sábado, 24 de agosto de 2024

🦕 REPTILIANOS: A EVOLUÇÃO DOS DINOSSAUROS

Trad, adaptação e texto final.: por @LygiaCabus
Publicação original: Junho, 2012
Os Dinossauros podem ter evoluído, podem ter-se tornado inteligentes e mesmo, terem migrado, da Terra para o Espaço sideral onde colonizaram outros planetas. 

Esta é a teoria que o cientista Ronald Breslow, da University of Columbia apresenta em seu estudo Provas da provável origem da homoquiridade em aminoácidos.

A hipótese central postulada neste estudo é que algumas moléculas, incluindo moléculas de DNA existem em formas que se espelham, um fenômeno conhecido como quiralidade.

Por outro lado, alguns pesquisadores sugerem que os aminoácidos, essenciais para o surgimento da vida tal é conhecida, chegaram à Terra à bordo de meteoros, há 4 milhões de anos. Breslow cogita que, se esta hipótese for verdadeira - a chamada Panespermia - é provável que a vida em outros planetas seja baseada nessas mesmas unidades essenciais, os aminoácidos.

Beslow, então, desenvolve o raciocínio para a idéia de que os aminoácidos estão na origem dos Dinossauros.

Os mamíferos, que somos nós, predominaram neste planeta porque os dinossauros foram, supõe-se, aniquilados. Mas, em um planeta similar à Terra, esta eventualidade pode não ter ocorrido (sequer provou-se que esse impacto foi, de fato, causa da extinção dos dinossauros terráqueos). Se não fossem aniquilados, na Terra ou em qualquer outro globo, os dinossauros teriam evoluído e hoje, seriam a espécie dominante neste ou em outro planeta qualquer.

Se isso tivesse acontecido na Terra, talvez os mamíferos não existissem mais, ou jamais tivessem evoluído. Provavelmente, seriam presas fáceis dos Senhores Sauros da Terra, que teriam pelo Humanidade a mesma consideração que os seres humanos têm por um rebanho de bovinos.

A idéia deste cientista é um argumento a mais para as teorias da REALIDADE OCULTA que defendem a existência de uma elite oculta, de seres reptilianos que controla, até hoje, os destinos da Terra como um todo e da raça humana.

Desde os Arcontes, crença dos Gnósticos, os Predadores, anunciados pelo esotérico Carlos Castañeda da (A Erva do Diabo e outros livros) até os Anunnaki, revelados por Zecharia Sitchin - a sombra dos reptilianos tem estado presente no inconsciente coletivo das civilizações dos mamíferos humanos.

REPTILIANOS
IMAGEM: Nobu Tamura

Os pesquisadores da "Conspiração Reptiliana" já têm um perfil traçado dessa misteriosa raça. São seres, obviamente - inteligentes que pertencem a um mundo quase sobrenatural. 

Muito evoluídos tecnologicamente, pertencem à família Reptiliabípeda, como os trodontes (Troodon formosus) e os laelonosauros (Leaellynasaura) e sua forma é antropomórfica, humanóide. Também são chamados de cryptids e, ainda, dinossauróides.
Troodonte e sua possível evolução: reptilianos

Sua presença na Terra perde-se na bruma das Eras. Seriam mais antigos, como espécie, que qualquer registro pré-histórico e ao contrário do pensam os cientistas contemporâneos, são sobreviventes do evento, que - tenha sido qual for, supõe-se, extinguiu os dinossauros.

Para muitos estudiosos, esse evento foi a queda de um meteorito na região da península de Yucatán. A queda, em si mesma, não foi a causa determinante do aniquilamento de toda uma espécie de fauna e flora mas, as drásticas mudanças climáticas desencadeadas pela catástrofe teriam sido fatais para as formas de vida da época.

Segundo uma das versões  da teoria Reptiliana, essas dificuldades ambientais não teriam sido capazes de exterminar todos os indivíduos das espécies de dinossauros. (O que não deixa de ser uma hipótese muito provável).

Os que sobreviveram, adaptaram-se. Recolheram-se, buscaram proteção em cavernas, nos subterrâneos do planeta e ali continuaram sua marcha evolutiva, física e mental. Não é absurdo supor que a luta contra as adversidades tenha, de certa forma, estimulado o desenvolvimento da inteligência daqueles seres, tal como aconteceu com os seres humanos.

Mais especificamente, muitos teóricos da evolução réptil acreditam que aqueles sobreviventes devem ter buscado abrigo na Antártida, um lugar protegido que poderia ter sido o primeiro habitat subterrâneo dos saurópodes.

A REALIDADE POSSÍVEL DA MITOLOGIA
Nagas, as Serpentes da Sabedoria da Índia Antiga

Na esfera da mitologia, os reptilianos são deuses-serpente. As serpentes estão presentes na mitologia de todos os povos do mundo. Em geral, essa recorrência é interpretada como uma simbologia: serpentes seriam signos que representam sabedoria.

Mesmo na Bíblia judaico-cristã, embora a serpente seja acusada de provocar a queda do homem na matéria, ela o faz induzindo a Eva a comer um determinado fruto: o fruto do Conhecimento do bem e do mal, ou seja, um fruto que confere Sabedoria.

No relato bíblico, a serpente é descrita como um animal que, antes de ser "possuída" pelo anjo caído, (para alguns, Azazel, para outros, Lúcifer), era dotado de membros locomotores e manipuladores: pernas, braços e mãos.

Rastejar sobre o próprio ventre foi o castigo de Deus pela sedução perpetrada contra Eva. O próprio diabo possui, em algumas representações, características de réptil: língua bifurcada, corpo coberto de escamas, cauda, presas e unhas aguçadas.

Na Índia, essas serpentes são os Nagas ou Sarpas, que também vivem nos subterrâneos da Terra e são associados a uma enorme Sabedoria e, ocultamente, interagem com os seres humanos. No Oriente Médio, os reptilianos são considerados como demônios ou, uma raça de Djins (gênios).
Na Grécia Antiga, Cécrope (imagem acima - em grego, Κέκροψ - significa "face com cauda"), para alguns, um autóctone da Ática, ou seja, filho de Gaia - a Mãe Terra; 

Caio Júlio Higino, escritor da Roma Antiga - (espanhol, 64 a.C.-17 d.C.) dizia que Cécrope ,era filho de Vulcano.

Jerônimo de Stridon (347-420 d.C) ou, para os cristão católicos, São Jerônimo, afirmava que era egípcio, tendo governado Atenas entre 1558 e 1508 a.C.

O lendário personagem que teria sido o primeiro rei da daquela cidade-estado era descrito como sendo metade homem, metade serpente.

Na Era dos Titãs, que precedeu o advento dos Homens, os gigantes, os Klyteios possuíam caudas de serpente no lugar das pernas. Como em outras tradições, também a este semideus é atribuída a introdução dos princípios da civilização: abolição dos sacrifícios de sangue, monogamia, invenção da escrita e o costume de enterrar os mortos.

METAMORFOS
 
Na China, Japão e Coréia, a tradição fala de tempos imemoriais nos quais o mundo era governado por Reis-Dragões, que habitavam reinos submarinos e deram origem a uma linhagem humana terrestre. Estes seres tinham a capacidade metamórfica de mudar sua forma draconiana para uma aparência humana.

Entre toltecas e maias, o deus Gucumatz é chamado serpente da sabedoria, aquele que concedeu o Conhecimento à Humanidade. Para os Astecas, é Quetzalcoalt, o mestre das ciências, chamado por outras culturas pré-colombianas de Kukulkan. Na Colômbia, Bachue, a primeira mulher, é uma deusa que foi transformada em uma cobra; ela é a Serpente Celestial.

Os indígenas Hopi (USA,Arizona) acreditam que existe no mundo uma raça reptiliana, os irmãos-cobra, que vivem no subsolo. Essa crença, guardando diferenças locais, também é compartilhada por outras tribos, de nativos norte-americanos, como os Cherokee.

(É curioso que, sendo a cobra, a personagem central desses mitos, a raça dos senhores ocultos do mundo seja chamada de reptiliana e, não, mais apropriadamente - Ofidiana...).

EVOLUÇÃO: DO RÉPTIL AO MAMÍFERO PRIMATA
por Lygia Cabus

Em meio a todas essas especulações, é um tanto surpreendente que ninguém, entre teóricos da conspiração, biólogos evolucionistas ou estudiosos da mitologia, nenhum pesquisador jamais tenha cogitado que répteis sobreviventes de um cataclismo possam ter evoluído para a forma de vida dos mamíferos primatas.

GALINHA VIVÍPARA

Em Abril de 2012, no Sri Lanka, uma galinha reproduziu-se de modo vivíparo, ou seja, deu à luz um pinto sem ovo. Diz a reportagem: O pinto nasceu sadio e totalmente formado. A galinha morreu (VOZ DA RÚSSIA, 2012). Porém, um fato como esse mostra que a Natureza deste planeta é excepcionalmente versátil, criativa.

Estudos embriológicos já demonstraram que os seres humanos, em seus estágios de desenvolvimento, durante a gestação, possuem um resquício de cauda e que o osso chamado cóccix, localizado na extremidade inferior da coluna vertebral tem a característica de uma cauda residual.

Mesmo atualmente, algumas pessoas, e não é tão raro assim, eventualmente, nascem com uma  chamada malformação, uma cauda. Outras, têm alterações genéticas que fazem sua pele ser mais grossa e coberta de pêlos.

A Natureza tem uma Lei muito eficiente para preservar a vida das criaturas: adaptar-se para sobreviver. Sabemos que os dinossauros e as serpentes, esses animais foram e são ovíparos.

Ocorre que, diante de um ambiente inóspito, essa forma de reprodução pode representar uma enorme desvantagem. Pode mesmo significar a completa extinção de uma espécie.

Os ovos ficam expostos às intempéries. Necessitam de uma vigilância constante.  A casca, mesmo de ovo de dinossauro, é frágil se submetida a fortes impactos.

A forma de reprodução vivípara proporciona ao feto a segurança do ambiente uterino. A proteção de estar dentro do organismo de um ser adulto, mais apto a se defender de uma grande variedade de agentes agressivos.

Além disso, as crias dos mamíferos contam com uma fonte de alimentação acessível e segura durante o período em que seu organismo ainda é extremamente frágil.

Talvez, apenas talvez, o homo sapiens de hoje seja o herdeiro insuspeitado dos dinossauros, reptilianos ou ofidianos do mais recuado passado da vida na face da terra. E essa mitologia global em torno dos répteis seja apenas a lembrança remotíssima dos seres que foram um dia.

FONTES
Cecrope. WIKIPEDIA/Italiano. [http://it.wikipedia.org/wiki/Cecrope]. Acessado em 16/06/2012.
Cécrope I. WIKIPEDIA/Português. [http://pt.wikipedia.org/wiki/C%C3%A9crope_I]. Acessado em 16/06/2012.
Galinha vivípara em Sri Lanka. VOZ DA RÚSSIA, publicado em 19/04/2012.
Acessado em 19/04/2012.
[http://portuguese.ruvr.ru/2012_04_19/Galinha-viviparo-Sri-Lanka-Curiosidades/]
Reptiles Humanoides. IN Las Crónicas del Gìrkú. Publicado em 16/11/2008. Acessado em 17/06/2012. [http://cronicasdelgirku.blogspot.com.br/2008/11/reptiloides.html]
Reptilianos: Ciencia y mitos esotéricos que alimentan la conspiración. URGENTE-24 | ÁREA X.
Acessado em 16/06/2012.
[http://urgente24.com/areax/2012/06/reptilianos-ciencia-y-mitos-esotericos-que-alimentan-la-conspiracion/]
So it was the chicken that came first... NOT the egg: Age-old question laid bare after hen gives birth to live youngster. DAILY MAIL, publicado em 24/04/2012.
Acessado em 16/06/2012.
[http://www.dailymail.co.uk/news/article-2134242/Chick-born-egg-Sri-Lanka-So-chicken-came--NOT-egg.html].

segunda-feira, 19 de agosto de 2024

🐎🕵️‍♂️ OS SEGREDOS DO DESERTO DE GOBI

#lugaresfantasticos
pesquisa & texto @LygiaCabus
HALL, Manly P.. 
The Secrets of Gobi Desert
IN The Mysteries of Asia.
Kessinger Publishing, 2004
Google Books acessado em 11/04/2009
O deserto de Gobi, o quinto maior deserto do mundo, localiza-se entre o norte e noroeste da China e ao sul da Mongólia, estendendo-se por uma área de 1 milhão 295 km². Ali existem diferentes ecossistemas, variações climáticas e topográficas. Sua amplitude térmica é espantosa. A média anual situa-se entre -2,5ºC +2,8º C, porém, em suas diferenças extremas a temperatura pode ser extremamente quente, 38, 39º C ou fria -47ºC. 

Seus ventos a 30 metros por segundo. É um dos mais preciosos sítios arqueológicos do mundo onde são encontrados fósseis petrificados a céu aberto. No passado, o Gobi foi uma movimentada rota de caravanas, a Silk Road - Rota da Seda, ao longo da qual floresceram cidades importantes.
É o habitat de animais raros como camelo-bacteriano [de duas corcovas] e o cavalo-de-przewalski [Equus przewalski]. Também abriga uma criatura mítica, o Aka Allghoi Khorhoi [Olghoï-Khorkhoï], um verme monstruoso que mata suas vítimas com um ácido venenoso. Não tem cabeça nem patas e sua cor é vermelho sangue. A criatura movimenta-se de modo estranho, como que girando, É atraída pela cor amarela.Tocá-lo produz morte instantânea. Dele também se diz que dá choques elétricos. 

A criptozoologia, estudando esta criatura, conclui que se trata, de fato, de um verme muito fino, medindo cerca de 1 metro de comprimento. Sua existência foi documentada, pela primeira vez, em 1926. O criptozoólogo francês Michael Raynal identificou o verme da morte como uma espécie desconhecida de anfisbeno, um réptil que vive em túneis subterrâneos. Todavia, há quem discorde porque os répteis anfisbenos são criaturas inofensivas.

No Oriente, todo o povo sabe que o deserto de Gobi é um lugar de grande solenidade e mistério, guardado por monstros malignos porque aquele lugar foi escolhido como morada de deuses e semideuses que desceram das esfera espirituais da santidade e da bem-aventurança, tomando formas humanas nas areias douradas.

A mitologia asiática está repleta de criaturas de origem sobrenatural que se misturam e agem em meio aos homens. Um tênue véu entre dimensões espaciais é separa o visível do invisível no pensamento dos orientais. O "olho da alma" as vezes permite ao Iniciado, ao iogue mendicante, ao brâmane, ao monge budista, entrever o vulto diáfano dos imortais que continuam mantendo Silêncio para os ouvidos da Humanidade.

No Ocidente, acredita-se que os "donos do mundo" controlam seus semelhantes em virtude da autoridade com que se revestem justificados por direitos de nascimento ou por direitos civis de eleição. Para os orientais, a autoridade de alguns não são realizações terrenas. 

A "raça humana" é guiada através das Eras pela divina Providência. Os reis e todos os líderes que presidem as grandes, nações em todo o mundo, são eles próprios, governados pela Grande loja Branca [Great White Lodge], uma espécie de Conselho executivo composto de deuses, semideuses e super-homens. Seres que se reúnem a cada sete anos na cidade sagrada de Shamballa, no coração do deserto de Gobi.

O místico oriental diz que a Cidade Sagrada é constituída de uma substância etérica que somente pode ser percebida pelo Olho de Shiva [glândula pineal] desperto. 

O Templo da Grande Fraternidade Branca localiza-se em uma rocha Azóica [tempo remotíssimo, época da formação das rochas quando, segundo a ciência atual, não existia vida na face da Terra]. Este rochedo é chamado Ilha Sagrada porque, quando o deserto de Gobi era um vasto oceano, somente esta elevação pétrea aparecia, isolada, acima do nível das águas. Esta "ponta de pedra" jamais submergia.

Os filósofos asiáticos [hindus, tibetanos, chineses etc..] reconhecem numerosas mudanças, movimentos, alterações na face do planeta; uma delas é alteração dos pólos. Quando o corpo magmático deste globo começou a esfriar, os pólos solidificaram-se primeiro e, assim, em cada região polar ergueu-se uma ilha. 

Descendo destas regiões, os mortais do "primeiro sol" [Hiperbóreo] trouxeram ao mundo o germe de cada criatura viva. Quando a Terra atingiu um estágio ecológico de habitabilidade, a vida polar migrou para diferentes áreas continentais.

Sobre a calota do primitivo pólo Norte [que não se localizava no ponto atual] ergueram seu templo e consagraram toda a Ilha com a proteção dos encantamentos mágicos contra as possíveis incursões de vândalos. 

O lugar foi cercado de espíritos guardiões que assumiram forma de cobras. Eles formam o Anel dos Nagas, as serpentes angélicas. O primitivo pólo Norte situava-se, portanto, no deserto de Gobi. 

Para os orientais, é um lugar sagrado: morada e lugar de repouso dos imortais, berço onde todos os seres mortais têm sua origem. Cada nova raça ou espécie de ser que aparece na Natureza terrena, aparece, antes, o interior da Mongólia.

A raça ariana, da qual os modernos hindus e os anglo-saxões são sub-raças, surgiram em algum lugar da Ásia central. Embora os antropólogos ocidentais reconheçam essa origem eles não relacionam o fato à crença hindu de que "a Raça" migrou do deserto de Gobi a partir do deserto de Gobi, onde o primeiro homem branco foi gerado.

Roy Chapman Andrews* [1884-1960, norte-americano naturalista, zoólogo, explorador e escritor] em sua expedição de exploração do grande deserto da Mongólia, não encontrou a Sacred Gobina [a Cidade Sagrada] mas verificou o veracidade de muitas das lendas sobre o lugar. Todo o deserto era rico em fósseis e outras evidências de formas de vida extintas e estranhas, provavelmente os mais antigos e bem preservados fósseis do mundo. 

Os cientistas modernos não saberiam distinguir uma serpente comum dos Nagas, espíritos encarnados na forma de réptil. Mas as cobras estão lá, dezenas de milhares delas, exatamente como descrito na Escrituras Orientais.

Os Mahatmas, "as grandes almas", não são considerados seres que vivem isolados do que acontece entre os homens comuns; ao contrário, estes sábios são membros de uma fraternidade ativa que tem sido chamada de Trans-Himalayan Brotherhood [Irmandade Trans-Himalaica]. Não obstante, reúnem-se secretamente com os "Senhores do Mundo" para definir o destino da Humanidade. 

Os Mahatmas possuem, supostamente, o poder de separar suas almas dos seus corpos físicos. Enquanto, aparentemente, estão dormindo, sua consciência atravessa rapidamente o espaço. Eles vão para a Ilha Sagrada onde o Grande Conselho de Espíritos acontece. Na Índia muitas pessoas declaram que não apenas conheceram esses Grandes Adeptos mas que estiveram pessoalmente no Templo etérico que brilha e reluz na paisagem como sua cúpula que brilha com todas as cores do arco-íris.

* Roy Chapman escreveu:
Across Mongolian Plains (Atravessando as Planícies da Mongólia), 1921
On the Trail of Ancient Man (Nas Pegadas do Homem Primitivo), 1926
The New Conquest of Central Asia (A Nova Conquista da Ásia Central), 1932
This Business of Exploring (Este Comércio da Exploração), 193

GENGIS KHAN
Temüjin sendo proclamado Genghis Khan em 1206, conforme ilustrado em um manuscrito Jami' al-tawarikh do século XV.

O nome do deserto de Gobi é indissoluvelmente ligado à vida e aos feitos do grande general, conquistador e homem-de-estado Gengis Khan, que recebeu o título de "Imperador da Terra". Em seu próprio tempo foi chamado de "Filho de Deus" e vitória marchava com ele e seus exércitos. Gengis Khan viajava em grande mas portátil castelo acomodado sobre as costas de numerosos elefantes. A edificação era equipada de modo a servir de residência, em tempos de paz e como fortaleza, nos dias de guerra.

Quando Gengis Khan avançava à frente de seus homens, sua fortaleza móvel eriçava-se repleta de lanças que choviam sobre o inimigo enquanto os elefantes avançavam destruindo a seus pés todos os obstáculos. 

Na Ásia, as guerras antigas tinham uma magnitude comparável às guerras mundiais atuais. Existe o registro de uma batalha que escapou das páginas da História. 

Quatro milhões de homens se enfrentaram no campo. O vitorioso Khan, na época, que era filósofo além de guerreiro, passou como um cometa nas terras da Ásia para desaparecer, como se fosse uma ilusão, no deserto de Gobi.

Ele, que nasceu naquelas areias douradas repousa ali, sepultado em uma tumba em ruínas cuja localização somente é conhecida por uns poucos privilegiados.

Nos limites do antigo deserto, entre paredes de rocha e colinas de um lado e areias onduladas de outro, território atravessado raramente por ousadas caravanas, existe um monumento solitário em forma de pirâmide, hoje, decadente.

Dentro de uma abóboda de cristal, neste lugar melancólico, repousa o corpo mortal de Gengis Khan, preservado em um misterioso fluido. 

A lenda popular diz que ele dorme e continuará a dormir na paz do deserto até o grande dia, quando Ásia vai se erguer plena de seu poder e expulsar os poderes opressores.

No advento deste tempo de libertação, o glorioso Khan vai despertar do seu sono milenar e nas areias, nas rochas, nas colinas, os espíritos dos homens de sua horda guerreira responderão ao chamado de seu comandante. 

Raças e religião serão esquecidos e as legiões de vivos e mortos somente vão se deter em sua marcha de conquista quando Gengis Khan for, mais uma vez, Imperador da Terra.

Mas naquelas areias do Gobi, não somente o grande Khan espera o momento da ressurreição. Sob as dunas silenciosas repousam, também numerosas civilizações desconhecidas, insuspeitadas. A noite no deserto é insondável como a própria Ásia. 

Os espíritos dos heróis sepultados aguardam a realização da profecia, quando uma grande luz vai brilhar no deserto de Gobi e da Mongólia surgirá o Mestre dos Homens. 

Ele virá sozinho, cavalgando a tempestade armado com o poder da areia. E a áspera areia será sua adaga e as serpentes, as cordas de seus arcos. Os guerreiros serão como gafanhotos e o Império de de Khan ressurreto vai perdurar até que as areias desapareçam.

MAIS SEGREDOS DO DESERTO DE GOBI


Em seu Glossário Teosófico, a ocultista Helena Petrovna Blavatsky [1831 - 1891] fala deste oceano que, um dia, cobriu a paisagem do Gobi:

Oceano de Sabedoria ─ nome dado a certo reino da Terra, um mar interior. Em épocas remotíssimas, possuía doze centros, em forma de pequenas ilhas que representavam os doze signos do Zodíaco ─ dois dos quais permaneceram por séculos como "signos misteriosos ─ e que constituíam a morada dos doze hierofantes [grandes sacerdotes] e mestres da sabedoria. Tal Oceano existiu, durante séculos, na região em que, atualmente, estende-se o Deserto de Gobi. [BLAVATSKY, 2007]

Blavatsky menciona o deserto da Mongólia em muitos trechos de seus livros. Eis algumas informações recolhidas em vários volumes:

O país fabuloso de Sambhala [Shamballa]: este país fica no deserto de Gobi. Seus lindes [limites, fronteiras] foram parcialmente descobertos por uma expedição americana. Mas não creio que seja encontrada a Ilha Branca, com seu grande templo de mármore branco, onde residem "Os Quatro". É aí que se realiza, a cada sete anos, a grande assembléia... à qual eu tive oportunidade de assistir. [BESANT, Annie. The Theosophist novembro, 1929 ─ p 151 Apud Blavatsky, 2007].
* ANNIE BESANT: 1847-1933

...de acordo com os Purânas, um mar de vinho cerca a ilha de Shambala, ali onde, no céu dos 33 deuses, existe o bosque Shâmali [ou Simbali]. No centro de um lago há um palácio; mas só pode ir lá com o auxílio da magia, isto é, do poder de dirigir o akâsa, de montar o "pássaro dourado".

[Em] The National Geographical Magazine [junho, 1933], Roy Chapman Andrews, em Explorations in The Gobi Desert, fala que em uma planície de cascalho [confirmou a existência e antiguidade] de gigantescas formas de vida, [datando-as em mais de 90 milhões deanos e ruínas de vetustas civilizações que remontam 20 mil anos] quando milhões de "pessoas misteriosas" percorriam o deserto... [BLAVATSKY VI, 2004 - p 228]

OS FILHOS DE DEUS & A ILHA SAGRADA

Do cataclismo que afundou e destruiu a Lemúria sobreviveram os Filhos da Yoga e da Vontade. Essa Raça, que vivia nos quatro elementos: ar, fogo, água e terra, tinha poder ilimitado sobre os elementos; eram os Filhos de Deus, os verdadeiros Elohim [não os que gostaram das filhas dos homens], aqueles que comunicaram à Humanidade os mais estranhos segredos da Natureza e revelaram a Palavra Sagrada, agora perdida.

A ilha por eles habitada, crê-se, existe até hoje [a autora escreve na segunda metade do século XIX], como um oásis rodeado pela espantosa solidão do deserto de Gobi, cujas areais nenhum pé humano jamais palmilhou. 

Os hierofantes de todos os Colégios Sacerdotais conheciam a existência desta Ilha, porém a Palavra Sagrada só era do conhecimento do "Maha-Choan" e do chefe de cada Colégio, e era transmitida ao sucessor somente da hora da morte do chefe.

Não havia comunicação externa com a Ilha, só passagens subterrâneas que se dirigiam aos pontos cardeais, e só conhecidas pelos dirigentes dos Colégios, os Hierofantes. 

Estes [os hierofantes] eram de duas categorias distintas: os Instruídos pelos Filhos de Deus, da Ilha Sagrada, Iniciados na divina doutrina e aqueles que habitaram a perdida Atlântida. [estes, atlantes] sendo de outra Raça [que se reproduzia sexualmente de pais divinos] nasceram com uma vista penetrante que devassava o oculto, independente da distância e dos obstáculos. Era a Quarta Raça mencionada no Popul-Vuh [escritura maia].

MELCHIZEDEK 
Abraão e Melquisedeque por Dieric Bouts, o Velho (1464-1467)/Wikipedia/Domínio Público

Torkom Saraydarian em The Legend of Shamballa também escreve:

O deserto de Gobi era um grande oceano. No meio do oceano existia uma ilha chamada Ilha Branca e todo Aqueles que ali viviam tinham corpos feitos da substância da luz. A radiação dos seus corpos envolvia toda a ilha, que brilhava como um gigantesco diamante incrustado no azul marinho. Ali morava um rei chamado Jovem da Eterna Primavera ou, ainda, Melchizedek, Poderoso Rei da Virtude e da Paz, O Iniciador, o Guerreiro, Rigden Jyepo; e este rei é a Conexão entre o Cosmos e o planeta; ele é Sanat Kumara [SARAYDARIAN Apud HUNTER].

OS MUITOS NOMES DE SHAMBALA

Shamballa tem muitos nomes: Terra Proibida, Terra das Águas Brancas [que se refere ao alvos depósitos de sal dos lagos Tsaidam, a leste de Takla Makan],Terra dos Espíritos Radiantes, Terra do Fogo Vivo, Terra dos Deuses Vivos, Terra das Maravilhas, dos Mistérios. 

Para os hindus é Aryavarsha, onde moram os Devas. Shamballa é o nome em sânscrito e significa Lugar da Paz e da Tranqüilidade [LE PAGE, 1996]. 

Entre os mongóis, o deserto de Gobi é Shamo Gobi [onde Gobi = deserto], palavra relacionada ao deus Shamos, adorado no Oriente médio com a "estrela negra" [CHILDRESS/SHAVER, 1999].

FONTES
BLAVATSKY, H. P.. A Doutrina Secreta vol. VI. [Trad.]. São Paulo: Pensamento, 2004
.................................. Síntese da Doutrina Secreta
HUNTER, David Starling III. The Compass of Light, Volume 1: Figures of Speech in the Great Invocation. IN Google Books
LE PAGE, Victoria. Shambhala: the fascinating truth behind the myth of Shangri-la. Quest Books, 1996 ─ IN Google Books

domingo, 18 de agosto de 2024

🕵️‍♂️ CIGANOS: OS INTOCÁVEIS

#antropologia #ciganos #historia #povosmisteriosos
by @LygiaCabus,  maio de 2011


O mestre ocultista francês Eliphas Levi (1810-1875) escrevendo sobre os ciganos em sua História da Magia refere-se, com detalhes, à antipatia européia por este povo enigmático.
 
Considerando a possível relação da etnia com os antigos indianos, as críticas de Levi são coerentes (com o pensamento dele) posto que este mestre da chamada Alta Magia Ocidental também considera a Magia da Índia com algo demoníaco. Eis alguns apontamentos históricos e idéias concebidas por Levi em seus estudos:

A Índia, que a tradição cabalística nos diz ter sido povoada pelos filhos de Caim... é por excelência os país da Goetia e dos prestígios. Lá se perpetuou a magia negra... A Índia... é a mãe de todas as idolatrias. Com os ciganos não é diferente.

E, mais adiante, falando especificamente dos ciganos, descreve a chegada dos primeiros grupos na Europa:

No começo do século XV (anos de 1400) espalharam-se pela Europa bandos de viajores morenos e desconhecidos. Chamados por uns Boêmios porque diziam que vinham da Boemia, conhecidos por outros sob o nome de egípcios, porque seu chefe tomava o nome de duque do Egito, eles exerciam a adivinhação, o saque e o roubo. Eram hordas nômades...

[Chegaram a Paris em 1427 mas não lhes foi permitido instalarem-se na cidade.] ...Eram cerca de 120, o seu número, incluindo mulheres e crianças. [E.Levi descreve a aparência dos ciganos]: 

... Quase todos tinham as orelhas furadas e em cada uma um ou dois anéis de prata... Eram por demais pretos [morenos, na verdade] e tinham os cabelos encarapinhados. As mulheres eram as mais feias... que se possam ver: todas tinham o rosto coberto de chagas, os cabelos negros como a cauda de um cavalo... 
(LEVI, 2005 – p 244)

Mas, Quem são, Afinal Esses tais Ciganos? Eliphas Levi reúne as especulações em torno da origem daqueles nômades:
Família cigana. Acampamento. Essex-UK, 1895

Sua religião era desconhecida, apesar de se dizerem cristãos, mas sua ortodoxia era mais que duvidosa. De onde vinham eles? De que mundo maldito e desaparecido...? Eram os filhos das feiticeiras e dos demônios? Que salvador moribundo e traído os condenara a marchar para sempre? Era a família do judeu errante? Não seria o resto das dez tribos de Israel perdidas...?

Não seriam... Não seriam os descendentes de Membrés (ou Jambres), que ousou rivalizar em milagres com Moisés... São os carrascos de se serviu Herodes para exterminar os recém-nascidos [?] ... Enganai-vos... estes pagãos não compreendem uma palavra de egípcio, enquanto sua língua encerra muitos vocábulos hebreus. Eles não são mais, pois, que estes impuros rebentos dessa raça abjeta que dormia nos sepulcros da Judéia depois de devorar cadáveres... (LEVI, 2009 247/248)
Inimigos do trabalho eles não respeitavam nem a propriedade nem a família e perturbavam com sua pretensa adivinhação a paz das pessoas de bem e dos lares honestos. (LEVI, 2009 – p 242)

OS INTOCÁVEIS
Ciganos muçulmanos. Bósnia, 1901.

Cigano quer dizer "intocável", é o que afirma o pesquisador José Jarbas Studart Gurgel*. Vem do grego athinganoi, que transformou-se em atsigane, tsigane. [O termo] define a incomunicabilidade que existe entre esse povo e os demais. Na Espanha seu nome é gitano, resquício da crença em sua origem egípcia. Gurgel assinala que a fama de descendentes do egípcios ou de origem egípcia foi disseminada pelos próprios ciganos (STUDART GURGEL Apud VILAS-BOAS DA MOTA, p 243).

* JOSÉ JARBAS STUDART GURGEL, nascido em Fortaleza, Ceará, em 20 de junho de 1935.

Studart Gurgel é um dos pesquisadores que defende a origem indiana dos ciganos com base em análises lingüísticas. Localizando-os historicamente, no norte da Índia, na região das planícies, aos pés da cordilheira das montanhas Himalaias, 

Segundo Gurgel, a grande "Diáspora" desse povo teria começado a partir daquele ponto geográfico por volta de 900 d.C.. Uma primeira horda de nômades Teria, então, migrado na direção Norte-oeste chegando à Pérsia.

Esse primeiros grupos teriam sido os Beni que, dispersando-se, foram ancestrais de ciganos da Palestina, norte da Síria, Pérsia e Egito; os Pehen, segunda onda migratória a partir dos Himalaias, deram origem aos ciganos que transitaram (e transitam) entre a Armênia, o Cáucaso meridional e Bizâncio.

Os Pehen foram os ciganos que alcançaram a Europa Ocidental e, posteriormente, o Novo Mundo, as Américas.

No fim do século XIV (anos 1300) numerosos clãs ciganos estavam estabelecidos na península Balcânica. Durante o século seguinte, o século XV (anos 1400), pressionados pela perseguição dos turcos, puseram-se novamente na estrada e foi então que começaram a chegar em países da Europa setentrional e ocidental (Norte-ocidental).

Os grupos espalharam-se entre países da região: Hungria, Áustria, Boêmia (parte da antiga Tchecolosváquia, território hoje dividido em República Tcheca e Eslováquia), Hamburgo (na atual Alemanha), França, Suíça.

PERSEGUIÇÃO


Sobre a perseguição aos ciganos ao longo de suas travessias, escreve Gurgel: Na Europa, os ciganos eram perseguidos onde quer que aparecessem. Seu exotismo e seus hábitos nômades [tornam-nos suspeitos e alvo de acusações] de toda a sorte de crimes, principalmente, feitiçaria, envenenamento de cisternas e gado, rapto de crianças e até canibalismo.  

Indianos, egípcios, judeus desterrados, possivelmente os ancestrais dos ciganos incluem essas nações e ainda outras mais. 

Porque sobre os ciganos, uma coisa é certa: são nômades [ou foram essencialmente nômades até muito recentemente]. Isso significa que possuem, de modo geral [entre muitos clãs] uma cultura "estranha", heterodoxa o suficiente para torná-los suspeitos aos olhos das sociedades da civilização sedentária.

O sedentarismo é fortemente associado à estabilidade, segurança, confiança. Os ciganos foram, durante milênios, um povo "sem  endereço fixo", o que constitui falta grave quando se tem em vista a confiabilidade de um indivíduo.

HEREGES


Para piorar a imagem negativa de "bando errante", os ciganos sempre tiveram, contra sua reputação, o fato de serem relacionados com determinadas "artes mágicas".
  
Especialmente as artes divinatórias entre as quais destacam-se: quiromancia, cartomancia, cristalomancia e, eventualmente, algo mais exótico como a cafeomancia.

Na Europa Medieval, na Modernidade, já nas colônias também e, a rigor, até hoje, praticar ou valer-se dessas "artes" é "pecado" de acordo com com doutrina de todas igrejas cristãs. É pecado também entre muçulmanos e uma fraqueza humana lamentável entre budistas.

Mas deixando de lado a correção noética dessas práticas, no que diz respeito aos ciganos, é um traço cultural revelador que permite afirmar com certeza: 

a antiguidade desses nômades na escala do passado histórico. O conhecimento e domínio desses Oráculos, desses métodos divinatórios que, sabe-se são de origem bem remota, essas "artes" sendo mantidas como forte tradição entre os ciganos significa que muito possivelmente todas as hipóteses dos estudiosos estão certas: os Ciganos transitaram pelo mundo, na Antiguidade, desde a Índia, Mesopotâmia, Egito, oriente Médio e depois, Grécia, leste europeu, Ásia Menor, até buscarem as terras mais ao Ocidente da Europa já entre meio-fim da Idade Média.

De cada lugar visitado, país, região, de cada terra que lhes serviu de pouso, eles absorveram um tanto de cultura. Ou seja, adotaram práticas, fizeram escolhas e apropriaram-se delas de acordo com sua própria necessidade e conveniência. Práticas, saberes, do linguajar, da religiosidade, das tecnologias, dos costumes alimentares, vestuário, artes (especialmente musicalidade), convenções sociais.

A cultura cigana é sincrética e apátrida no âmago de sua formação. Somente nas últimas décadas do século XX os ciganos começaram a assumir um sedentarismo significativo, ou seja, muitos já abandonam os trailers, fixam-se em cidades, dirigem empresas, compram e moram em imóveis.

FONTES
LEVI, Eliphas (Alphonsus Louis Constant). História da Magia
[Trad. Rosabis Camayasar]. São Paulo: Pensamento, 2005.
VILAS-BOAS DA MOTA, Ático. Ciganos: Antologia de ensaios. 
Brasília: Thesaurus, 2004

sexta-feira, 16 de agosto de 2024

👻 O PESO DA ALMA 💀

CAPTORES DE ALMAS: A crença em algo que sobrevive à morte física do ser humano é uma tradição cuja origem se perde nas Eras mais recuadas da história. 

É uma crença compartilhada por todas culturas de todos os povos do mundo. Esse algo [ou, melhor, esse alguém] que sobrevive à falência da carne é chamado espírito, alma e entendido como verdadeira essência, verdadeiro Ser, da entidade humana. 

A partir de meados do segundo milênio d.C., [período da Renascença seguido da Idade Moderna e do posterior Iluminismo] com a advento dos avanços das ciências e técnicas associadas, como Anatomia, Física, Química, a investigação sobre a alma ganhou novos instrumentos. 

Em 1854, o anatomista alemão Rudolph Wagner [1805-1864] sugeriu a existência de uma substância especial, anímica, que poderia ser identificada através da pesquisa científica. 

Wagner foi ridicularizado e seu rival acadêmico, Ernst Haeckel [1834-1919] sugeriu que ele [Wagner] deveria tentar liquefazer a alma [já que era uma substância] e congelar para poder exibi-la em uma garrafa. 

A natureza da alma humana foi um assunto muito discutido nos meios intelectuais da era Vitoriana*, especialmente entre grupos dedicados à investigação do mente. Muitos desses entusiastas eram cientistas renomados. 

Muitas conclusões filosóficas foram formuladas mas nada foi obtido em termos de evidências objetivas. Era um beco sem saída: como provar a existência da alma e suas propriedades físicas ou metafísicas?

* ERA VITORIANA: Período de reinado da rainha Vitória, do Reino Unido, meados do século XIX [anos 1800], entre 1837 e 1901
Em 1886, o Dr. Duncan MacDougall [1866-1920], um cirurgião de Massachusetts, teve uma idéia: talvez fosse possível usar uma balança de precisão para pesar um homem à beira da morte e comparar os resultados, a diferença de peso antes e depois do óbito. 

MacDougall pretendia descobrir se alguma coisa desprendia-se do corpo no momento da morte. Se tal ocorresse, haveria diminuição de peso e a diferença seria o peso da alma.

MacDougall, membro da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, era fascinado com a idéia da personalidade sobreviver à morte. 

Uma das questões que intrigava o cientista era a localização da alma em relação ao corpo. Ele achava impensável que essa misteriosa energia que vivifica o ser humano não ocupasse nenhum espaço na esfera da matéria física corporal. 

Isso parecia-lhe evidente posto que aquilo que anima o ser vivo parece abandoná-lo no momento de sua morte.

MacDougall cogitou, então, que a alma deveria, sim, ser um tipo de matéria dotada de alguma massa mensurável e por via desse raciocínio concebeu o experimento de pesagem dessa misteriosa matéria vivificante.

A BALANÇA DOS MORIBUNDOS

Em 1901, MacDougall adaptou a estrutura de uma balança industrial de grande precisão. A balança era sensível a diferenças de 5 gramas. 

De um lado, uma cama de hospital também adaptada para ser o mais leve possível; do outro lado da balança, pesos individuais que poderiam ser adicionados ou removidos de modo a precisar qualquer diferença de massa.

O equipamento foi instalado no hospital e o cirurgião recrutou seus voluntários: entre pacientes terminais. 

Em 10 de abril de 1901, a oportunidade chegou: as 5:30 da manhã um moribundo que sofria de tuberculose foi colocado na balança das almas. 

O experimento foi observado por quatro pessoas incluindo o Dr. MacDougall. O paciente, exaurido pela doença, estava calmo. Qualquer alteração de peso era anotada.

E houve alterações, acompanhadas e analisadas. Ao longo de três horas, registrou-se uma diminuição pequena mas constante do peso do homem, que foi atribuída à perda de água via transpiração e subseqüente evaporação do líquido. As 9 horas, o paciente piorou e morreu em poucos minutos.

MacDougall relata o que foi verificado: A vida deixou-o de imediato e balança imediatamente acusou uma queda de peso abrupta, como se algo tivesse saído do corpo. Não era muita coisa, mas era alguma coisa: 21 gramas. 

21 GRAMAS
Dr. Duncan MacDougall. Haverhill Public Library, Massachussets

Evidentemente, como cientista, MacDougall ficou animado com aquele resultado porém, longe de satisfeito. Afinal, era somente a primeira experiência e era necessário explorar todas as explicações possíveis para a aquela perda de 21 gramas. Aquele primeiro moribundo foi minuciosamente analisado.

O homem não defecara na hora da morte, Tinha urinado mas toda a urina que saíra do corpo permanecera na cama hospitalar absorvida por toalhas de papel previamente colocadas e, portanto, inclusas na conta do peso antes do óbito. Também a relevância da respiração foi testada em experimentos posteriores e constatou-se que não influenciava a diferença de peso.

Em novembro daquele ano [1901] MacDougall teve a oportunidade de testar sua balança dos moribundos em outro paciente. 

Também este era homem e sofria de tuberculose. Um quadro aparentemente semelhante ao do primeiro paciente. 

Com o homem na balança, as medições foram feitas durante quatro horas e quinze minutos. Neste ponto, o homem parou de respirar mas seu rosto continuou a se contorcer por 15 minutos.

MacDougall relatou: Coincidindo com o último movimento facial, o ponteiro [da balança] caiu. A perda de peso registrada: meia onça, ou seja 15,5 gramas. 

Novamente, MacDougall tentou explicar a diferença em termos convencionais mas não teve êxito. Não foi possível explicar onde foram parar as 15 gramas e meia. MacDougall começava a se permitir considerar a real possibilidade de que algum tipo matéria, uma alma!? deixava o corpo depois da morte.

Entre janeiro e maio de 1902, outros dois moribundos foram testados em condições ideais. Nos dois casos, verificaram-se perdas de 10 e 14 gramas no momento da morte. 

A essa altura, o assunto tornado público, causava polêmica e havia aqueles que se oponham às experiências, e outros tantos que exigiam monitorar as pesagens. 

A pesquisa de MacDougall interessou ao presidente da Sociedade Americana de Pesquisas Psíquicas, Dr. Richard Hodgson contudo havia uma certa relutância por conta do temor de que no fim outros pesquisadores tratar-se tudo de uma grande fraude ou de algum erro grosseiro de método.

MacDougall, persistente, continuou sua pesquisa e repetiu a experiência utilizando 15 cães. Os cães foram anestesiados antes de serem colocados no prato [leito] da balança na balança. A seguir, foram mortos.

Ao contrário do que acontecia com os seres humanos, nenhuma perda de peso foi registrada no momento das mortes. MacDougall concluiu que o fenômeno de perda de peso na hora morte era exclusivamente humano. Isso poderia, simplesmente, significar, que o homem detinha em si, quando vivo, alguma matéria-energia que os animais não possuíam.

* [Imagine-se que o resultado da experiência fosse o contrário. Seria o escândalo das provas e contraprovas de que os animais têm alma. Eis porque pesquisas como as de MacDougall assustavam certos ideólogos, especialmente os religiosos e donos de açougues, ahn?!... Afinal, o exame acurado desse tipo de questão poderia, conforme seus resultados, transformar inocentes pecuaristas e comerciantes em assassinos de criaturas dotadas de alma. Meditemos...]

A essa altura, era notório que as experiências do Dr. MacDougall não agradavam a seus superiores no Hospital que, finalmente, proibiram as atividades do cientista. 

Ele se calou e e parou de divulgar suas descobertas ou atividades durante alguns anos. Reapareceu 11 de março de 1907 com um longo artigo no New York Times.

A publicação despertou imediata polêmica. Os céticos oferecendo explicações racionais; os simpatizantes acrescentando suas próprias teorias e relatos. Foi um clamor público. 

MacDougall escreveu, então, outro artigo que foi publicado simultaneamente na prestigiada revista científica American Medicine e no Journal of American Society for Physical Research.

Nesse segundo texto, reapresentou suas provas e foi mais explícito em sua conjectura sobre definição do peso, obtida nas experiências, como prova da existência da alma. Foi mais além: afirmava, pois era evidente, que a substância da alma era mais leve que o ar. 

Embora a discussão não tenha progredido em termos práticos a idéia de que um cientista tinha pesado alma era fascinante, irresistível ao desejo individual e coletivo de ter a certeza da imortalidade humana. 

Mais tarde, o trabalho de MacDougall inspirou o poema de Laura Gilpen, O Peso de Uma Alma e, em 2003, o filme 21 Gramas.

O INSISTENTE MISTÉRIO DO MOMENTO DA MORTE
Meister von Heiligenkreuz, 1425
Um moribundo entrega sua alma a Deus

MacDougall não deixou seus relatórios disponíveis para a consulta mas a correspondência trocada com Richard Hodgson contêm informações sobre a pesquisa, como a descrição completa dos métodos, os resultados e as circunstâncias de experiências com seis pacientes.

Nas cartas, MacDougall deixa claro que, com exceção do primeiro paciente, todos os outros experimentos apresentaram problemas. 

O paciente dois, como mencionado acima, apesar de clinicamente morto, demorou 15 minutos com espasmos na face gerando dúvida sobre o momento do óbito. 

O paciente três também apresentou um fator de incerteza e oscilação incerta do marcador da balança porque, na verdade, não foi possível determinar o momento exato em que o coração cessou sua pulsação. Situação similar aconteceu com o paciente seis.

* Essas incertezas nas experiências de MacDougall parecem indicar que  morte é um processo que avança aos poucos e quase nunca de um só golpe. Para os tibetanos, pode-se morrer em uma fração de segundo, pode-se morrer por vontade própria ou ficar morrendo durante dias até o desprendimento, separação completa entre o Espírito de sua vestimenta carnal. A experiência da morte não é igual para todo mundo. 

Apesar daqueles resultados inconsistentes, MacDougall teve seus seguidores, que repetiram seus experimentos em busca de uma resposta definitiva sobre o peso da alma. Em 1915, H. Twining matou 30 ratos ao mesmo tempo, usando diferentes métodos de matar, em sua própria balança dos moribundos. 

Não foi detectada nenhuma alteração no peso das cobaias. Outro pesquisador, Lewis Holander, sacrificou na balança sete carneiros, um por vez e constatou variações de peso extremas: de 18 a 780 gramas.

FOTOGRAFIA DA ALMA

Em 1910, Walter Kilner, técnico do Hospital Saint Thomas, Londres, anunciou que tinha criado um conjunto de lentes que permitia observar o Duplo Etérico, a alma. No ano seguinte, com o apoio do especialista em raios X, Patrick O'Donnell, Kilner teve permissão de observar um moribundo, usando suas lentes, no Hospital de Misericórdia.

O'Donnell registrou o que foi observado: O médico responsável anunciou que o homem estava morto. A Aura começou a se espalhar no corpo e desapareceu. Na observação do cadáver não mais havia qualquer sinal de Aura. 

Em suas conclusões, O'Donnell evitou, como a maior parte dos cientistas, a palavra alma e sugeriu:

 ...uma forma de radioatividade que se torna visível em virtude das lentes... Minhas experiências, no entanto, parecem provar que ISTO [a aura, a radiação] é um poder de animação ou corrente de vida dos seres humanos. 

Na imprensa os fatos eram distorcidos, exagerados. Dizia-se que havia uma disputa entre O'Donnell e Duncan MacDogall. Ambos queriam ser os primeiros a fotografar a alma humana! Anunciou-se, até, que tais fotografias já existiam. Todos queriam ver uma imagem da corrente da vida, do último suspiro. O nome de Walter Kilner, foi completamente esquecido nos noticiários.

Um periódico alegava ter entrevistado MacDougall. O cirurgião irritou-se, negou e escreveu ao jornal:

Eu não estou prestes a realizar experimentos para a obtenção de imagens da alma humana. [A alma humana é]... substancial e ocupa espaço [mas]... não pode ser objeto de fotografia porque seu índice de refração [da luz] é idêntico àquele do éter...

FONTE: CHAMBERS, Paul. Soul Catcher: 
The strange deathbed experiment of Dr MacDougall.
IN Fortean Times, maio de 2010.
http://www.forteantimes.com/features/articles/3445/soul_catcher.html