RÚSSIA. Cientistas italianos afirmam ter encontrado restos de um meteorito cujo impacto de queda, segundo segundo dizem, criou um lago na Sibéria cerca de 100 anos atrás. Os cientistas estão convictos de este evento foi o responsável pelo misterioso episódio de Tunguska, a explosão atmosférica que causou algumas estranhas anomalias ambientais na região.
Todavia, os russos questionam a descoberta e nos jornais do país, a revelação tem sido chamada de "Hoax italiano" e "As inacreditáveis aventuras dos italianos na Sibéria".
Mas os italianos insistem em suas afirmações. Eles trabalham na área desde 1991. Pertencem ao Institute for Marine Geology, de Bologna. Alguns dos pesquisadores da equipe, como Luca Gasperine, conhecem a taiga local melhor que muitos habitantes nativos.
Gasperine explica: Eu sou fascinado pelo mistério de Tunguska desde a infância e sonhei em encontrar essa resposta durante toda a minha vida. Por isso, logo que tive a chance, organizei uma equipe de especialistas e viemospara a Rússia.
A hipótese de encontrar essa resposta no Lago Cheko foi concebida, pela primeira vez, pelos cientistas soviéticos (ou seja, quando a Rússia era o país líder da extinta União Soviética) Vladimir Koshelev e Kirill Florensky, que cogitaram na idéia de que a cavidade do lago poderia ser uma cratera formada pelo impacto de queda de um meteorito. Na época, porém, não havia meios de provar essa teoria.
BELEZA & HORROR NO CÉU
A notícia de que um meteorito tinha caído nataiga siberiana foi uma sensação internacional em junho de 1908. Alguns dias antes, outro fenômeno chamou a atenção no Hemisfério Norte: nuvens pratedas apareceram no céu e causaram pânico, sendo vistas em toda a Europa, Rússia e até no Japão.
Quando ocorreu a explosão em Tunguska, os episódios foram relacionados: as nuvens de prata seriam aglomerados de poeira interestelar da cauda de um cometa que tinha entrado na estratosfera terrestre. Depois, uma esfera flamejante caiu: seria o núcleo do cometa. Uma testemunha da época, mineiro na Sibéria, Semyon Semyonov, contou que viu:
Eu estava trabalhando com um machado quando vi, de repente, o céu dividido em dois e, em seguida, o fogo apareceu sobre a floresta. Naquele momento senti muito calor, como se minha camisa estivesse em chamas. Eu queria arrancá-la mas, então, o céu pareceu se fechar e uma forte pancada soou. Fui jogado para fora da varanda, onde estava. Depois disso, veio um barulho, como se rochas estivessem caindo do céu, como canhões disparando. A terra tremeu e um vento quente veio do norte. Tudo isso deixou vestígios no chão.
Na década de 1960, os cientistas soviéticos determinaram que o Lago Cheko, com seus5 km de diâmetro e forma circular incomum, como marco zero do Caso Tunguska. O lago poderia ter sido, originalmente, uma cratera formada pelo impacto de um meteoro que, mais tarde, foi preenchida pelas águas do rio Kimchu. Hoje, os italianos não têm dúvida de que isto foi o quê realmente aconteceu. Gasperini relata:
Nossa equipe fez perfurações e colhemos amostras do solo a partir da margem do lago. Descobrimos que, sob o lodo, havia uma camada totalmente diferente de formação sedimentar à qual chamamos de "lama siberiana" ou "hairball". O solo estava misturado com resíduos de madeira. Também descobrimos vestígios de pólen datados em mais de cem anos. Tudo isso evidencia que o lago é uma formação recente no ambiente da floresta.
Há três anos, os cientistas italianos realizaram outro teste usando sonares para fazer um mapa tridimensional do leito do Lago Cheko.
Os lagos siberianos, em geral, são pouco profundos e têm o fundo plano. Sua origem explica esse fato: esses lagos foram formados pela erosão produzida pelas geleiras durante a última Era Glacial. O Lago Cheko, no entanto, tem o leito, (o fundo) cônico e sua profundidade mínimaé de 50 metros. A explicação para essa diferença entre o Cheko e os outros lagos da região é que a cavidade do Cheko foi produzida pela força do impacto de um meteoro.
Além disso, o professor da Universidade de Trieste, Michel Pipan, utilizando um helicóptero, obteve uma fotografia geomagnética da área do lago e arredores.
A fotografia revelou uma perturbação notável do campo eletromagnético logo acima do lago o quê significa a existência de material capaz de provocar esse efeito: presumivelmente, ferro. Um componente da massa de um meteoro.
REGISTROS HISTÓRICOS
Gasperini e sua equipe também buscaram evidências nos arquivos geológicos russos: Pensamos que poderíamos encontrar um registro documental de não existência deste lago antes do evento Tunguska. Nós conseguimos.
Um mapa de 1883 da província de Eniseisk preservado em um dos arquivos de Krasnoyarsk, mostra que não havia lago naquele lugar. Também não há referências ao lago em cartas, relatórios policiais e nem em qualquer outro documento do século XIX (anos 1800).
Agora, os italianos precisam dar um passo à frente para provar sua teoria. Obter uma amostra do solo do fundo do lago. Para isso, eles vão utilizar uma plataforma de perfuração flutuante. A realização desta etapa ainda depende de conseguir o dinheiro suficiente para montar o equipamento.
Apesar dos avanços dapesquisa dos italianos os russos têm suas razões para duvidar da descoberta. O chefe da Russian Academy Of Sciences e diretor de estudos comparativos em planetologia e laboratório de Meteoritos - Milhail Nazarov comentou:
Foi provado, há muito tempo, que o meteorito explodiu no ar, desintegrando-se em poeira microscópica. O Lago Cheko foi examinado. Nossos especialistas, incluindo o cosmonauta Georgy Grenchko, mergulharam no local duas vezes sem encontar nenhuma evidência de queda de meteorito no leito daquelas águas.
MISTÉRIO
É curiosa a descrença dos cientistas russos e sua insistência em desmoralizar a idéia de que o lago tenha origem no impacto de um objeto que caiu do céu. Mas, talvez, essa descrença tenha uma razão que as autoridades preferem não discutir nem descobrir.
Há relatos de que o quê caiu do céu naquela ocasião, de fato, não foi um meteoro nem o núcleo de um cometa mas, uma nave espacial, em uma ação heróica (e suicida) de alienígenas que, teriam destruído, literalmente pulverizado - um corpo celeste de enorme proporções que estaria em rota de colisão com a Terra.
O impacto desse corpo deleste, isto - sim, se tivesse ocorrido, teria provocado uma tragédia global, muito mais impactante que a formação de uma cratera e destruição da vegetação local. Este Blog tem uma matéria sobre essa teoria:
Quando Alienígenas Salvaram a Terra.
Para realizar essa proeza, estes alienígenas dispuseram-se a pagar um alto preço: deram as próprias vidas e, no fim da operação, o que caiu na taiga siberiana, foi a espaçonave que, tendo ficado sem controle pelo efeito de sua proximidade com o astro invasor e da explosão que se seguiu, sofreu um grave acidente, em Tunguska, no qual morreram todos os tripulantes.
FONTE: ETTORE, Natalia e TIKHOMIROV, Vladimir. Scientists uncover evidence in Siberia's century-old meteorite mystery.
RUSSIA BEYOND HEADLINES, publicado em 28/06/2012.
[http://rbth.ru/articles/2012/06/28/scientists_uncover_evidence_in_siberias_century-old_meteorite_myster_16012.html]