A placa adverte: Atenção. Sucuri. Trânsito Interrompido. Foto: Ernesto Rodrigues/AE
SÃO PAULO – Na região metropolitana do Grajaú, no Parque Residencial do Lagos, às margens da represa Billings uma cobra com mais de 5 metros de comprimento está assustando as mil e duzentas famílias que moram no local.
O monstro, uma "sucuri", mais conhecida em língua inlesa como "Anaconda" (provavelmente uma Eunectes murinus) é considerada uma das maiores e mais robustas entre as cobras togdas as mundo.
Por enquanto, ela somente conseguiu atacar animais de pequeno a médio porte, como capivaras, galinhas e patos; porém nada impede que possa capturar um ser humano, especialmente os de menor porte, como crianças e adolescentes.
A presidente da Associação de Amigos do Parque, Vera Lucia Basalia, 61 anos (em 2011) conta: É um monstro que coloca a cabeça para fora da água e mergulha, levantando a cauda gigantesca. Até um cachorro ela já levou. No principal píer do parque, Basalia colocou uma placa que adverte: Perigo: Sucuri. A própria Basalia classificou o animal: Eu nasci em Mato Grosso. Essa cobra só aparece lá na Amazônia... (mas esta é a sucuri peregrina do Grajaú...).
Por razões desconhecidas, longe de seu ambiente de origem, a Sucuri encontrou morada na Represa Billings e ninguém sabe como o animal chegou ali. Em meio ao mistério que envolve a origem da criatura já apareceram diferentes versões sobre sua presença na área.
A língua do povo põe a culpa em um japonês não identificado. Ele teria levado a cobra para Grajaú e começou a criá-la. Por fim, decidiu soltá-la na lagoa. O tempo de aparecimento da cobra nas águas também controverso: apareceu há uns 20 dias, diz a maioria mas Janete Marques da Silva, 53 anos, afirma: Fala-se dela desde 2003. Essa mulher acredita que o ofídio até já deu crias: Dez crias; a mais velha de ter uns dez anos atualmente.
O jovem feirante Elanes Santos Moreira, 16 anos, quase foi vítima do monstro. Mesmo alertado, resolveu pescar na represa. Ele relata: De repente, ela apareceu, colocou a cabeça fora d'água. Eu fiquei pálido.
Vera Basalia tentou fotografar o bicho mas reclama do cansaço, por causa das vigílias, dia e noite. Ainda não obteve a imagem e descreve: Ela é feia demais. Tem a cabeça do tamanho de uma bola de handball. Avisados, os bombeiros estão de prontidão para tentar capturar o animal. Mas acobra é imprevisível e somente uma paciente tocaia poderá surpreendê-la. Acompanhemos o caso e aguardemos um flagrante fotográfico do monstro da Represa Billings.
FONTE: SAMPAIO, Paulo. Grajaú tem também seu monstro do lago Ness.
IN Estadão/SP, publicado em 01/05/2011
[http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110501/not_imp713261,0.php]