segunda-feira, 29 de junho de 2009

A Última Performance de Jacko



A morte de Michael Jackson pode se tornar o mais glorioso adeus de toda a história do show business. Por muito pouco rei do Pop não reviveu para morrer no O2 Arena, em Londres, em frente a milhares de pessoas e de câmeras de televisão. Faltavam 18 dias para o retorno triunfante, marcado para 13 de julho.

Todos esperavam que o ícone da música se erguesse de sua cadeira de rodas, deixasse seus infortúnios para trás e brindasse à vida, junto aos fãns, com aquele que seria o melhor show da Terra. Os ingressos foram vendidos rapidamente.

Cinquenta apresentações foram agendadas, ao invés das 10, inicialmente planejadas. O astro, abatido por reveses da sorte que infernizaram suas vida nos últimos 15 a 20 anos! não suportou a pressão da expectativa em torno de sua volta aos palcos. Pressão do público, pressão da produção, dos empresários, dos meios de comunicação. A exigência do sucesso implícita; e ameaçadora.

Michael Jackson morreu. De nervoso, de medo, de horror. Jackson já estava morendo antes mesmo de fechar o contrato dos shows. Doença no pulmão, cancer de pele, vitiligo, infecção por estafilococos, dores crônicas. Nessas condições, programar um retorno espetacular à cena pop foi como decretar a própria sentença de morte. As companhias de seguro sabiam de tudo isso e discutiram o assunto, a saúde de Jacko, para firmar seus acordos. Por que, ó raios! dadas as condições de saúde geral do artista essa série de shows foi organizada?

A reportagem do escandaloso jornal russo Pravda especula na manchete: Michael Jackson tinha Planejado Sua Morte? Talvez ele apenas tenha morrido antes do que planejava. Pode ser uma das primeiras entre as inúmeras lendas que ainda serão contadas sobre ele. Sim! Ele pode ter concordado com esses shows como quem planeja um suicídio [ou concorda em se suicidar] em público, em rede mundial.

Ele gostava de shows grandiosos, fantásticos, inequecíveis! Sua morte quase chegou uma ser performance artística histórica. Um deslumbrante morrer no palco. Este já foi um desejo e um destino para muitos artistas: morrer sob os holofotes. Pode não ter saído como planejado mas o mundo parou com a notícia de sua morte. E o show de Jacko continua, com o choro das multidões e a previsível corrida às lojas em busca de seus CDs e DVDs.

Sobre ele escreverão livros, farão filmes, lançarão músicas inéditas que o artista produziu em seus anos de ostracismo e, finalmente, aquele que que já era mito, mais consolidado ficará em sua mitologia. E o mundo vai falar de Michael Jackson, quem sabe, por centenas de anos.

Fonte: Michael Jackson was planning his death
In Pravda English ─ publicado em 28/06/2009


Turismo de Morte!


Ser Aborígene: trabalho duro na indústria do turismo


Desde o seu surgimento [entre os séculos XVII e XIX, coincidindo com a Revolução Industrial], a indústria do Turismo só fez crescer. Em números contábeis e em modalidades, em produtos oferecidos.

O turismo histórico, religioso, terapeutico ou o turismo do meramente exótico hoje dividem preferências com atrações das mais estranhas, do desconfortável ao essencialmente mórbido. Hoje temos o turismo ecológico, as trilhas, florestas, montanhas, corredeiras, cavernas etc. com seus terrenos lamascentos, frio, calor, umidade, insetos rasteiros e voadores.

Nesta pós-modernidade, o tédio-preguiçoso humano [com tudo, com os outros e consigo mesmo] tornou-se tão monstruosamente esmagador que até pagar para sofrer parece mais atraente e do que se reinventar e reinventar o dia a dia.

Todos os anos, milhares de pessoas contratam as excursões entre perigosas e sado-masoquistas. Os milionários russos pagam rindo 12 mil dólares para visitar o Pólo Norte e serem impedidos pelos guias de se atirarem nas águas mortalmente gélidas. Mas é preciso fornecer uma piscina, no deck no navio quebra-gelo, cheia da mortalmente gélida água do ártico para que os clientes possam ter a sensação de quase morte por hiportemia. Depois eles tiram fotos fazendo pose ao lado do quebra-gelo.

Um passeio mais em conta é o roteiro na Taiga siberiana. Cento e cinquenta dólares por dia pela oportunidade única de passar o tempo todo caminhando, comendo raízes, nozes e frutinhas silvestres. [Francamente, compra logo um açoite e se chicoteia! Ajoelha no milho. Custa bem menos. Poderiam ser criados espaços turísticos como chicotódromos, milhódromos ou tanqueódromos, para quem quiser lavar uma trouxa de roupa num tanque de cimento em cenário de cortiço! Meditemos...].

Para os que gostam de desgraça, existe o Dark Tourism [o Turismo das Trevas]. Atende ao gosto daqueles que apreciam ver de perto [se possível, ainda com sinais do sinistro] os locais onde ocorreram grandes catástrofes nas quais morreram muitas e muitas pessoas. É o caso da visita ao World Trade Center ou ao memorial que está no lugar das Torres Gêmeas, destruídas por um ataque terrorista em 2001. Outros destinos ultimamente cobiçados pelo público-urubu são: Nova Orleans, por causa das ruínas deixadas pelo furacão Katrina e a Tailândia, paisagem devastada pela Tsunami.


Essa faixa de mercado tem sido tão procurada que empresários do Turismo não hesitam em fabricar o produto caso ele não exista mais. É o caso da aldeia de Canibais de Kalimantan, os caçadores de cabeças da Indonésia. Ali o turista encontra legítimos! aborígenes que mostram seu artesanato [cabeças humanas reduzidas] e contam com detalhes o segredo milenar do processos de fazer um cabeção virar uma cabecinha. Também oferecem lembrancinhas feitas com partes dos corpos de seus inimigos.

Quando os turistas vão embora, o chefe da tribo entra em sua cabana e começa a vestir sua calça jeans, sua Tshirt. Os óculos escuros, lógico, estão logo ali... Os canibais são apenas um show. Os Caçadores-encolhedores de Cabeças não existem mais de 1861. A tribo foi completamente civilizada e treinada para ganhar seu sustento vendendo a representação dos antigos e bárbaros costumes de seus ancestrais. As lembrancinhas são feitas com ossos de suínos. Depois da "função", na vida real, eles comem sanduiche com batata de saquinho, tomam coca-cola, leite em pó e compram chaveiros fosforescentes que apitam em lojas de miudezas.

In Pravda English - publicado em 26/06/2009



sábado, 27 de junho de 2009

Michael Jackson



Eu que não me ligo, em assistir nenhum cantor contemporâneo ou pós-moderno, não importa o gênero, estilo ou nacionalidade. Muito menos em local público, especialmente local aberto. Mas abri uma exceção: estava com viagem marcada para Londres em 1010 e por uma dessas conjuções da vida consegui um dos poucos convites-cortesia para um dos shows. E nesse show, claro, eu ia! Mas ele morreu.

Durante sua vida, apesar do talento espetacular, a arte ficava de lado nas manchetes para dar lugar ao falatório sobre a vida particular do astro: seus gostos, seus hábitos, sua infância, sua saúde, sua sexualidade, suas excentricidades, sim! Sobretudo, excentricidades e quem sabe, escâdalos! que vendem bem! Dentre as esquisitices de Jacko, uma das mais [mal] faladas era o [suposto] fato dele querer ficar branco. Ridículo!

Ele jamais perdeu a postura de negro. Não perdeu porque não quis. Ele jamais deixou de se considerar um negro e, no entanto, os analistas de superfícies não notaram isso! Ninguém sequer analisou que ele ao se "pintar" de branco fez o maior, o mais contundente e mais importante manifesto conta o racismo de todos os tempos.

Realmente os jornalistas, os estudiosos do comportamento humano, psiquiatras, psicólogos e todos os outros que se dizem conhecedores do assunto não conseguiram atingir o universo de Michael Jackson. Nem mesmo as maiores autoridade em semiótica lograram perceber o quanto ele foi brilhante e militante ativo, até mesmo agressivo em nome da própria cor.

Foi um filho desprotegido, um artista que só teve êxito porque era totalmente impossível negarem isso a ele. Na cena da hipocrisia instituída, inúmeras pessoas do mundo da música que diziam gostar dele, na verdade jamais se conformaram com o seu sucesso.

O que a imprensa chamou de declínio na carreira também não faz sentido. Não é lógico. Michael Jackson alcançou um patamar de realizações artísticas que, há muito, tornaram-no imune a declínios. Em qualquer lugar do mundo onde ele fosse, os midia entrariam em alvoroço, uma multidão estaria pronta para assistí-lo, homenageá-lo, adorá-lo como somente acontece com os verdadeiro Ídolos.

Das 50 apresentações que programou em Londres, em um local que comporta quase duas mil pessoas e o ingresso mais barato custava 500, [chegando a 2 mil dólares, o mais caro] todos os ingressos foram vendidos em meia hora, sendo que 80% via Internet para mais de 100 Países. Senhoras e Senhores, isto sim podemos chamar de SUCESSO. por Eduardo Cabús


quinta-feira, 25 de junho de 2009

Os Segredos da Matéria Escura



Inauguração do Sanford Underground Science and Engineering Laboratory


Sioux Falls [USA] ─ Nos subterrâneos de Black Hills, South Dakota [Colinas Negras ─ Dakota do Sul], a uma profundidade equivalente a mais seis edifícios Empire States empilhados, abaixo do era uma grande mina [2,4 km] foi instalado um laboratório: Sanford Underground Science and Engineering Laboratory, especialmente equipado para cientistas investigarem as misteriosas partículas conhecidas como matéria escura. A mina é a mesma onde, no passado, o pesquisador Alfred Nobel [1833-1896, químico e inventor sueco] realizou muitas de suas pesquisas.



Essas profundezas são o lugar ideal para o tipo de experimentos aos quais se destina: suficientemente protegido de modo a evitar a penetração dos raios cósmicos que interferem na pesquisa da matéria escura, essa matéria que intriga cientistas e que, acredita-se, constitui um quarto do total da massa do Universo.


A área ocupada pelo laboratório é chamada de Davis Cavern, homenagem a Ray Davis Jr., que usou o local para demonstrar a existência das partículas solares hoje conhecidas como neutrinos. Por seu trabalho, Davis e seu colega John Bahcall ganharam o Prêmio Nobel de Física em 2002.


A primeira experiência a ser feita no novo Laboratório é a Large Underground Xenos, procedimento que pretende detectar a interação fraca entre as partículas elucidando questões relacionadas ao Big Bang, a grande explosão à qual se atribui a origem do Universo.


Tom Shutt, da Case Western Reserve University, Cleveland ─ e Rick Gaitskell, da Brown University e mais uma dúzia de colaboradores serão os caçadores da Matéria Escura, que não emite luz ou radiação que possam ser dectadas até agora. Os cientistas somente suspeitaram de sua existência pelos efeitos que sua massa [da matéria escura], que interfere nas relações das forças gravitacionais da matéria visível.


Os pesquisadores dessa estranha formação cósmica acreditam que a matéria escura não contém átomos [ou não tem constituição atômica] e, por isso, não inteage com a matéria atômica por meio dos conhecidos campos de força eletromagnéticos. No Laboratório, os acadêmicos querem saber o quê é, afinal ─ a matéria escura, quanto, de fato, dessa substância pode existir no Cosmos e como tal elemento pode interferir no futuro do Universo.


Mas nem tudo é mistério sobre a matéria escura; muitos arriscam opiniões ousadas. Físicos especulam que sem a matéria escura as galáxias jamais poderiam ter-se formado. O estudo da matéria escura pretende, também, esclarecer de uma vez se o Universo está se expandindo pela Eternidade ou se alcançará um limite de extensão e entrará em processo de contração [que deverá unificar tudo o que existe em um único corpo].


O Laboratório também investigará as partículas-fantasma [neutrinos] com o objetivo de capturá-las em tanques de 300 kg de Xenônio líquido [Xe ─ elemento químico classificado entre os gases nobres em seu estado natural, descoberto em 1898] substância fria, três vezes mais pesada que a água. Outros dois laboratórios semelhantes, subterrâneos, se o governo liberar a verba, podem ser construídos a partir de 2012 para estejam prontos para operar em 2016. Esses projetos devem custar 550 milhões de dólares.


Link Relacionado: Antimatéria e Universo Fantasma
Fonte: LAMMERS, Dirk. Work begins on world's deepest underground lab
IN NewsYahoo/AP ─ publicado em 22/6/2009



Theodora & A Reencarnação


Theodora [500-548], santa da Igreja Cristã Católica Ortodoxa; seu dia é 14 de novembro. Nascida na ilha de Creta [ou na Síria ou em Paphlagonia, ou na costa do Mar Negro, como preferem alguns historiadores], ela foi atriz de comédias, cortesã, teve inúmeros amantes, entre eles, um certo Hecébolo, governador de Pentápolis, pai de seu único filho. Era mal vista e mal falada na sociedade da época até que, em 523, casou-se com Justiniano [483-565].

Quando Justiniano ascendeu ao trono tornando-se imperador Justiniano I, Teodora tornou-se imperatriz. Foi uma consorte ativa tomando parte nos negócios do governo. Defendia o direito das mulheres à herança e posse de propriedades; direito ao aborto, compensações em caso de divórcio; condenou os assassinatos de mulheres acusadas de adultério. É considerada a mulher mais influente do Império Bizantino.

Porém, entre os feitos políticos de Teodora destaca-se sua curiosa intervenção no Segundo Concílio de Constantinopla ─ 5º Concílio Ecumênico das Igrejas Cristãs: Ortodoxa do Oriente, Católica Romana e outros grupos [seitas] cristãos ocidentais. Aconteceu entre maio e junho de 553 e foi convocado pelo imperador Justiniano e presidido pelo Patriarca de Constantinopla, Eutychius [512-582].

Entre os graves assuntos que, naqueles concílios eram discutidos entre berros, tapas e safanões, naquele Segundo Concílio de Constantinopla, estavam na pauta movimentos cismáticos [de divisão] dentro do Cristianismo como: o Nestorianismo

Os Nestorianos defendiam a da União Hipostática [na pessoa de Cristo] ou seja, que no Ser de Jesus Cristo coexistiam duas Naturezas: humana e divina. Além disso, questionavam a maternidade virgem, a Imaculada Conceição, de Maria: ela teria dado à luz somente ao suporte físico, humano do Messias. Eram idéias de Nestorius [386-451], que foi Arcebispo de Constantinopla.

Em meio a temas tão complexos, Teodora preocupava-se com uma questão muito específica. A reencarnação: Teodora não gostava da doutrina da reencarnação e menos ainda da Lei do Carma que acompanha essa doutrina; porque a estadista poderosa tinha um passado obscuro. 

Ao se tornar imperatriz, Teodora abusou de seus poderes: mandou matar centenas de mulheres. Cortesãs, escravas, prostitutas sacerdotisas do paganismo que considerava rivais ou potencialmente perigosas para sua nova posição.

Depois de se aprofundar nos estudos religiosos, Teodora ficou com medo. Tinha pavor de reencarnar em circunstância penosa, como escrava negra, por exemplo. Para resolver o problema, resolveu interferir neste ponto da doutrina cristã. 

Pediu ao marido imperador que providenciasse a legitimação de uma teologia que negasse a reencarnação acreditando que, assim, jamais teria de prestar contas à maldita Lei do Carma. Não haveria mais reencarnação. 

O pecador seria purificado de seus erros com o perdão da Extrema Unção, pela confissão e nos casos muito graves, passaria uma temporada em um purgatório e depois teria passagem livre no Paraíso. Reencarnação, nunca mais! Teodora não queria; Teodora proibiu!

FONTES 
PROPHET, Mark. L.. Summit University Press, 1997
The Answer You're Looking for Is Inside You: A Commonsense Guide to Spiritual Growth. GOOGLE BOOKS.
(Visualizção) p 82 https://goo.gl/4yPK4x
Reincarnation: The Church's Biggest Lie 
https://www.facts-are-facts.com/article/reincarnation-the-churchs-biggest-lie
SEM DATA

quarta-feira, 24 de junho de 2009

A Catedral dos Crânios de Otranto




Itália ─ Em 28 de julho de 1480, uma esquadra de 70 a 200 navios Otomanos [muçulmanos] chegaram a Otranto, cidade litorânea, costa da penísula de Salento de Otranto, sudeste do país. Naquele tempo, Otranto era parte do reino de Nápoles. Aquilo ainda era o começo das investidas otomanas [1453-1683] no território europeu. Era o início da Idade Moderna, marcada pela queda de Constatinopla [1453] sob as forças de Mohammed II.

Naquela invasão a Otranto, a guarnição militar e oscidadãos refugiaram-se no Castelo de Otranto mas ali não havia recursos de defesa. Foram capturados. Os soldados e seus comandantes foram mortos. Em 12 de agosto daquele ano [1480] os cidadãos, sobreviventes, foram levados pelos muçulmanos ao Campo de Minerva, hoje chamado Campo do Mártires. Ali foram decapitados, um a um, oitocentas pessoas que recusaram renunciar à fé cristã-católica. Mais tarde, os restos mortais desses mártires foram levados para a catedral da cidade e preservados em aquários, paredes de vidro que circundam o altar. É a lembrança macabra dos 800 mártires de Otranto.


Fonte: The Skull Cathedral of Otranto: Where the Bones of 800 Martyrs Adorn the Walls
In Enviromental Graffiti ─ publicado em 23/06/2009