Era uma vez... uma bruxa. Alguns dizem que é apenas uma lenda, apenas uma antiga crônica medieval. Outros afirmam que ela foi real, e sua história extraordinária de fato aconteceu.
SOON... Making off a new funny vídeo
BERKELEY... A woman, a witch, a pact, a price. The bill arrives, honey.
🎸✍🎤🔥📚💥 ROCK'N'WITCH
LAST GENERATION AI BAND
Original human Lyyrics, prompts, screenplay, edition director: Adrian Faraj/Realidade Fantástica
INSTAGRAM: https://www.instagram.com/ligiacabus/
FACEBOOK: https://www.facebook.com/sofadasalanews/
X https://x.com/BRAZILWEIRDNEWS
"Tenho certeza de que nenhum dos meus ouvintes duvidará da história, embora talvez até fiquem curiosos sobre ela. Ouvi falar desses eventos por um homem distinto que jurou ter visto com seus próprios olhos, e terei vergonha de não acreditar nele..."
Não é uma grande cidade, mas é um centro local: tem o mercado semanal, as feiras, onde se vende e compram a lã, o sal, as ervas, as frutas, tecidos, ferragens, ferramentas e informações.
Pouco se sabe sobre sua vida cotidiana, mas os registros de sua morte revelam pistas intrigantes. Seu funeral demandou esforços, materiais e preparações que apontam para o perfil de uma mulher de boas condições financeiras – viúva, com filhos influentes.
Uma família católica: sua filha era freira em um convento próximo e, um de seus filhos, era monge, em uma abadia.
Ter filhos na Igreja significava, no mínimo, uma certa influência social e recursos. Sim. Dinheiro. Ela tinha dinheiro. E multiplicou muitas vezes a herança módica do marido comerciante vendendo seus, muito especiais, serviços de feitiçaria.
Ninguém se lembra do nome dela. Poderia ser Eleanor ou Rosamund, isso não foi registrado: mas, ela foi e é bruxa de Berkeley, uma certa mulher conhecedora dos augúrios, dos oráculos, das cartas, dos filtros mágicos, da exótica arte de prever o futuro observando o voo dos pássaros. A mulher, que para alcançar riqueza e poder, fez um pacto com o próprio capiroto, ele mesmo, Satanás.
Uma vez aliançada ao Canhoto, sua fome de poder foi além do dinheiro. Entregou-se a todo tipo de prazeres mundanos incluindo glutonaria e luxúria desenfreada por que tudo isso agradava a seu mestre, o demônio.
Por anos, viveu uma vida dupla: respeitada na comunidade, em segredo, praticava o extremo da maldade. Vivia bem. Destruiu inúmeras vidas e jamais foi descoberta.
Mas, o dia chegou. Ela viveu chafurdando em seus crimes até a velhice. Um dia, um corvo mensageiro trouxe notícias funestas. Um de seus filhos morrera em um acidente distante e sua própria morte se aproximava. Era chegada a hora de cumprir sua parte no contrato, cumprir o pacto, pagar o preço, sua alma.
Aterrorizada, ela confessou seus pecados aos filhos restantes e implorou proteção. Na tentativa de escapar das garras do cramunhão, ela deu instruções minuciosas.
"Costurem meu corpo em uma pele de veado, coloquem-no em um sarcófago de pedra. Reforcem a tampa com ferro e chumbo e prendam tudo com três pesadas correntes de ferro.
Rezem, rezem 50 salmos por três dias e três noites, celebrem a missa todos os dias para diminuir os ataques ferozes dos meus inimigos. E só então me enterrem na igreja. Embora tão graves sejam meus pecados que temo que a própria Terra rejeite meu cadáver."
Seus filhos restantes, um filho monge e uma filha freira, obedeceram a todas as regras, mas o diabo não perdoa dívidas e não se deixa enganar por artifícios materiais ou piedade tardia.
IMAGEM
Durante a vigília, coros de clérigos cantaram hinos ao redor de seu corpo. No entanto, demônios atacaram as portas da igreja, que haviam sido trancadas com uma barra de ferro.
Nas primeiras noites, demônios rugiram do lado de fora da igreja, mas as correntes resistiram. As portas tremeram, mas ainda prevaleceram.
A estrutura do prédio foi abalada, as janelas vibraram. Lá fora, o grande Satã comandava sua horda sombria montada em seu cavalo negro. Cães infernais rondavam o templo, latindo ferozmente, rugindo famintos.
Apesar de tudo, a parte central da porta, de construção mais elaborada, permaneceu firme. Os religiosos intensificaram seus esforços.
Ao final da terceira noite, ao amanhecer, quando o primeiro galo cantou, o próprio inimigo, invocando as poderosas forças do inferno, rompeu todas as barreiras.
Vitrais explodiram, a porta se abriu com enorme violência. O pânico tomou conta do lugar. Padres e freiras correram, desmaiaram e se jogaram ao chão em fervorosas orações por socorro.
Então, entre os gritos apavorantes e apavorados de entes infernais e religiosos desesperados, um demônio colossal apareceu, cavalgando um enorme cavalo negro sobrenatural, que tinha uma rede de longas e afiadas pontas de ferro nas costas.
Satanás quebrou as correntes como se fossem palha, chutou a tampa do caixão e, arrastando a mulher pelos cabelos, prendeu-a à sua garupa e galopou para longe, seguido por uma legião de cães infernais e uma legião de sombras monstruosas.
A Bruxa de Berkeley, foi levada para o inferno, de corpo e alma.
A horda de condenados galopou para o abismo e seus gritos ecoaram por quilômetros.
Assim termina a história da Bruxa de Berkeley, um aviso medieval sobre os perigos do pacto com o mal, onde nem correntes de ferro nem preces podem salvar uma alma condenada.
Arrependei-vos e penitenciai-vos.
Chorem, filhos de Adão.
A humanidade falhou. De novo.
O tempo está próximo.
FONTES
HAINING, Peter. Magia negra e feitiçaria.
[Trad. Geraldo Galvão Ferraz]
São Paulo: Melhoramentos, 1975
LINTON, Elizabeth Lynn. Witch Stories
Chatto and Windus, 1883
https://www.google.com.br/books/edition/Witch_Stories/Q8E0AAAAMAAJ?hl=pt-BR&gbpv=0
HAINING, Peter. Magia negra e feitiçaria.
[Trad. Geraldo Galvão Ferraz]
São Paulo: Melhoramentos, 1975
MALMESBURY, William of. De Gestis Regum Anglorum
https://dn720003.ca.archive.org/0/items/malmesbury-gesta-regum-anglorum-vol-1/Malmesbury%20Gesta%20Regum%20Anglorum%20vol%201.pdf
Occult sciences: Witchcraft
Ministry Of Culture. Hamlyn, London,1971
https://dn721504.ca.archive.org/0/items/dli.ministry.24692/ignca-s9714-rb.pdf