quarta-feira, 4 de setembro de 2024

👻 A REENCARNAÇÃO DO DALAI LAMA

texto recuperado
Na China, mecanismo legal reclama autoridade para escolher o próximo Dalai Lama quando o atual, 14° de sua linhagem, morrer. 

A Administração Estatal de Assuntos Religiosos [China's State Administration of Religious Affairs] instituiu uma regulamentação proibindo a reencarnação de "Budas vivos" ou "santos monges" que não obtiverem aprovação do governo; uma tentativa ostensiva de manipular uma prática com séculos de tradição. 

Os futuros Lamas terão, assim, de ser aprovados pelo Partido Comunista, que é oficialmente ateu.

A nova regulamentação foi anunciada pelo lama tibetano Tubdain Kaizhub, ele mesmo, considerado um "Buda vivo" - ou reencarnação de um Iluminado, vice-presidente da Conferência Consultora da Política Para o Tibet [Tibet's Political Consultative Conference]. 

A decisão, ignorando o ritual religioso e a tradição historica, pretende decidir sobre as reencarnações interferindo nos procedimentos religiosos.

O atual Dalai Lama, Tenzin Gyatso, 72 anos [2008], considerado um "separatista" pelas autoridades chinesas, auto-exilou-se do Tibet em 1959 depois de escapar das autoridades chinesas empreendendo uma fuga espetacular. Mesmo exilado, ele continua sendo uma personalidade venerada que exerce enorme influência em seu país, Prêmio Nobel da Paz, contando com simpatizantes em todo mundo.

A nova lei, imposta em setembro de 2007, exclui do clero tibetano qualquer monge budista que viva fora da China e que reconheça a reencarnação tradicional dos "Buda Vivos" passando por cima dos mil "Budas vivos" do Tibet e das áreas de Sichuan, Qinghai, Gansu e Yunnan, desde 1991. 

Em 1995, as autoridades da China Cominista e o Dalai Lama escolheram reencarnações "rivais" do 10º Panchen Lama, a segunda figura mais importante da hierarquia lamaísta tibetana. 

O garoto apontado pelo Dalai Lama, na época com seis anos de idade, desapareceu por ação do Governo chinês, fato que tem provocado protestos de grupos internacionais relacionados aos direitos humanos que o denominam "o mais jovem prisioneiro político do mundo".

Sobre a sucessão do Dalai Lama, ele mesmo tem feito algumas declarações interessantes e controversas. 

Em novembro de 2007, o líder espiritual dos tinetanos revelou que seu sucessor, que é ele mesmo reencarnado, poderá nascer fora do Tibet caso ele morra fora daquele país: "Se eu morrer como refugiado, certamente e logicamente, minha reencarnação se fará fora do Tibet". 

Em dezembro do mesmo ano, outra declaração ainda mais polêmica afirma que a próxima reencarnação de Tenzin Gyatso poderá ser uma do sexo feminino.

Embora existam mulheres lamas, ou "Budas vivos", os homens predominam nesta condição.

O Dalai explicou que se o Espírito do lama desencarnado entender que sua reencarnação como mulher será proveitosa para o mundo, a escolha pelo sexo feminino pode ser feita.

Disse, ainda, que seu sucessor poderá encarnar antes de sua morte; deste modo, ele não mais viria ao mundo com Dalai Lama. 

Existe também a possibilidade do novo Dalai Lama ser escolhido pelos mestres anciãos através de um referendum, o que seria um rompimento com a tradição que dura séculos.

Os sucessores do Dalai Lama são escolhidos por um comitê de monges que encontram uma criança nascida depois da morte do Dalai, que, supõe-se, como base em vários indícios, é, de fato, a reencarnação daquele que morreu. 

A questão cresce em importância à medida em que o dalai envelhece, aproximando-se, assim, inevitavelmente, o momento de sua morte.

FONTES
Dalai Lama says successor could be a woman | Telegraph UK - publicado em 07/12/2007
Dalai Lama afirma que seu sucessor será escolhido fora do Tibet | UOL Notícias - publicado em 27/11/2007
No reincarnations without approval | NEWS AUSTRÁLIA - publicado em 23/11/2008

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