamente com a história da rainha Sheba

Outro pesquisador, Luca Pagani, também do Wellcome Trust Sanger Institute, acrescentou: A evidência genética apoia a lenda da rainha Sheba.

Sarah Tishcoff, do Department of Genetics and Biology da University of Pennsylvania, comentou: 

A Etiópia é uma região onde existe grande diversidade cultural e lingüística mas, até agora, pouco é conhecido sobre esta diversidade, especialmente em termos genéticos. Este estudo elucida muito sobre a História da Antigüidade dessa região que tem um importante papel para o conhecimento de eventos remotos da migração humana.

LINKS RELACIONADOS
Os guardiães da Arca Perdida (BREVE)

FONTE: 
BRIGGS, Helen. DNA clues to Queen of Sheba tale.
BBC/english, publicado em 21/06/2012.
[http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-18526428]

sexta-feira, 2 de março de 2012

As Minas de Ouro da Rainha de Sabá

Pintura original do mural de uma igreja em Lalibela, Etiópia, a peça está agora na coleção do Museu Nacional de Adis Abeba, Etiópia.

ETIÓPIA. Em fevereiro, arqueólogos britânicos descobriram uma fabulosa quantidade de ouro. Muito além da riqueza, o achado revela um mistério bíblico e histórico: onde estavam ocultos os tesouros da famosa rainha de Sabá (ou Sheba). Segundo a Sagrada escritura judaica (o chamado Antigo Testamento), o território do reino de Sheba englobava a região onde, atualmente localizam-se o Etiópia e Iêmen.

Conta a lenda, que a rainha, impressionada com as histórias correntes sobre o rei de Israel, empreendeu uma longa viagem a fim de conhecer o monarca, considerado o mais sábio do homens sobre a Terra: Salomão. 

Isso aconteceu a cerca de 3 mil anos atrás. Seguindo o costume da época, a rainha levou valiosos presentes para o rei, entre eles, uma enorme quanridade de ouro: 4 toneladas e meia.

Recentemente, uma mina do precioso metal foi descoberta juntamente com as ruínas de um templo e um local que foi campo de batalha, no planalto de Gheralta, norte da Etiópia, local que fazia parte do territótio da rainha na Antiguidade.

Louise Schofield, arqueóloga

A arqueóloga e ex-curadora do museu britânico, chefe da expedição, Louise Schofield (foto acima) comentou: Uma das coisas que sempre amei na Arqueologia é sua associação com lendas e mitos. A descoberta das minas da rainha Sheba é extraordinária.

O primeiro indício da existência da mina foi o achado de uma estela, uma laje de pedra onde estavam espidas figuras de um sol e uma lua crescente, uma espécie de cartão de apresentação das terras de Sabá. A estela também continha uma inscrição no arcaico idioma dos sabeus, a língua falada no reino da mítica soberana.

Nas proximidades, em um monte, foram encontrados, ossadas, partes de colunas e canais de pedra finalmente esculpidos. Eram parte do templo que, ao que tudo indica, era dedicado a uma divindade lunar, típica do reino de Sheba

Embora moradores da região, mesmo nos dias atuais, ainda façam mineração de ouro em um rio, eles jamais imaginaram que estavam tão próximos das minas legendárias. Na entrada da mina, um crânio humano proporciona macabra recepção.

Sheba foi um reino poderoso. Mantinha relações comerciais com Jerusalém e com o Império romano. São famosos os incesos produzidos pelo povo de Sheba. 

Sua rainha foi imortalizada nas páginas daBíblia e do Alcorão onde sua visita a Salomão é relatada com destaque. Ali são mencionados elementos como a grande comitiva que acompanhou a governante, seus camelos carregados de especiarias e, além do ouro, pedras preciosas.

A aparência da rainha é desconhecida em seus detalhes mas certamente não era uma mulher de pele clara. Foi retratada pela imaginação dos artistas medievais bem como pelos turcos e persas. 

Sua história é conhecida em toda a África e nos países árabes. Na etiópia, sua trajetória está registrada na Bíblia copta denominada Kebra Negast.

Entre os episódios de sua vida, um dos mais conhecidos e polêmicos é sua relação amorosa com o rei Salomão, um caso que começou justamente durante a histórica visita da rainha a Israel. 

Do rei Sábio, ela teria um filho, chamado Menelik, nome que significa "filho do Sábio". Seus descendentes teriam se tornado os reis de uma dinastia da Abissínia

FONTE 
ALBERGE, Dalya. Archaeologists strike gold in quest to find Queen of Sheba's wealth.
IN Guardian/UK, publicado em 12/02/2011.
[http://www.guardian.co.uk/science/2012/feb/12/archaeologists-and-quest-for-sheba-goldmines]