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domingo, 19 de outubro de 2014

Coulrophobia. O insólito medo de palhaços




A Coulrophobia ou medo de palhaços, é um termo de origem recente, cunhado nos anos de 1980 no contexto hipertextual da Internet - porque antes de surgir na Internet não parece em nenhuma publicação psiquiátrica impressa. O prefixo coulro parece derivar do grego antigo - κωλοβαθριστής (kōlobathristēs) - que se refere aos artistas que dominam a habilidade de andar sobre pernas de pau.

IMAGEM. Keying Up, The Court Jester, 1875 - de William Merritt Chase (1849–1916).     
Pennsylvania Academy of the Fine Arts


OS PALHAÇOS têm um lugar/efeito confuso na psique humana. Se, em geral, remetem ao riso, para muitas pessoas, inspiram desolação, tristeza e, ainda, horror. A questão é, de onde vem a 'fobia de tantos diante das figura do palhaço - ou, em termos científicos, a Coulrophobia. A resposta pode ser rastreada nos anais da História.

Os palhaços, como figuras dramatúrgicas à serviço do divertimento de nobres e governantes, remontam ao Egito Antigo - onde aparecem os primeiros documentos sobre o tema, por volta de 2,400 anos antes de Cristo. Existiram também nas sociedades grega e romana.

Ao longo das Idades da Civilização, 'evoluíram para a figura, muito conhecida, do bobo da corte, associados aos salões aristocráticos da Idade Média. Os bobos da corte tinham o dever de ser engraçados e deveriam utilizar todos os recursos da arte cênica para fazer as pessoas rirem.

Porém, a ideia de engraçado, na época, em nada se relacionava com ingênuas brincadeiras infantis. O repertório daqueles palhaços e 'bobos tratava de temas lascivos e violentos que, não raro, com muita habilidade, criticavam até mesmo os reis.


 

"I'm GRIM-ALL-DAY so you can laugh all night!" (Eu sou Grimaldi então você pode rir a noite inteira).  Um trocadilho fonético, era a frase preferida do palhaço Grimaldi.
ILUSTRAÇÃO de George Cruikshank (1792–1878): Joseph Grimaldi caracterizado como Palhaço Joey, 1820.

Porém, o palhaço caracterizado por uma maquiagem padrão, tal como é identificado atualmente, este, somente apareceu no século XIX (sec. 19, anos de 1800), quando Joseph Grimaldi, um ator londrino (sim, porque todos os palhaços são atores),  pintou o rosto de branco, as bochechas de vermelho e vestiu um traje extravagante e muito colorido.

Nesta época, palhaços eram entretenimento para adultos porque seus 'atos (performances) eram, não raro, grosseiros, lascivos, não recomendados para crianças.

Além disso, Joseph Grimaldi, assim como outros de sua profissão, ao tirar a maquiagem vivenciava uma realidade, em sua vida privada, que nada tinha de engraçada.

Fora do teatro Grimaldi teve uma vida terrível, escreveu Linda Rodrigues Mc Robbie - Seu pai era um alcoólatra e um tirano; sua esposa (de Grimaldi), morreu de parto e seu filho, alcoólatra, como o avô, morreu aos 31 anos. O próprio Grimaldi era alcoólatra e morreu na miséria.


PIERROT, O PALHAÇO ASSASSINO



IMAGEM.  Fotografia de litografia. Jean Gaspar Deburau como Pierrot.
Auguste Bouquet, 1830.

Enquanto isso, na França, Jean Gaspar Deburau, tornou-se famoso com sua criação de palhaço, ao qual denominou Pierrot, caracterizado também com o rosto branco mas com pronunciadas sombrancelhas pretas e lábios deformados, muito vermelhos. Porém, não foi a atuação de Deburau que o tornou famoso.

Em 1836, durante uma apresentação, que um garoto zombou dele. Furioso com o desacato, o 'Pierrot matou a criança com uma vigorosa bengalada. Jean Gaspar Diderot foi absolvido pelo crime mas a imagem do palhaço assassino ficou para sempre na mente de muitas pessoas.

Possivelmente, a vida de Deburau veio a inspirar uma opera italiana que tornou-se muito popular em 1892 com a encenação da ópera Pagliacci (palhaços, em italiano, pagliaccio, no singular). Essa talvez tenha sido a primeira representação - em arte cênica - do 'palhaço assassino.




IMAGEM. Cromolitografia. Cartaz original do Barnum Circus, 1900.

Ainda nos anos de 1800, os palhaços tornaram-se comuns nos espetáculos circenses porém, mesmo neste ambiente de entretenimento, ainda inspiraram terror em muitos espectadores. 

Em 1876, crítico literário francês, Edmond de Gongourt (1822-1896), descreveu a dramaturgia dos palhaços como 'a representação do pátio de um manicômio

A arte dos palhaços é aterrorizante, repleta de ansiedade e apreensão com seus atos suicidas, gestos grotescos e o mimetismo frenético lembrando o pátio de um manicômio.


WILLIE, O CANSADO



IMAGEM. Emmett Kelly, Jr. na New York World's Fair. Patrick Cullinan, Jr. 1964
 

No fim do século XIX e começo do do século XX, os circos floresceram nos Estados Unidos da América. Havia caravanas que viajavam por todo o país à bordo de trens. 

Nessa época, os palhaços caracterizados como vagabundos tornaram-se comuns, com sua maquiagem triste, seu aspecto sombrio, suas roupas esfarrapadas. Destes, um dos mais famosos foi Emmett Kelly, cujo personagem, Weary Willie (Willie, o Cansado), nasceu durante a grande depressão (1929).


POGO, O SERIAL KILLER

 

ESQ. Gacy, preso e condenado à pena capital, passou mais de duas décadas no corredor da morte. Ali, ele mesmo fez o desenho na imagem acima (dir.)

Nos anos de 1970, um palhaço serial killer assustou o mundo. John Wayne Gacy (1942-1994), palhaço registrado na associação destes profissionais, usando o nome de Pogo, foi preso por abuso sexual e assassinato de mais de 29 jovens na cidade de Chicago (EUA). 

Capturado em 1978, ele disse aos policiais, Vocês sabem... palhaços podem escapar de um assassinato. Estava enganado. Condenado a 21 prisões perpétuas e 12 penas de morte, Gacy foi executado em 1994.

FONTES
BURK, Robin. Why are people so scared of clowns? History might have an answer
TECHTIMES, 16/10/2014
[http://www.techtimes.com/articles/18025/20141016/why-are-clowns-so-freaking-scary.htm]
WILLET, Megan. A Brief History Of Clowns, And Why They're So Darn Scary
BUSINESS INIDER, 06/08/2013
[http://www.businessinsider.com/why-people-are-scared-of-clowns-2013-8?op=1]
COULROPHOBIA IN WORLD WIDE WORLDS
[http://www.worldwidewords.org/weirdwords/ww-col2.htm]

domingo, 1 de maio de 2011

O Monstro da Represa Billings



A placa adverte: Atenção. Sucuri. Trânsito Interrompido. Foto: Ernesto Rodrigues/AE


SÃO PAULO – Na região metropolitana do Grajaú, no Parque Residencial do Lagos, às margens da represa Billings uma cobra com mais de 5 metros de comprimento está assustando as mil e duzentas famílias que moram no local.

O monstro, uma "sucuri", mais conhecida em língua inlesa como "Anaconda" (provavelmente uma Eunectes murinus) é considerada uma das maiores e mais robustas entre as cobras togdas as mundo.

Por enquanto, ela somente conseguiu atacar animais de pequeno a médio porte, como capivaras, galinhas e patos; porém nada impede que possa capturar um ser humano, especialmente os de menor porte, como crianças e adolescentes.

A presidente da Associação de Amigos do Parque, Vera Lucia Basalia, 61 anos (em 2011) conta: É um monstro que coloca a cabeça para fora da água e mergulha, levantando a cauda gigantesca. Até um cachorro ela já levou. No principal píer do parque, Basalia colocou uma placa que adverte: Perigo: Sucuri. A própria Basalia classificou o animal: Eu nasci em Mato Grosso. Essa cobra só aparece lá na Amazônia... (mas esta é a sucuri peregrina do Grajaú...).

Por razões desconhecidas, longe de seu ambiente de origem, a Sucuri encontrou morada na Represa Billings e ninguém sabe como o animal chegou ali. Em meio ao mistério que envolve a origem da criatura já apareceram diferentes versões sobre sua presença na área.

A língua do povo põe a culpa em um japonês não identificado. Ele teria levado a cobra para Grajaú e começou a criá-la. Por fim, decidiu soltá-la na lagoa. O tempo de aparecimento da cobra nas águas também controverso: apareceu há uns 20 dias, diz a maioria mas Janete Marques da Silva, 53 anos, afirma: Fala-se dela desde 2003. Essa mulher acredita que o ofídio até já deu crias: Dez crias; a mais velha de ter uns dez anos atualmente.

O jovem feirante Elanes Santos Moreira, 16 anos, quase foi vítima do monstro. Mesmo alertado, resolveu pescar na represa. Ele relata: De repente, ela apareceu, colocou a cabeça fora d'água. Eu fiquei pálido.

Vera Basalia tentou fotografar o bicho mas reclama do cansaço, por causa das vigílias, dia e noite. Ainda não obteve a imagem e descreve: Ela é feia demais. Tem a cabeça do tamanho de uma bola de handball. Avisados, os bombeiros estão de prontidão para tentar capturar o animal. Mas acobra é imprevisível e somente uma paciente tocaia poderá surpreendê-la. Acompanhemos o caso e aguardemos um flagrante fotográfico do monstro da Represa Billings.

FONTE: SAMPAIO, Paulo. Grajaú tem também seu monstro do lago Ness.
IN Estadão/SP, publicado em 01/05/2011
[http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20110501/not_imp713261,0.php]


sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Atenda o Celular... e Morra


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KENIA – Neste o país a leste-centro da África, na noite de terça-feira, 31 de agosto [2010], as autoridades tiveram de mobilizar funcionários do governo para controlar uma crescente histeria em torno de rumores sobre chamadas telefônicas assassinas.

Em Nairobi, capital do país e em outras grandes cidades,a informação é de que um número fantasma aparece em vermelho nas telas dos celulares. Ao atender a chamada, a vítima recebe uma alta dose de radiação de alta frequência que provoca hemorragia cerebral e morte imediata.

O boato espalhou-se por meio de torpedos, mensagens de textos cuja origem não foi, ainda, localizada, que diziam: Por favor, não atenda as chamadas dos números 7888308001, 9316048121, 987666211, 9888854137, 9876715587. Estes números aparecem em côr vermelha. Você pode ter hemorragia cerebral devido à alta freqüência [É mole?! Pela baba de Bloody Mary!].

Os funcionários do governo tentam acalmar a população explicando que os tais números não existem mas as mensagens de texto se espalharam por todo o país desde que a telefonia celular, tornou-se mais barata e acessível aos cidadãos mais pobres em países do leste Africano.

The Communication Commission of Kenya [Comissão de Comunicações do Kenia] divulgou nota dizendo que as investigações mostram que as mensagens são falsas e estão sendo geradas por pessoas sem escrúpulos empenhadas em disseminar o pânico entre a população.

Variantes de disseminação deste tipo de mensagem de texto foram relatadas em abril de 2007, no Paquistão. Naquele país, as mensagens diziam que ao atender a chamada a vítima estaria sujeita à impotência e esterilidade. 

Casos semelhantes ocorreram na Índia, Oriente Médio e, também, já outros países africanos. É a Lenda Urbana do Celular em plena em formação. Falta do que fazer, má-fé e cretinice também se atualizam. Meditemos...

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FONTE:  
MWAURA, Paul. Mobile phone users in Kenya urged to ignore death messages doing rounds.
IN News Time of Africa – publicado em 01/09/2010
[http://www.newstimeafrica.com/archives/13802]