segunda-feira, 30 de março de 2009

Santa Indolência! Você Paga, o Computador Reza



Information Age Prayer é um site que oferece serviço de "terceirização eletrônica" da prece. Sim! O pacote standard, "prato feito" com três orações por dia, escolhidas pelo cliente, durante um mês custa 4 dólares e 95 centavos! A empresa garante: "Nós utilizamos a voz de um sintetizador configurada para falar com arte [?] a oração no volume e velocidade equivalente ao desempenho típico de uma pessoa rezando. Cada cliente tem uma voz, exclusiva e seu nome aparece na tela." Os preços variam de acordo com a duração da prece um ─ Pai-Nosso demora mais que uma Ave Maria...

Bill Christensen, que escreveu esta nota na Live Science online não resistiu e comentou: "Estou fascinado pela interação entre religião e tecnologia... [Poderia ser como em uma obra de ficção científica] ...Por exemplo, se uma máquina pode rezar por você por que não um Papa robô ou robô Papa e padres robôs?".

Em 1971, Robert Silverberg escreveu Good News From Vatican, contando a história de um cardeal robô que poderia, um dia, ser Papa:
Rabi Mueller tirou os óculos de sol... "Eu posso dizer a você que sua Eminência é elevado e distinto, tem uma voz refinada e um sorriso gentil...

Mas ele tem rodas, não é?

Rolamentos! Ele tem rolamentos. Como um trator; mas eu não acho que os rolamentos sejam espiritualmente inferiores
aos pés...

Francamente, pelos trapos de dignidade que ainda podemos esperar do senso de inteligência da espécie humana, este editor/tradutor espera que a empresa, a Information Age Prayer vá à falência. Eu visitei o site: eles rezam para católicos, protestantes, judeus, para os malas dos muçulmanos, para pessoas sem religião específica e outras que, suponho, sejam budistas, hinduístas, zoroastrianos etc.. O site ainda informa que 10% da renda obtida com as orações será revertida para a caridade.

Tem reza para vida financeira; frases de auto-ajuda repetidas três vezes a cada sessão, e exemplifica: "Eu sou saudável e feliz" "Eu tenho controle dos meus pensamentos". E ainda, reza para cura de doença, pela paz mundial, pelas "suas" crianças, as populares Pai Nosso e Ave Maria além de outros "pacotes" para judeus e protestantes. A promoção das promoções recomenda: "Mostre a Deus que você é sério! Adquira o pacote completo do Rosário.

[Creio, próximo passo será dado no Brasil ou no México: o despacho virtual.] Como pesquisador ocultista e ajudante de faxineiro de ashram eu devo esclarecer aos leitores: é fria. Sabe, essa coisa da reza, bien, não é assim que funciona. Meditemos...


FONTE: You Pay, Computer Prays For You. CHRISTENSEN, Bill.
In Live Science publicado em 25/03/2007



terça-feira, 24 de março de 2009

Maconha: o Pastor, As Ovelhas & A Erva!


─ Que diabo você está fazendo, homem!? Fumando a erva em um quadrinho que vai ser lido por crianças!
─ Felizmente as crianças podem contar comigo como modelo de comportamento civilizado!
IN Seamour Sheep

Com o título While a shepherd watched his flock by night... [algo como: Enquanto o Pastor Vigia Suas Ovelhas na Solitária Noite...] ─ foi publicada, na Itália, a notícia de um precedente jurídico ─ uma jurisprudência que foi estabelecida ─ pela tolerância ao uso da maconha para fins "recreativos".

O caso se deu com um pastor de ovelhas, 45 anos, detido depois de ser flagrado com 38 gramas da erva quando voltava da temporada de pastoreio com seu rebanho nas montanhas de Alto Adige, extremo norte do país. Giorgio D. foi preso quando a polícia achou o "bagulho" em seu carro. 

Foi condenado em primeira instância mas apelou da sentença. A Corte reconsiderou a decisão depois ouvir atentamente a justificativa do acusado: ele fumava sozinho; ele e as ovelhas em longas e solitárias noites. As ovelhas digerindo capim; o pastor carburando "chá"...

Não é a primeira vez que uma corte de justiça italiana "sorri com indulgência" para o consumo da marijuana em contextos "incomuns". 

Em julho de 2008 aceitou a alegação do rastafari Guiuseppe G.: a ganja era usada para fins religiosos! Seu papel era proporcionar o estado psico-físico mais adequado à prece contemplativa. O rastafari abriu a Bíblia e fundamentou:

"Acreditamos que a erva é sagrada. Ela cresceu sobre o túmulo de Salomão e ali absorveu a capacidade de transmitir a proverbial sabedoria daquele rei". 

O rastafari está certo: se os adeptos do Santo Daime podem tomar aquele chá-vomitório de cipó alucinógeno, se qualquer perua pode comprar uma caixa de Lexotan e ficar zen, por que cargas d'água não pode o rastafari queimar seu fuminho no santo sossego do seu lar? Meditemos..............§

FONTE:  
While a shepherd watched his flock by night... POPHAM, Peter, Roma.
IN Independent/UK ─ publicado em 20/03/2009

sábado, 21 de março de 2009

Jesus Nasceu na Ucrânia⁉

O Jesus da reconstrução forense, manchete mundial em 2001, cara de parente do presidente Lula [Brasil, 2009]. A Virgem Maria e o menino Jesus, chineses. Esq.: Jesus negro e rastafari.

ATUALIZAÇÃO DESTA MATÉRIA
22 de Março de 2022
De acordo com as "pesquisas" de Valery Bebik, autor da teoria aqui exposta, o país abriga outros segredos "históricos": além de Buda, Cristo, Genghis Khan também era ucraniano. 

O reformulador da identidade e história antiga ucraniana tem outras "revelações" em seu currículo tais como: a antiga Tróia foi fundadas pelos habitantes de Troyeshchyna, (atualmente, região metropolitana de Kiev); a capital da Líbia teria sido estabelecida pelos Trypillians (uma cultura antiga, hoje uma vila moderna perto de Kiev, onde seu primeiro assentamento foi descoberto) e os fundadores de Roma, Rômulo e Remo, seriam nativos da cidade ucraniana de Romny.

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Mais de dois mil anos se passaram desde que as sementes do cristianismo foram lançadas na Judéia e, até hoje, Jesus Cristo é, provavelmente, a personagem histórica mais polêmica de todos os tempos. 

Sobre ele, milhares de livros foram escritos, sua biografia é questionada em numerosas hipóteses e dele já disseram que não era judeu; que sobreviveu à crucificação porque era um iogue e terminou seus dias em Srinagar, Índia; ou que teria migrado e morrido no Japão!

Que seu pai era um soldado romano-alemão! Que era negro; que encarnou na América pré-colombiana como Quetzalcoalt; que encarnou na Etiópia como Haile Selassiê, ídolo dos rastafaris; que vive hoje, no Brasil [nascido em Indaial, Santa Catarina, 1948]! e tem site na internet [INRI CRISTO, O Emissário do Pai]; ou que vive na Rússia, e também este Cristo russo tem site na internet e, finalmente, há os que tentam provar que ele nunca existiu!

Não é o bastante para a fome de um Cristo, um Salvador, que se alastra em todo o planeta. 

Agora (2009), o cientista político ucraniano Valery Bebik anuncia: Jesus Cristo era ucraniano! E também Sidarta Gautama ─ o Buda Sakyamuni ─ e os antepassados mais remotos dos egípicios. Todos ucranianos! Em artigo publicado no jornal The Voice of Ukraine, Bebik expõe sua teoria:

É completamente possível que Buda tenha pertencido à nação dos Budins, na Cítia, um povo que viveu no território da Antiga Ucrânia entre os séculos I e II antes de Cristo. O designação Budin ainda existe, preservada em alguns povoados do país, como Seredina-Buda. Do ponto de vista étnico, Buda [Sidarta Gautama] era um ariano cítio, um membro da tribo dos Budin. Os descendentes desta tribo ainda existem nas regiões de Sumsky e Chernigov, na Ucrânia e nas terras vizinhas da Bielorrússia e Rússia.

O pesquisador pretende provar que a Ucrânia tem um papel histórico extraordinário e não reconhecido: forneceu à Humanidade personalidades que propiciaram a iluminação espiritual ─ profetas, filósofos e líderes religiosos de projeção mundial. Além disso, Bebik reivindica para a Ucrânia a origem de grandes civilizações: Egito e Grécia. 

Ele explica ou tenta explicar:
O nome do maior templo egípcio, Het-ka-Ptah [Casa da Alma de Ptah] tem uma fonética muito semelhante às palavras ucranianas hata e ptaha, que significam, respectivamente, "casa" e pássaro" ─ sendo "pássaro" uma alegoria para"alma". 

As pinturas nas pirâmides egípcias mostram rainhas louras! de olhos azuis! ─ como as mulheres ucranianas. [Este editor tem de olhar de novo e com lente de aumento essas tais pinturas egípcias. Vou buscar minha enciclopédia ilustrada!]. 

Nestas pinturas, também se encontram representações do tridente [símbolo do rei atlante e divindade grega dos mares, Poseidon]; e o tridente é um símbolo nacional ucraniano.

[E daí? O tridente também é associado ao diabo e nem por isso alguém vai achar que a Ucrânia é uma sucursal do inferno].

O cientista acrescenta, ainda, para reforçar sua teoria, que as datas bíblicas, isso incluindo os Evangelhos, são altamente questionáveis e defende que Jesus viveu 3 mil anos antes do que consta nos textos canônicos, falava idioma copta, língua próxima daquela falada pelos ucranianos antigos.

Francamente, esse senhor Bebik "forçou a mão" em sua patriótica tentativa de valorizar sua nação. 

A teoria não tem, de fato, suporte de comprovação científica em nenhum dos pontos que defende: as rainhas egípcias louras, este editor ainda está procurando e a questão da língua é mais nebulosa ainda.

Quanto ao tridente, é um signo que pertence a essa misteriosa cultura religiosa global que compartilha mitos. Aparece representado em peças arqueológicas de diferentes épocas e povos.

Para os magos ocidentais, o tridente é um objeto/figura canalizadora de poderes mágicos. Nas palavras do ocultista francês Eliphas Levi:

"[Paracelso substituía a baqueta mágica por um tridente] ...O tridente de Paracelso é um pentáculo que exprime o resumo do ternário na unidade... Ele atribuía a essa figura todas as virtudes que os cabalistas hebreus atribuem ao nome Jeová..." [LEVI, Dogma e Ritual da Alta Magia. Pensamento: 1993 - p 260].

O certo é que nos últimos cem anos, mais ou menos, o nível de desespero existencial vem se adensando na atmosfera desta civilização. Uma espécie de falência espiritual, religiosa, ontológica, está angustiando, embrutecendo e enlouquecendo a Humanidade. 

O desgaste do Vaticano, o crescimento das denominações evangélicas e do islamismo são sintomas da alma doente do homo sapiens na pós-modernidade.

Em todo o globo, multidões clamam por Jesus diante das placas e das telas de televisão dos mais estranhos "templos", todos reivindicando para si a legitimidade de falar e fazer em nome do meigo Rabi. Como se Jesus Cristo fosse complexo e precisasse de tantos "facilitadores" para "traduzir" sua doutrina.

É muito simples: esse editor não sabe que parte de "Amar a Deus sobre todas as coisas e ao próximo como a si mesmo" esta Humanidade de malditos hipócritas, covardes e preguiçosos [NÓS, NÓS MESMOS!] não entendeu... 

A prática, de fato, é difícil; mas a doutrina é muito singela. Trata-se de uma refinada combinação de muita coragem com humildade, desapego e compaixão.

Eis, então, que os historiadores procuram Jesus na Índia, no Japão, na Ucrânia; os antropólogos querem descobrir como era a cara dele; outros, ainda, pretendem esclarecer se transou ou não transou com uma tal de Maria Madalena ou a que etnia ele pertencia.

Até parece que essas informações têm alguma importância prática. Enquanto isso, ecoam as palavras dos Evangelhos que, na verdade, pouco importa quem escreveu. Importa que as palavras permaneceram e profetizam para aqueles que escutam mas não querem ouvir:

Muitos virão em meu nome, dizendo: Sou eu o Cristo. E seduzirão a muitos. Ouvireis falar de guerras... Levantar-se-á nação contra nação... haverá fome, peste [doenças] e grandes desgraças em diversos lugares... Então, se alguém vos disser: Eis, aqui está o Cristo! Ou: Ei-lo acolá!, não creiais. Porque se levantarão falsos cristos e falsos profetas. ...Eis que estais prevenidos. [Mateus, 24]
Meditemos...

FONTES 
Buddha, Jesus Christ and Ancient Egyptian were Ukrainians
http://english.pravda.ru/society/stories/12-03-2009/107229-buddha_jesus_christ_ukraine-0
In PRAVDA/ENGLISH ─ publicado em 09/03/2009
Discoverer of Newton’s Fourth Law
IN Chernayakobra. Jul 30, 2021
https://chernayakobra.ru/comedian-zelensky-discoverer-of-newtons-fourth-law/
LINKS RELACIONADOS:
https://sofadasala-noticias.blogspot.com/2008/06/tumba-de-jesus-no-japo.html

domingo, 15 de março de 2009

Maconha na Califórnia: "Salvação da Pátria"




Na Califórnia, o parlamentar Tom Ammiano propôs a legalização da maconha para que o estado possa aplicar tributação sobre as vendas da erva, uma providência que pode gerar bilhões de dólares em arrecadação. Essa injeção de recursos no caixa poderia ser a "salvação da lavoura" para as finanças debilitadas da Califórnia. Mesmo na ilegalidade, as safras de maconha geram, atualmente, 14 bilhões de dólares que passam ao largo do sitema de taxação de mercadorias; ou seja, nem um tostão desse comércio entra nos cofres do governo.

O faturamento com o cultivo da ganja supera em muito a rentabilidade o segundo produto mais lucrativo da economia rural californiana: o leite, que rende 7,3 bilhões por ano. A tributação sobre a maconha pode gerar até 1,3 bilhões anuais isso sem contar o benefício da geração/oficialização de empregos nos campos.

Tom Ammiano justifica sua proposta: "A Califórnia está passando por uma situação econômica muito ruim. O cenário é desanimador: falências, desemprego, pessoas perdendo bens hipotecados, escolas fechando ou tentando funcionar apenas 4 dias por semana... Eu acredito que com a descriminização, regulamentão e taxação da marijuana nós poderemos acertar essa conta. É uma questão de vontade política para fazer acontecer".

Em 1996, a Califórnia foi um dos primeiros estados norte-americanos a legalizar o uso médico, terapêutico da maconha. Atualmente, o comércio, nessas condições, fatura 200 milhões de dólares sujeitos à tributação. Se a lei da liberação ─ Marijuana Control, Regulation and Education Act ─ for aprovada o estado poderá controlar o produto de forma similiar ao que já acontece com o álcool, proibido para cidadãos menores de 21 anos. Isso abrirá um precedente-modelo para outros estados. Comentou Ammiano: "O país segue a Califórnia".

Em defesa da lei, juiz aposentado da Orange County Superior Court, James Gray, um antigo defensor da descriminização da maconha, argumenta que o fim da repressão, das operações de apreensão e captura de mercadoria, usuários e traficantes, prisões e processos resultaria em uma economia de 1 bilhão de dólares por ano. Mr. Gray considera, ainda: "Infelizmente, todas as sociedades, em toda a história humana, usaram substâncias entorpecentes, do tipo que altera a mente e a percepção. ...[As drogas] estão aqui para ficar".

A proposta tem seus oponentes, como John Lovell, lobista da California Peace Officers' Association: "A última coisa que precisamos é uma outra substância que altera a mente". [Que outra? Afinal a ilegalizade não torna o uso disseminado da maconha menos real!] ─ "Já temos problema suficiente com o álcool e o abuso de produtos farmacêuticos".

Joel W. Hay, professor de economia farmacêutica, que pesquisa o custo social do abuso de drogas, também discorda da legalização: "Marijuana é uma droga que oblitera o julgamento [capacidade de discernimento] das pessoas afeta as a habilidade de concentração, reação e, certamente, acaba atingindo terceiros [Oxente! Uma porrada de coisas oblitera os juízos das pessoas inclusive emoções como medo, ódio, ciúme, inveja. Meditemos...].

A polêmica está lançada, e lançada em plena seríssima crise econômica norte-americana deixando a impressão que existe um certo clima de desespero no ar. Este redator nada tem contra maconha e acha que deviam legalizar logo a "merenda", a "parada", a "doleta" e o "fininho" mas, nestas circunstências parece uma medida um tanto despudorada onde se pode ler o subtexto: Para encher os cofres do governo, para salvar a Pátria, para tirar Tio Sam da lama! ─ observemos a filosofia de Tim Maia ─ "Vale tudo!". Vender a mãe, botar a mulher na rifa e, porque não, entender que maconha não é tão ruim assim e permitir a instalação das bocas de fumo com portas abertas para a rua e serviço delivery. Meditemos, again...



FONTE: Can Marijuana Help Rescue California's Economy? por STATEMAN, Alison
In TIME ─ publicado em 13/03/2009



sábado, 14 de março de 2009

Os Últimos Zoroastrianos


Fiéis zoroastrianos: a mais antiga religião monoteísta do mundo, a religião dos magos, o culto ao fogo sagrado. IMAGEM: Templo no vilarejo de Chak Chak, Irã.

A Torre do Silêncio de Yazd: fechada por falta de recursos humanos para manutenção.

Longe da agitação de Teerã [capital do Irã]; longe dos verdejantes e frescos jardins de romãs de Isfahan [terceira maior cidade do Irã], entre os desertos de Dasht-e- Kavir e Dasht-e Lut, encontra-se a cidade de Yazd, que um dia foi o coração do império persa.

Caminhando na planície açoitada pelo vento, na cidade esquecida, uma jovem iraniana, vestindo uma roupa colorida mostra uma torre que emerge da areia. Parece um vulcão adormecido. Ela explica: "Neste lugar nós colocamos dezenas de centenas de cadáveres ao longo dos anos".

A torre funerária serve a uma antiga forma de sepultamento praticada no contexto do Zoroastrismo, a mais antiga religião monoteísta do mundo. 

Os zoroastrianos, conhecidos na Índia como Parsis deixam seus mortos a céu aberto, insepultos, expostos à decomposição resultante da ação da Natureza: o sol, a chuva, os abutres e outros rapinantes necrófilos. 

Esses cadáveres são depositados em locais apropriados, no alto das Torres do Silêncio. é uma alternativa de destino final para os corpos mortos mais ecologicamente correta que a cremação, por exemplo. Os zoroastrianos não sepultam seus mortos por reverência, respeito à Terra.

O sacerdote zoroastriano, usando sua longa túnica de algodão explica: 'A morte é uma obra de Angra Mainyu, corporificação de tudo o que é ruim enquanto a Terra é pura, é uma obra de Deus. Não devemos poluir a Terra com nossos restos mortais

Para o sacerdote, os túmulos a céu aberto realizam um ponto importante da religião de Zoroastro, que é a prática de boas ações; e com uma expressão triste comenta: "

Três mil anos depois desta prática funerária ter sido instituída no Irã, não existem, no país, zoroastrianos em número suficiente para manter a torre de Yazd aberta", "funcionando".

Hoje, quem deseja observar a tradição, tem de declarar em vida, melhor ainda, em testamento, que seu cadáver deverá ser enviado um certo subúrbio arborizado de Mumbai [antes, Bombaim] ─ Índia onde ainda está a ativa a última das Torres do Silêncio do mundo.

No salão revestido de alabastro do Templo de Zoroastro, no centro de Yazd, uns poucos adeptos acompanham a cadência de antigas orações persas. Um sacerdote segura um bastão de sândalo, aspergindo fumaça e cinzas de incenso dentro de uma urna ardente.

Os zoroastrianos usam um cordão de lã trançada: é um símbolo de fé. As rezas são pronunciadas diante do fogo, que representa pureza e sustento. Em Yazd, a chama sagrada tem estado acesa nos últimos 1.500 anos sem nunca se extinguir.

Houve um tempo em que o Zoroastrismo era a religião dominante em vasto território: de Roma à Grécia, da Índia à Rússia. Porém, depois da ascenção do Cristianismo à posição de religião oficial do Império Romano, os adeptos do Zoroastrismo foram desaparecendo.


Em Yazd, berço desta religião, somente 200 de seus 433.836 habitantes ainda praticam os ritos e a doutrina de Zoroastro. 

Esse número, tão reduzido, deve-se, principalmente, à migração e as conversões forçadas ao islamismo que, durante séculos, oprimiu [e ainda oprime] o arbítrio dos persas/iranianos.

Estima-se que em todo o mundo existam 190 mil Zoroastrianos no máximo; 124 mil, no mínimo. Embora numericamente insignificante atualmente, o Zoroastrismo e sua doutrina influenciaram fortemente o Judaísmo, o Cristianismo e o Islamismo, nos rituais, nos paramentos, nas ideias, como o dualismo entre o Bem e Mal, Deus e o Diabo, o Juízo Final.

O Zoroastrimo ensina que a Espécie Humana está destinada a evoluir rumo à perfeição do Ser. Mas a trajetória evolutiva é conturbada pelas forças do mal como o ódio, a ganância, avareza, luxúria etc.. Essas "tentações" podem ser vencidas pelo desenvolvimento de uma "boa mente" que preencha a vida com os bons pensamentos, boas palavras, boas ações.

Apesar da ameaça de completa extinção os Zoroastrianos ainda mantêm divergências fortes entre si por conta de questões como a proibição do casamento com pessoas de outra religião. 

Dezenas de milhares deixaram a Pérsia durante as incursões islâmicas no século X [anos 900 d.C.]. Encontraram refúgio na Índia sob a condição de não contrair matrimônio fora do círculo de sua fé e não promover [conversão] doutrinação pública.

Sobre "conversão", Ramiyar P. Karanjia, mestre de uma escola zoroastriana em Mumbai, Índia, esclarece: "Conversões não fazem parte de nossa religião"

Na Índia, os adeptos da fé de Zoroastro vem declinando 10% a cada década. Ainda assim permanecem como comunidade fechada, auto-isolada e que insiste em manter a proibição de casamentos entre zoroastrianos e não-zoroastrianos.

No Irã de Mohammed, muçulmano, os Zoroastrianos são aceitos, ou melhor dito, tolerados porque são considerados uma espécie de patrimônio histórico. Além disso, os iranianos, majoritariamente muçulmanos, "respeitam" o ano novo Zoroastriano: é uma boa oportunidade e boa desculpa para comprar roupas e comer doces...

FONTE: The Last of the Zoroastrians por GUZDER, Deena.

[http://www.time.com/time/world/article/0,8599,1864931,00.html]
In Time ─ publicado em 09/12/2008

sexta-feira, 13 de março de 2009

Fume Muito, Morra Logo & Ajude o Governo


TÓQUIO: Um médico japonês, cujo nome está sendo mantido em sigilo, declarou em um encontro de profissionais da saúde realizado no Ida Hospital, cidade de Kawasaki, que as pessoas devem continuar fumando porque, assim, morrem logo e ajudam o país [e o mundo!] a economizar, no futuro, as altas verbas que serão gastas com as aposentadorias.

"Está claro que os custos da previdência médico-social vão aumentar com o aumento do número de não-fumantes e com a sobrevida desta população. É melhor que as pessoas fumem muito e morram cedo!" O médico foi severamente criticado pela presidência dos hospital.

Tetsuya Yamamoto, relações públicas do hospital, naquela situação "saia justa" explicou aos midia que o médico estava sendo sarcástico, que lamenta a repercussão de uma frase casual e que ele mesmo é um fumante. 

Não adiantou: ativistas de movimentos anti-tabagismo correram a protestar, irritados, acusando o japonês de reverter o propósito da medicina ao fazer apologia de uma conduta de morte ao invés de se dedicar a salvar vidas!

No Japão, como no resto do mundo, as campanhas anti-fumo aparentemente estão funcionando, como de resto, em todo o mundo. 

O número de fumantes esta caindo: entre os homens, 39,5% abandonaram o cigarro; entre as mulheres, 12,9%. Leis municipais proíbem o cigarro em locais públicos [como no Brasil] e estuda-se a extensão da proibição para bares, restaurantes e outros lugares fechados.

Do jeito que coisa vai, logo construção civil vai ter que erguer edifícios residenciais para fumantes e edifícios residenciais para não fumantes. [A propósito, eu sou fumante e espero morrer antes que os fumantes sejam criminalizados]. Meditemos...

FONTE: Japanese doctor apologises for smoking remark 
[http://news.yahoo.com/s/afp/20090312/od_afp/healthjapansmokingsociety_20090312061629]
In Yahoo News/AFP publicado em 12/03/2009