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quinta-feira, 24 de maio de 2012

Magos de Tollán - Uma Aldeia Maia na Espanha


De acordo com o calendário maia, 21 de dezembro de 2012 encerra um ciclo de 5.125 anos. No norte de Córdoba, Espanha - um grupo de pessoas fundou uma aldeia onde eles vivem de acordo com as contas sagradas dos maias.


ESPANHA. Charbonier é uma pequena cidade ao norte de Córdoba, onde o sol quente faz de qualquer sombra, uma bênção. Há três quilômetros de Charbonier, atravessando a estrada San Marcos Sierras em uma paisagem árida, lá, está localizada a aldeia Magos de Tollán - onde vive uma população de poucas pessoas: treze mulheres, homens e crianças, de nove cães e uma fêmea cinza gato. Magos de Tollán é uma aldeia maia. Seus habitantes consideram o lugar como uma Terra Prometida.

Diante de um portão de madeira, uma casa com redes na porta, um moinho e uma piscina redonda onde algumas crianças brincam. Ao redor da casa, plantas com espinhos. Uma mulher, cerca de 50 anos de idade, recebe os visitantes com um sorriso fixo no rosto, como se tivesse sido congelado por algum tipo de magia. Usa calça comprida, uma camisa roxa e um cristal aplicado entre as sobrancelhas. Ela explica: É para marcar o terceiro olho. Eu não uso o tempo todo. Ela se apresenta como Semente, mas seu verdadeiro nome é Gladys Mabel.


Ao lado do portão, próximo a um campanário onde abriga um sino há um cartaz. Está escrito: Aldea Magos de Tollán. Outro cartaz adverte: ali, é proibido fumar, consumir alcool ou comer carne.

Outra mulher sai de uma casa feita de adobe. Chama-se Betty. Seus cabelos brancos indicam que tem uma certa idade. Ela diz que é uma avó. Tem 77 anos e está na aldeia há três meses. Ela mostra o caminho que leva a uma cozinha.

A cozinha, também construída de adobe, de barro, é um edifício haxagonal. É um espaço comunitário e está decorado com bandeiras, estátuas de Buda, calendários maias. O fogão é a lenha. Em um balcão, potes de amendoim, cenoura, beterraba e outros vegetais. E moscas, muitas moscas.


Na aldeia, os nomes não são trocados aleatoriamente, por um critério de preferência pessoal. Um orientador utiliza uma bússola maia para definir o nome maia dos habitantes. A bússola é composta de três discos giratórios.

O repórter que fez esta matéria foi submetido a essa avaliação e foi determinado que seu nome maia é Caminante del Cielo Rojo Galáctico (Caminhante do Galático Céu Roxo). Nesta vila, supostamente maia, saber o nome maia de uma pessoa é tão vital quanto saber seu tipo sanguíneo. Assim, alguns são denominados: Águia, Macaco, Guerreiro da Noite, Espelhos etc..

A comunidade, que foi fundada por um casal que vivia em Córdoba trabalhando com contabilidade, identificados formalmente somente como Claudia e Rodolfo, ambos, vivem em seu próprio tempo e tem um lema: O tempo pertence a quem é dono da própria mente. Eles decidiram que aderir ao calendário maia e abandonar a vida na cidade, suas comodidades, seus padrões de comportamento.

O ano maia adotado possui treze meses de 28 dias cada (é um calendário lunar). Cada dia tem sua energia, sua cor regente e um objetivo específico. Os nomes dos dias da semana também são diferentes. Uma segunda-feira pode ser o dia Macaco Galáctico Azul.

Os dias estão sujeitos a um padrão climático chamado Onda Encantada e, ciclos de treze dias estão submetidos a um selo ou uma assinatura galáctica, um sinal astronômico. Esses novos maias acreditam que estão vivendo em harmonia com os ciclos naturais da Terra. Para eles, o tempo é uma arte.

Os "Magos de Tollán" acreditam que o calendário oficial ocidental, com seu número irregular de dias, produz neuroses e compulsões consumistas. Os fundadores do vilarejo foram inspirados pelas idéias de um americano filho de mexicanos, José Arguelles, que começou a divulgar sua doutrina em 1987. 

Chamada Lei do Tempo, fundamenta-se em seguir as profecias de Quetzacioalt. Para seus seguidores, José Arguelles foi um mestre da Nova Era. Ele declarava-se a reencarnação de Pakal Votan chamava a si mesmo de Valum Votan. Arguelles morreu em 23 de março de 2011.

Claudia (uma das fundadoras do vilarejo) explica: Nós vivemos em uma civilização que nos desconectou dos ciclos da Natureza. Para nós, 2012 representa a recuperação de nossa consciência galáctica. É o começo de uma nova civilização, um civilização de telepatas. Nós somos os precursores dos seres humanos do próximo ciclo.

Claudia conta - ainda, que não conheceu Arguelles pessoalmente mas esteve em contato com ele através de uma experiência transcendental. Eu sonhei. Viajei para o Chile em sonho onde o encontrei.

O casal (Claudia e Rodolfo) decidiu mudar de vida há três anos (em 2009) quando ela conheceu a teoria de Arguelles. Então, sua vida na cidade tornou-se insuportável. Ela comprou o terreno, de 22 hectares, no meio do nada e mudou-se para o lugar com pouca bagagem. Não tinham água nem luz. Hoje eles têm uma casa de banhos comunitária. Fezes e urina são reutilizados como fertilizantes. Todos os recursos são medidos, controlados. Tudo é reciclado.

Todavia, o isolamento não é absoluto. Os "novos maias" vão à cidade de Charbonier com frequência. As crianças freqüentam escolas públicas. Os líderes querem que a educação seja, também, ministrada na comunidade porém, isto ainda não é possível.




A HORA BRANCA

Os Magos de Tollán meditam na Hora Branca. Não há relógios na comunidade. A Hora Branca é determinada pela cor do Sol ao alvorecer. Eles acordam ao som do sopro de uma concha cor-de-rosa. O "acordador" emite o chamado em direção aos quatro pontos cardeais. O mesmo sinal indica a hora das refeições, a hora do trabalho, a hora da caminhada pelas trilhas.

Um lugar especial foi preparado para uma meditação especial. Chama-se Cerimonial. O terreno foi limpo e aplanado. No chão há uma grande estrela feita de pedras. Os novos maias chegam em silêncio e levam cobertores. Sentam-se de frente para a montanha em posição de lotus.

VISITANTES

A comunidade recebe visitantes. Porém, os "Magos de Tollán" afirmam que estes visitantes são atraídos por uma energia telepática que somente sensibiliza as pessoas que estão preparadas para receber ensinamentos.

Os visitantes aprendem a usar o calendário maia, técnicas de construção naturais e participam de sessões de sauna. A experiência dura 13 dias. Os cursos e oficinas têm seu preço, que pode variar entre 100 pesos (Argentina. (Argentina, 25 euros ou 32 dolares em, 2012) a 700 pesos (176 euros ou 222 dólares em maio, 2012). Esta é uma das formas de sustento do vilarejo. 

Os que não podem pagar são convidados a deixar algo em trocar. Os que decidem ficar instalam-se em tendas. Aos poucos, constroem em suas casas de barro.

UM TEMPO MELHOR
 
Os Magos de Tollán acreditam que eventos dramáticos estão prestes a acontecer. São as transformações inevitáveis que vão finalizar um Tempo para que um Novo Tempo possa começar para espécie humana. Um Tempo melhor. Eles acreditam que estão cumprindo um destino planetário, assinalado no calendário maia, desprezando todos prognósticos e preocupações da atual civilização e sem nenhum compromisso com os relógios da Humanidade pós-moderna. 

FONTE: ALIVERTI, Sol. Los magos de la nueva era.
LA VOZ-CIUDADX/Spain, publicado em 22/05/2012.
[http://www.lavoz.com.ar/ciudad-equis/magos-nueva-era]