sábado, 24 de janeiro de 2009

O Crime Que Deu Bode

 

LAGOS/Reuters: Em Kwara, um dos 36 estados da Nigéria,a polícia prendeu um bode sob acusação de "suspeita de roubo" à "mão armada"... 

Os agentes da lei detiveram a besta, cuja característica é ser malhada de preto e branco, sob a alegação de que o bode não era um bode; antes, era um feiceiro, um animago! que tinha transformado a si mesmo na figura do praticamente inocente caprino [porque um bode sempre tem alguma culpa em algum cartório...]; enfim, foi uma tentativa sobrenatural de fugir do flagrante de roubo de carro, um modelo Mazda 323... 

Todavia, os policiais e seguranças africanos, que são especialistas em magia negra, feitiçaria, vodoo, manginga e outras práticas, logo viram que ali tinha marginal em pelo de mamífero...

Naquele momento, vigilantes estavam em patrulha e viram elementos suspeitos cercando o veículo. Percebendo o fracasso da operação “puxa carro”, perseguidos, os meliantes puseram-se em fuga: um, escapou; o outro, transformou-se em bode! 

Foi o que informou o porta-voz da polícia do estado, Tunde Mohamemed em entrevista à reuters, por telefone! [Tem telefone! Claro, na África tem celular e antena parabólica; não tem é comida, nem escola, nem hospital, nem polícia, terra sem lei, não tem banheiro, esgoto e água encanada...].

O oficial disse, ainda, que: "Nós não podemos, ainda, confirmar a identidade entre o bode e o gatuno mas este bode está sob custódia! Não, não temos nenhuma base para informar sobre aspectos místicos da questão. É uma coisa que tem de ser provada cientificamente, se um homem pode tornar-se um bode!" [Vê-se que é uma autoridade séria. Este editor fica se perguntando onde o bode enfiou a arma do crime...]

Logicamente, como se percebe a arregalados olhos vistos que a crença em feitiçarias é amplamente difundida na Nigéria, país mais populoso do continente Africano. 


Os moradores da localidade onde se deu o caso do bicho ladrão estão visitando o posto policial para ver o bode, que tem sido fotografado e virou manchete de jornal enquanto aguarda o resultado do inquérito confortavelmente instalado em uma pilha de feno. Este é o século XXI da Mama África

Como dizia o Ras Tafari Haile Selassiê, [Senhores do Mundo] “olhem para a África”, mas olhem bem, olhem para o Congo, olhem para o Sudão... e façam alguma coisa rápido porque aquilo ali é uma vergonha cósmica. Meditemos...

FONTE: Nigerian police detain goat over armed robbery
In YAHOO NEWS/Reuters publicado em 23/01/2009

Índia: Estranhos Casamentos


ÍNDIA. No estado de Tamil Nadu, em Pallipudpet, entre as cerimônias que marcam a época das colheitas está a tradição centenária do Pongal, matrimônio entre meninas e sapos a fim de evitar que doenças misteriosas venham a atingir o vilarejo.

A crença/costume tem origem em uma fábulas da divindade Shiva, que transformou a si mesmo em sapo e desapareceu, depois de uma briga com sua amada, Parvati. Ela, arrependida, chorou por dias e dias e seu pranto espalhou uma estranha doença entre as vilas. 

Desesperadas, as pessoas procuraram Parvati em busca de uma cura e ela os mandou achar Shiva. Ele, mesmo em forma de sapo, deveria se casar com uma jovem; evidentemente, a própria Parvati seria essa tal jovem... 

Encontrado o sapo-Shiva, este, aceitou casar-se com ela, retomou a forma divina e a doença desapareceu da região. [O lenda besta, meus Eus! Isso é cultura popular? Extingue, rei!]

Não ter atingido a puberdade é um critério para a escolha das "noivas". Os pais das meninas preparam as crianças para o ritual. 

Nem todas as garotas querem ser "noivas do sapo" mas são obrigadas ao sacrifício: alguém tem de salvar o vilarejo das epidemias! Este ano [2009], Vigneswari e Masiakanni, ambas com 7 anos, foram escolhidas como noivas. Vestiram saris nupciais e usaram jóias de ouro.

Centenas de pessoas da região de Pallipudpet, a 250 km de Madras, peregrinaram até o templo conduzindo, nos ombros, as noivas, em cortejo. 

Os sapos, são adornados com guirlandas de flores e mantidos presentes na cerimônia porque ficam presos! Um sacerdote hindu entoa orações, une a mão da noiva com a... patinha do sapo e declara ambos: "sapo e mulher!"

O governo indiano, muito sério, fica embaraçado porque o ritual é em tudo semelhante a um casamento hindu oficial e, afinal, o casamento de crianças é proibido no país! 

A prática está sendo estudada e uma equipe de psicólogos, sociólogos e líderes religiosos se esforçam na tentativa de persuadir os cidadãos a abandonar essa "tradição ignorante".

Para as meninas, mesmo para aquelas que não querem ser "a mulher do sapo do ano", o problema dura pouco e sempre termina bem: basta desamarrar o sapo e o verde noivo sai pulando direto, de volta para a lagoa...

FONTE: Seven-year-old Indian girls 'marry' frogs
[http://www.telegraph.co.uk/news/newstopics/howaboutthat/4290761/Seven-year-old-Indian-girls-marry-frogs.htm] 
In Telegraph/UK publicado em 19/0/2009

Noivo Vira-Lata



Na Índia, berço da doutrina do carma e da reencarnação, esse tipo de casamento, entre humanos e animais, não é novidade: em 2003, Karnamoni Handsa, uma menina de 9 anos [em 2003], de uma tribo chamada Santhal, residente no vilarejo de Khanyhan, a 60 km de Calcutá, teve de se casar às pressas com um cachorro, vira-lata. 

O canino noivo chamava-se Bacchan. O caso era urgente; a garota estava amaldiçoada, como era evidente [!? Esses indianos...] pelo sinal descoberto: um dente encravado em sua gengiva! Presságio dos mais funestos que somente pode ser anulado com o estranho matrimônio.

A decisão, aprovada pelo pai da menor, foi tomada pelo conselho de anciões da aldeia que ainda esclareceram ao repórter da agência de notícias AFP: o casamento em nada afetará a vida da menina e ela estará livre para se casar mais tarde sem necessidade de se divorciar do cachorro. 

Karnamoni Handsa disse não há desgosto ou humilhação em se casar com um cachorro. "Bacchan é afável, eu o conheço daqui mesmo da vizinhança. Ele é um sobrevivente, é um cachorro de rua e agora eu vou cuidar dele".

A cerimônia aconteceu em 11 de junho de 2003 e contou com mais de uma centena de convidados que dançaram, cantaram,comeram e beberam iguarias típicas. 

Os Santhals, uma grande comunidade de camponeses lavradores, vivem nos estados indianos de West Bengal e nas vizinhanças de Bihar e Jharkhand. Mais uma vez, as autoridades policiais receberam ordens de instaurar inquérito sobre o incidente...
FONTE: Girl weds dog to break 'evil spell'
[http://news.bbc.co.uk/2/hi/south_asia/3004930.stm]
In NEWS/BBC-UK publicado em 10/06/2007

Casando com a cachorra



ÍNDIA. Em novembro de 2007, no estado de Tamil Nadu, em Manamadurai, P. Selvakumar, 33 anos, causou com toda pompa e circunstância com a cachorra, também vira-lata, Selvi, que foi escolhida por membros da família [do noivo, non da cachorra...]. 

Ela foi banhada e vestida com sari drapeado cor de cereja. Segundo o Hindustan Times, a cerimônia aconteceu em um templo. Neste caso, não se trata de anular maldição; trata-se de resgate de carma.

Aos 18 anos, Selvakumar matou dois cães a pedradas e pendurou seus corpos em uma árvore. "Depois disso minhas pernas e minhas mãos ficaram paralisadas e eu perdi a audição de um ouvido"

Foi um astrólogo que advertiu o rapaz sobre o mau carma e receitou o casamento com uma cachorra como único meio de curar seus males. Só o tempo dirá se remédio fez efeito. Durante a festa, a noiva degustou pães doces...

Na Índia rural é povo é extremamente supersticioso e são frequentes os casamentos entre animais como meio de combater ou prevenir as maldições ou má sorte. 

Mas a união entre humanos e animais também não tão é incomum também entre outras nacionalidades, como tem sido registrado ao longo da história e nos dias atuais, em casos recentes relatados nas manchetes de jornal.

Fonte: Man in India marries dog as atonement
[http://www.msnbc.msn.com/id/21768663/]
In MSNBC/MSN-AP - publicado em 13/11/2007

As Árvores Também Amam

INDIA. Na primavera de 2007, duas árvores foram unidas por laços matrimoniais. Mais uma vez, o evento aconteceu no estado de Ourissa e os nubentes são plantas sagradas: as árvores Banyan [uma espécie de Ficus] e Pipal [figueira sagrada, Buda meditou embaixo de uma]. 

Neste caso, em especial, o casamento foi um modo de chamar a atenção para o problema do desflorestamento. Todavia, o casamento de árvores é uma antiga tradição indiana. Casais sem filhos promovem as núpcias arbóreas como ritual propiciatório de fertilidade, para terem um bebê.

FONTE: 
Banyan tree marries Peepal in Orissa
HINDUSTAN TIMES, Mar 10, 2007
https://www.hindustantimes.com/india/banyan-tree-marries-peepal-in-orissa/story-cbiFs4HdC8GkZdJN6KPr3O.html

Bimbala e a Cobra


Em 31 de maio de 2006, no leste da Índia, Atalla village, distrito Khurda de Orissa, Bimbala Das, 30 anos [em 2006], casou-se com uma cobra... macho

O noivo, que fez de um formigueiro o seu ninho, não esteve presente e foi representado por um símile de latão. Duas mil pessoas estiveram presentes na cerimônia, que durou mais de uma hora e foi celebrada por sacerdotes hindus. 

A noiva explicou que "Embora a cobra não possa falar ou entender nos comunicamos de modo particular. Sempre que coloco leite perto do formigueiro onde ele vive, ele sai para beber o leite. Ele nunca me atacou".

Tudo começou porque Bimbala Das, uma jovem de casta inferior, ficou muito doente. Sua família, que não tinha dinheiro para pagar tratamento e remédios pertence à seita Vaishnav, vegetarianos que pregam o amor aos animais. 

Então a cobra apareceu no formigueiro e a enferma passou a alimentá-la com leite. Curou-se e apaixonou-se pela serpente, que de uma das espécies mais venenosas da região e chega a medir 5 metros de comprimento [um cobrão!].

Quando a mulher confessou publicamente seu amor pelo réptil a notícia causou excitação em todo o vilarejo. Acreditam que o casamento trará sorte ao lugar. 

A mãe de Das e seus parentes ficaram felizes com a escolha da mulher e até construíram uma cabana próxima ao formigueiro onde Das vai morar. 

As serpentes, especialmente as Cobras-Rei, são veneradas na Índia porque são símbolos de sabedoria e poder, tanto no âmbito da semiótica religiosa como no plano das crenças populares.
[http://www.khaleejtimes.com/DisplayArticleNew.asp?xfile=data/subcontinent/2006/June/subcontinent_June56.xml&section=subcontinent]
In Khaleejtimes - publicado em 02/06/2006