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segunda-feira, 2 de março de 2020

FEBRE HEMORRÁGICA. DOENÇA MISTERIOSA MATA ETÍOPES






















A moléstia está sendo chamada de Doença X. É desconhecida, mortal e causa febre hemorrágica. IMAGEM: Paciente do sexo masculino com febre hemorrágica da Crimeia-Congo em 1969.

ETIÓPIA. Depois de sofrer com uma praga 'bíblica de gafanhotos, a Etiópia agora enfrenta uma doença fatal semelhante à chamada febre hemorrágica da Criméia-Congo porém, a taxa de mortalidade é mais alta. 

Os sintomas incluem as palmas das mãos e globos oculares amarelados seguido de febre, sangramentos pelos olhos, nariz, boca, ânus, inchaço do corpo além de falta de apetite e insônia.


Os primeiros casos foram registrados entre 2014 e 2019 no Sudão do Sul e Uganda. Naquele período, duas mil pessoas morreram. Desta vez, porém, na Etiópia, quadro é mais grave: os etíopes estão caindo mortos sem qualquer possibilidade de socorro médico.


A doença espalhou-se nas aldeias próximas a instalações de uma empresa petrolífera - uma 'joint venture (empreendimento conjunto) entre a Chinesa POLY Group Corporation (POLY-GCL), de propriedade estatal, e o Golden Concord Group, de Hong Kong - que trabalham com a extração de gás e petróleo na Bacia de Ogaden, Somália - país vizinho que também registra casos da doença.

O morador da região, Khadar Abdi Abdullahi, 23 anos, que falou sobre sobre o assunto na cidade de Jigjiga (Etiópia) disse, em entrevista, acreditar que a causa - "São produtos tóxicos descartados pela petrolífera". Abdullahi contraiu a doença mas recebeu alta do hospital quando os médicos lhe disseram que nada mais havia a fazer. O homem morreu.

DENÚNCIAS



















Um ex-engenheiro que trabalhou durante três anos na empresa chinesa denunciou o descarte de materiais tóxicos, incluindo ácido sulfúrico, sem nenhum cuidado de contenção, em terras da região. Depois, as chuvas encarregam-se de transportar esses venenos até os mananciais de água que abastecem a população.

Um consultor do governo regional da Somália, falando sob condição de anonimato, comentou: "Existem novas doenças que nunca foram vistas antes nesta área. Sem nenhuma proteção à saúde pública, é muito claro que o Poly-GCL usa produtos químicos que são prejudiciais à saúde humana".


Hassan Ali, médico de uma clínica de saúde em Haarcad (Etiópia), afirmou que há uma correlação direta entre o número de casos relatados em cada aldeia e sua proximidade com os poços de Calub. 

Hassan ainda explicou que a maioria dos doentes não vai à clínica e, mesmo que o fizessem, o local não possui instalações para tratar ou mesmo diagnosticar quadros graves.

Além da febre que atualmente assola a região, a exposição aos produtos químicos, a médio e longo prazo, pode causar a insuficiência hepática e câncer de estômago.

Não há um número oficial de mortos e aqueles que vivem em torno de Calub são pastores predominantemente nômades, cujo contato com o governo etíope é limitado. Muitos enterram seus mortos sem informar as autoridades locais.

AUTORIDADES NEGAM TUDO
























O empreendimento, que começou na Somália, estendeu-se à Etiópia a fim de explorar os depósitos de gás descobertos na bacia oriental de Ogaden em 1970.

Enquanto o povo morre esvaindo-se em sangue, as autoridades em Adis Abeba (capital da Etiópia) negaram as alegações de uma crise ambiental e de saúde na região.

Ketsela Tadesse, diretor de licenciamento do Ministério Federal de Minas e Petróleo da Etiópia, disse que o governo não tinha conhecimento de nenhum relato de vazamento:

"Podemos enfaticamente afirmar que todos os poços de gás em Calub e em outros lugares da Bacia de Ogaden estão selados, seguros e protegidos de acordo com os padrões internacionais", disse Tadesse.

TUDO POR DINHEIRO

Evidentemente, a exploração de petróleo e gás, em si mesmas, não constitui problema. ao contrário, poderia beneficiar os dois países: Somália e Etiópia. 

A questão é o descaso dos empresários e governos com a segurança da população, praticando uma economia porca (mesquinha) no que diz respeito ao descarte de seus resíduos tóxicos em nome de uma lucratividade maior que desconsidera investimentos em meios de contenção desses venenos.

POLÊMICA ANTIGA

A exploração de petróleo e gás tem uma história longa e conturbada na bacia petrolífera de Ogaden. Tudo começou quando o ex-imperador etíope Haile Selassie resolveu abrir a exploração de petróleo para empresas estrangeiras em 1945. Manifestações em massa o forçaram a suspender o projeto.

Todavia, entre 1955 e 1991, 46 poços foram perfurados em Calub e Hilala mas nenhum foi bem sucedido. Em 2007, rebeldes da Frente Nacional de Libertação Ogaden invadiram outro campo petrolífero da China, matando 74 trabalhadores e destruindo as instalações.


O governo etíope respondeu lançando uma campanha de contra-insurgência envolvendo táticas tão brutais que a Human Rights Watch disse que se tratava de crimes contra a humanidade. Aldeias inteiras ao redor de Calub foram arrasadas.

A área permanece fortemente militarizada, com policiais e soldados patrulhando a rodovia e a zona restrita de 40 km do campo de gás.

Ismail Qamaan, 63 anos, que mora na região de Calub desde que nasceu, relatou que um caminhão grande recentemente atravessou seu bairro, derramando uma substância branca. De acordo com Ismail, as mortes aumentaram após essa ocorrência: "Eles destruíram tudo o que tínhamos - disse ele. Eles devem dar conta do que fizeram".

FONTES
After the Locust Plague ‘Disease X’ Hits Ethiopia as Villagers Die From Bleeding Eye Fever
STANGE SOUNDS, 01 de Março de 2020
https://strangesounds.org/2020/03/ethiopia-disease-x-bleeding-eye-fever-video.html
ALI, Juweria e GARDNER, Tom. The mystery sickness bringing death and dismay to eastern Ethiopia
THE GUARDIAN, 20 de Fevereiro de 2020
https://www.theguardian.com/global-development/2020/feb/20/the-mystery-sickness-bringing-death-and-dismay-to-eastern-ethiopia
FAITH, Ridler. Villagers in Ethiopia are bleeding from their noses and mouths before dropping dead as mystery sickness is blamed on toxic waste from Chinese oil drilling
DAILY MAIL/UK, 01 de março de 2020
https://www.dailymail.co.uk/news/article-8062709/Villagers-Ethiopia-bleeding-noses-mouths-dropping-dead.html
BARMAN, Sophie. 'Disease X' feared to have hit Ethiopia as dying villagers 'bleed from eyes'
DAILY STAR/UK, 29 de Fevereiro de 2020
https://www.dailystar.co.uk/news/world-news/disease-x-feared-hit-ethiopia-21601531

sexta-feira, 22 de junho de 2012

Evidências Genéticas Confirmam o Relato Bíblico Sobre a Rainha Sheba


Um mural em Aksum, típico, cujo tema pode ser visto em outros murais em toda a Etiópia, representa o encontro da rainha Sheba com o rei Salomão. FOTO: Paul Raffaele.

ETIÓPIA/UK. Uma pesquisa, publicada no American Journal of Human Genetics - Genetics, also sheds light on human migration - que trata da migração na África há 60 mil anos, revelou que a população etíope apresenta claras evidências de miscigenação com povos egípcios, sírios e israelitas.

A evidência fóssil mostra que, entre os muitos sítios arqueo-antropológicos do mundo, a Etiópia destaca-se como um dos lugares onde foram - e são - encontradas informações sobre a História da Humanidade ocidental que podem ser rastreadas mais remotamente, resgatando os tempos mais antigos. Entretanto, até hoje (2012), pouco se sabe sobre o perfil genético dos Etíopes.

As pesquisas genéticas sobre materiais fósseis humanos, além de dados sobre a evolução biológica da espécie humana, fornecem dados preciosos de natureza Histórica.

Genetics, also sheds light on human migration (a pesquisa) levou à fundamentação científica que apoia o relato bíblico sobre a rainha Sheba ou Rainha de Sabá, (como mais conhecida em língua portuguesa).

Nesta investigação, o código genético de mais de 200 indivíduos pertencentes a 10 tipos humanos etíopes e mais dois procedentes de outros países africanos foram analisados. Cerca de um milhão de caracteres genéticos de cada genoma foram analisados.

O professor Chris Tyler-Smith, do Wellcome Trust Sanger Institute, em Cambridge - UK, explicou à BBC:  

A genética pode dizer muito sobre os eventos históricos. Ao analisar a genética da Etiópia e várias outras regiões próximas constatamos que houve um fluxo gênico para a Etiópia (chegada ou introdução de diferentes tipos humanos não-nativos), provavelmente vindos do Levante (Oriente Médio) cerca de 3 mil anos atrás; e isso se encaixa perfeitamente com a história da rainha Sheba

Outro pesquisador, Luca Pagani, também do Wellcome Trust Sanger Institute, acrescentou: A evidência genética apoia a lenda da rainha Sheba.

Sarah Tishcoff, do Department of Genetics and Biology da University of Pennsylvania, comentou: 

A Etiópia é uma região onde existe grande diversidade cultural e lingüística mas, até agora, pouco é conhecido sobre esta diversidade, especialmente em termos genéticos. Este estudo elucida muito sobre a História da Antigüidade dessa região que tem um importante papel para o conhecimento de eventos remotos da migração humana.

LINKS RELACIONADOS
Os guardiães da Arca Perdida (BREVE)
MISTÉRIOS DE SALOMÃO - O Rei Voador, O Trono de Ouro e Outras Histórias (BREVE)

FONTE: 
BRIGGS, Helen. DNA clues to Queen of Sheba tale.
BBC/english, publicado em 21/06/2012.
[http://www.bbc.co.uk/news/science-environment-18526428]

sexta-feira, 2 de março de 2012

As Minas de Ouro da Rainha de Sabá

Pintura original do mural de uma igreja em Lalibela, Etiópia, a peça está agora na coleção do Museu Nacional de Adis Abeba, Etiópia.

ETIÓPIA. Em fevereiro, arqueólogos britânicos descobriram uma fabulosa quantidade de ouro. Muito além da riqueza, o achado revela um mistério bíblico e histórico: onde estavam ocultos os tesouros da famosa rainha de Sabá (ou Sheba). Segundo a Sagrada escritura judaica (o chamado Antigo Testamento), o território do reino de Sheba englobava a região onde, atualmente localizam-se o Etiópia e Iêmen.

Conta a lenda, que a rainha, impressionada com as histórias correntes sobre o rei de Israel, empreendeu uma longa viagem a fim de conhecer o monarca, considerado o mais sábio do homens sobre a Terra: Salomão. 

Isso aconteceu a cerca de 3 mil anos atrás. Seguindo o costume da época, a rainha levou valiosos presentes para o rei, entre eles, uma enorme quanridade de ouro: 4 toneladas e meia.

Recentemente, uma mina do precioso metal foi descoberta juntamente com as ruínas de um templo e um local que foi campo de batalha, no planalto de Gheralta, norte da Etiópia, local que fazia parte do territótio da rainha na Antiguidade.

Louise Schofield, arqueóloga

A arqueóloga e ex-curadora do museu britânico, chefe da expedição, Louise Schofield (foto acima) comentou: Uma das coisas que sempre amei na Arqueologia é sua associação com lendas e mitos. A descoberta das minas da rainha Sheba é extraordinária.

O primeiro indício da existência da mina foi o achado de uma estela, uma laje de pedra onde estavam espidas figuras de um sol e uma lua crescente, uma espécie de cartão de apresentação das terras de Sabá. A estela também continha uma inscrição no arcaico idioma dos sabeus, a língua falada no reino da mítica soberana.

Nas proximidades, em um monte, foram encontrados, ossadas, partes de colunas e canais de pedra finalmente esculpidos. Eram parte do templo que, ao que tudo indica, era dedicado a uma divindade lunar, típica do reino de Sheba

Embora moradores da região, mesmo nos dias atuais, ainda façam mineração de ouro em um rio, eles jamais imaginaram que estavam tão próximos das minas legendárias. Na entrada da mina, um crânio humano proporciona macabra recepção.

Sheba foi um reino poderoso. Mantinha relações comerciais com Jerusalém e com o Império romano. São famosos os incesos produzidos pelo povo de Sheba. 

Sua rainha foi imortalizada nas páginas daBíblia e do Alcorão onde sua visita a Salomão é relatada com destaque. Ali são mencionados elementos como a grande comitiva que acompanhou a governante, seus camelos carregados de especiarias e, além do ouro, pedras preciosas.

A aparência da rainha é desconhecida em seus detalhes mas certamente não era uma mulher de pele clara. Foi retratada pela imaginação dos artistas medievais bem como pelos turcos e persas. 

Sua história é conhecida em toda a África e nos países árabes. Na etiópia, sua trajetória está registrada na Bíblia copta denominada Kebra Negast.

Entre os episódios de sua vida, um dos mais conhecidos e polêmicos é sua relação amorosa com o rei Salomão, um caso que começou justamente durante a histórica visita da rainha a Israel. 

Do rei Sábio, ela teria um filho, chamado Menelik, nome que significa "filho do Sábio". Seus descendentes teriam se tornado os reis de uma dinastia da Abissínia

FONTE 
ALBERGE, Dalya. Archaeologists strike gold in quest to find Queen of Sheba's wealth.
IN Guardian/UK, publicado em 12/02/2011.
[http://www.guardian.co.uk/science/2012/feb/12/archaeologists-and-quest-for-sheba-goldmines]