terça-feira, 26 de abril de 2022

🙏 ORAÇÕES: ENIGMA PARA A CIÊNCIA

ciência fantástica 
PUBLICAÇÃO ORIGINAL 25/10/2007 
Tradução: ERNESTO RIBEIRO 
Revisão: Lygia Cabus 
Prayer: A Challenge for Science Noetic Sciences Review, 
(Summer 1994), 30 4-9 by Rupert Sheldrake, 1994 
IN [http://www.sheldrake.org/research/morphic-resonance/prayer-a-challenge-for-science] 
Acessado em 29.04.2015
Poder da fé: na imagem, representação de Jesus na oração do Horto, pouco antes da Paixão.

Desde os tempos mais antigos, uma crença forte e penetrante na eficácia das orações – para os vivos e os mortos – reforça a noção que a consciência não é limitada ao corpo físico.

Não apenas as tradições por todo o mundo compartilham a idéia de que as orações podem de alguma forma ajudar (ou invocar ajuda de) antepassados mortos, muitas culturas por toda a história acreditaram que as orações podem ocasionar mudanças nas circunstâncias físicas da vida.

Se as orações afetam as coisas no mundo físico, seus efeitos devem ser mensuráveis e ciência deve poder investigá-lo. Há uma literatura muito dispersa sobre isso mas, quando se reúne todo o conjunto de informações, como fez Larry Dossey em seu livro recente, "Palavras que Curam" (Editora Harper, São Francisco, 1993), vemos um grande número de experiências interessantes com resultados inspiradores.

Entre 131 experiências controladas de cura baseadas em orações, mais da metade mostraram benefícios estatisticamente significativos. 

Um dos mais conhecidos é um duplo "estudo cego" (quando pelo menos uma das partes envolvidas (médico ou paciente) não tem conhecimento sobre qual o produto ou dose está sendo administrado para cada um dos participantes) - com 393 pacientes na unidade coronária do Hospital Geral de São Francisco.

Nesta experiência, 192 pacientes, escolhidos aleatoriamente, rezavam em grupos domésticos de orações e os outros, não. Os pacientes que fizeram suas preces recuperaram-se melhor e menos deles tinham morrido.

Para fazer sentido, considerando estes dados sobre a eficácia das orações, a ciência terá que mudar suas suposições subjacentes acerca da natureza da causa.

Atualmente, o (pre)conceito padrão é imóvel e puramente mecanicista – não obstante toda a conversa recente sobre a Teoria do Caos e da Complexidade (das reações químicas e psicossomáticas, provocadas pelo cérebro humano e canalizadas sobre o corpo através do esforço mental das orações ou "força de vontade").

Quando aplicada às ciências da vida, a Teoria do Caos e da Complexidade – mesmo com a ajuda de computadores, com modelos altamente sofisticados – ainda explica o mundo apenas em termos de causas mecânicas, envolvendo somente processos físicos e químicos já conhecidos.

Os dados de estudos empíricos das orações, assim como da grande literatura informando a pesquisa psi em telepatia, clarividência e psicocinese, seriamente desafiam a visão mecanicista. Algum outro agente causal, subjacente à mecânica das interações eletroquímicas, é exigido para fazer sentido aos fenômenos observados.

Pensadores holísticos geralmente dividem-se em duas categorias principais. A maioria quer ter o holismo no barato. Querem um holismo que não discorde com ciência como a conhecemos.

Em vez de explorar a possibilidade de novos fatores causais, eles preferem explicar o holismo em termos de complexidade e auto-organização de forças mecânicas convencionais, no mesmo modelo da matemática sofisticada e das últimas técnicas de computador. Nada essencialmente diferente de interações físicas e químicas é considerado para explicar as propriedades de sistemas vivos.

O outro grupo de holistas (uma minoria onde incluo Larry Dossey e eu), pensa que nisso há mais do que apenas o que nós conhecemos sobre química e física e modelos matemáticos espertos.

Minha visão é que existem outros fatores causais na natureza, processos que fazem as reais diferenças – causas na natureza que produzem tipos de efeitos que nós temos que levar em conta para entender a nossa experiência e o mundo.

Estes fatores causais são envolvidos em coisas como fenômenos paranormais, as orações e cura. O impulso inteiro de minha teoria de ressonância mórfica é dizer que existe mais na natureza do que somente as forças-padrão da Física. E  mais: estes outros agentes estão no próprio cerne, na essência da maneira como as 'coisas são organizadas na Química, na vida e na consciência.

AS ORAÇÕES E OS CAMPOS MENTAIS
Como as orações devem conciliar com a visão científica das coisas? Focalizarei em duas categorias amplas de orações: peticionária e intercessória. 

Nas orações peticionárias nós pedimos algo para nós; nas orações de intercessórias nós oramos a um poder mais alto em atenção a outras pessoas (qualquer um, vivo ou morto).

Ao orar para outras pessoas e para nós, pedimos que um poder mais alto ocasione um resultado particular. Para mim, isto é o que distingue as orações de pensar positivo.

Pensar positivo envolve nada mais que a própria mente, mas as orações peticionárias e intercessórias são postas no contexto de um poder mais alto. Para esta razão, o pensamento positivo não se assenta na categoria das orações – mesmo que seja freqüentemente confundido com elas.

Se peticionárias ou intercessórias, as orações claramente representam um desafio à visão mecanicista do mundo. De acordo com esta visão, não há (ainda) nenhum meio observar ou mensurar os pensamentos em sua cabeça – além das medições de pequenas perturbações eletroquímicas mal detectáveis, mesmo por aparelhos altamente sensíveis . Não existem meios de provar ou registrar que pensamentos possam afetar alguém nem algo numa distância remota.

Se você estava praticando o pensamento positivo ou algumas formas mais especificamente dirigidas de orações peticionárias, você podia recorrer a explicações em termos de telepatia; ou se foram pensamentos afetando objetos físicos, você talvez diga que foi psicocinese.

Mas tais explicações servem só para substituir um conjunto de explicações que permanece fora do alcance da ciência mecanicista moderna por outro conjunto de explicações.

Não há nada na ciência mecanicista nenhum espaço para admitir que meros pensamentos - dentro de minha mente - formulados e emitidos em 'modo orações nem como pensamento positivo, sejam capazes de afetar coisas à distância. Simplesmente não pode acontecer.

A chave para entender a reza como um fenômeno científico exige, em meu ponto de vista, escapar da idéia da mente como alguma coisa dentro do cérebro. 

Se pensamos que nossas mentes são confinadas aos nossos cérebros – o senso comum – então o que se passa em nosso cérebro ocorre na privacidade e isolamento do próprio crânio e não pode afetar ninguém mais.

No entanto, eu vejo mentes como um campo (um espaço ou plano existencial) na natureza (parte de minha visão geral de campos mórficos) e vejo campos mentais como a base para padrões habituais de pensamento.

Campos mentais vão além; conectam-se através do cérebro e interagem com os padrões eletromagnéticos no cérebro. Campos mentais assim podem afetar os nossos corpos pelos nossos cérebros. No entanto, eles são muito mais extensos que os nossos cérebros, alcançando grandes distâncias em alguns casos.

Tão logo nós temos idéia que a mente pode estar em manifestação em campos mentais, (que a mente pode ser um campo energético) atuando sobre grandes distâncias, nós temos um meio de conexão através do qual o poder das orações poderia funcionar.

Então, não estamos mais lidando com um sistema puramente mecânico no cérebro, com  algum meio convencional ou conhecido de  ligar o cérebro ao efeito observado. 

Explicar a mente como um fenômeno meramente mecânico é insuficiente para explicar o fenômeno das orações eficientes. Todavia, este fenômeno foi verificado e não pode ser completamente atribuído à mera coincidência.

Com um campo mental, no entanto, nós temos um meio para uma série inteira de conexões entre nós e as pessoas, animais e lugares que conhecemos e com quem nos preocupamos – aliás, com o resto do mundo. Quando oramos, esses campos mentais estendidos seriam o contexto, o meio - o modo - pelo qual as orações podem funcionar não-localmente.

MENTE NÃO-LOCALIZADA
Claramente, isto não se eleva a uma teoria científica das orações plenamente articulada; isto é altamente especulativo. Mas, acredito, está também muito claro que necessitamos ter uma visão muito mais ampla de como a mente é estendida além do cérebro.

Necessitamos uma teoria daquilo que eu chamo "mente estendida" ao contrário da visão científica convencional da "mente contraída" dentro do crânio. Esta visão de uma mente contraída veio de Descartes, no século 17.

É um modelo de consciência que separa nossas mentes do mundo inteiro ao redor de nós numa região pequena no cérebro – um modelo da mente que simplesmente contradiz toda a experiência direta.

Por exemplo, quando vê esta página na sua frente, você a percebe como isto existe fora de você, não dentro do seu cérebro. Dizer que esta e todas as suas outras percepções são localizadas no seu cérebro é uma teoria, não uma experiência.

É importante, no entanto, não contemplar a mente estendida como algum campo amorfo, uma espécie não-diferenciada de Mente Universal. Eu não penso que nós devemos fazer um grande salto do conceito de uma mente contraída para uma mente universal ilimitada. Tal salto não é útil cientificamente.

Minha idéia de campos mórficos é que mesmo que sejam estendidos e não-locais em seus efeitos, eles ainda são partes de nossas mentes individuais e coletivas; mas não para ser igualada a alguma definitiva Mente Universal.

OS CAMPOS MÓRFICOS NÃO SÃO DEUS. São não-locais no sentido que eles podem se estender por distâncias imensas (como fazem, por exemplo, campos gravitacionais), de modo que se orávamos sobre alguém na Austrália de minha casa, em Londres, o campo mórfico carregaria a informação e as orações poderiam funcionar.

Mas meu campo mental normalmente não se estenderia até Marte, por exemplo, porque não há nada para me ligar a alguém naquele planeta. Se eu conhecesse alguém que tivesse viajado até lá numa espaçonave, então haveria um elo.

Para campos mórficos terem uma conexão mental, eu acredito que tem que haver algo que o liga à outra pessoa. Ainda que você nunca encontrasse a outra pessoa, eu acredito que somente saber seu nome ou algo sobre ela pode ser o bastante para estabelecer uma conexão, embora esta conexão possa ser mais fraca que entre as pessoas que não se conhecem profundamente.

Você pode imaginar algo assim: quando duas pessoas fazem contato e estabelecem alguma conexão mental (talvez experimentado como afeto, amor, mesmo ódio) seus campos de mórficos de fato tornam-se parte de um campo inclusivo maior. 

Então, se eles se separam um do outro, é como se suas porções particulares dos campos mórficos sejam esticadas elasticamente, de modo que aí permaneça uma "tensão mental" ou elo entre eles. Há algo assim que relaciona as duas pessoas.

INTERAÇÃO DE CAMPOS MÓRFICOS
Campos mórficos são organizados em hierarquias de nested (aninhamentos) ou nichos. Por exemplo, há campos mórficos cercando os átomos nos nossos corpos, que estão dentro dos campos mórficos em planos mais altos de moléculas, organelas, células, órgãos e membros, tudo que existe dentro do campo mórfico associado com o corpo inteiro.

O campo de corpo, em volta, alcançaria o campo de relacionamentos que constitui uma família, dentro de um grupo social maior. 

As sociedades, em volta, são encerradas em ecossistemas e os ecossistemas dentro do sistema planetário da Terra, ou "Gaia". E por extrapolação, nós poderíamos conceber uma série de campos mórficos de nested — ou nichos dimensionais, até  alcançarmos algo além do planeta, do sistema solar e dos limites galácticos até incluir o universo inteiro.

Mesmo o campo de espaço-tempo de gravitação de Einstein é um campo cósmico universal segurando tudo junto e a ligar o universo inteiro; aliás, fazendo-o um universo. 

Vale a mesma coisa para com a Alma Mundial ou Anima Mundi da filosofia neo-platônica. Cinge o cosmos inteiro. Há níveis sobre níveis de campos mórficos dentro de campos, dentro de quais nós estamos inclusos.

A vida humana está relacionada com campos vastamente maiores de organização. Sobre que grau eles estão conscientes, isto ainda permanece no reino da especulação.

Mas supondo que campos de níveis mais altos não são menos, e sim provavelmente mais conscientes do que nós, penso que eles são mais cientes, não simplesmente porque são maiores em tamanho, mas porque são mais inclusivos; contêm mais complexidade e isto inclui mais possibilidades.

Creio que essa é uma maneira de interpretar doutrinas tradicionais sobre inteligências super-humanas ou inteligências cósmicas. A teologia cristã menciona uma hierarquia de seres chamados anjos. A palavra "anjo" normalmente remete à imagem de um jovem bonito com asas; mas isso é simplesmente uma representação pictórica.

A doutrina tradicional por trás dessa imagem, no entanto, é de uma inteligência super-humana ou supra-humana. E se o sistema solar e a galáxia têm inteligência, então talvez seja a de um anjo e de um arcanjo.

Em algumas doutrinas cristãs tradicionais há, por exemplo, nove hierarquias de anjos ou níveis de inteligência. Ou seja, o Ser angélico seria, mais explicitamente - equivalente a inteligências, mentes ou organizações de campos em níveis diferentes de complexidade. Os anjos galácticos, por exemplo, cingiriam ou incluiriam sistemas solares e seus planetas.

Esta é a descrição de um cosmos estruturado em diferentes níveis de inteligência e que descreve a consciência como algo que emergiu de matéria inconsciente (ou latente). Mas a Inteligência consciente já existia virtualmente, em potência - para começar com alguma coisa.

O lugar para procurar por isto não será em átomos nem em quantum (embora é possível que haja algum tipo de consciência aí), mas em sistemas solares e galáxias e no Cosmo inteiro. 

É possível que por trás da organização cósmica estejam atuando diferentes níveis de campos mentais, diferentes tipos de campos de manifestação da Inteligência. Todas as doutrinas tradicionais que eu conheço reconheceram algo desse tipo.

Notas & Referências
1. Para uma conversa estendida destas teorias, ver R. Sheldrake, Uma Nova Ciência de Vida: A Hipótese de Causa Formativa (Tarcher, 1981), e A Presença do Passado: Ressonância Mórfica e os Hábitos da Natureza (Vindima, 1988).
2. ATENÇÃO: Este texto é uma tradução original, sem tradutor Google, revista, corrigida e destina-se unicamente à pesquisa. Não reflete a opinião pessoal da editoria deste Blog.

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