segunda-feira, 13 de outubro de 2014

As Monjas Possuídas do Convento de San Plácido




ESPANHA. CIDADE DE MADRI, século XVII. Reinava Felipe IV de Austria (1605-1665), chamado 'o Grande, o 'rei Planeta. Na Calle de San Roque, nª 9 - ergue-se o convento das monjas beneditinas de San Plácido, fundado por Dona Teresa Valle de la Cerda e Alvarado. Dona Teresa tinha 'renunciado à vida mundana, como amante do poderoro cavalheiro Jerónimo de Villanueva. Nessa situação, fundou o convento e tornou-se, ela mesma, prioresa.

O prédio do convento foi construído entre 1655 e 1658. Seu arquiteto foi o 'madrilenho frei Lorenzo de San Nicolás e, naquele tempo, foi chamado de Monastério 'de la Encarnación Benita. O frade beneditino Juan Francisco García Calderón foi nomeado confessor das religiosas.

Porém, a santidade do refúgio esteve, desde, logo ameaçada quando uma noviça começou a se comportar de modo extravagante, gritando e fazendo gestos de fato, obscenos. 

Como nada pudesse explicar aquilo nem ninguém fosse capaz de contê-la, frei Garcia Calderón diagnosticou o caso como possessão pelo Maligno e submeteu a jovem a um exorcismo.



Gravura do processo da Inquisição em Toledo

Mas, ao invés de melhorar, a situação piorou. Em poucos dias, das 30 reclusas no convento de San Plácido, 26 foram igualmente 'possuídas - incluindo a prioresa fundadora, Dona Teresa Valle de la Cerda e Alvarado, aliás, uma das primeiras a ser 'contaminada pelo Mal.

Os vizinhos comentavam, diziam ter visto as monjas retorcendo-se no chão e gritando blasfêmias. Toda a Corte ficou sabendo da 'maldição e dos escândalos que se seguiram.

No convento, 'Lúcifer escolhera as 26 monjas jovens, deixando de lados quatro que eram, coincidentemente, idosas.

O confessor, diante da impotência do ritual clássico, do latim, crucifixo e água benta, acabou, no desespero, adotando um procedimento menos ortodoxo. 

Por um malabarismo do pensamento teológico, Garcia Calderón, concluiu que a única maneira de expulsar o demônio dos corpos das monjas era ter relações sexuais com elas. (Talvez isso repugnasse o demônio)

Assim, com o auxílio piedoso de outro confessor, Alonso de León, empenhou-se fervorosamente na tarefa. A estes esforços, juntaram-se três nobres que passaram a frequentar o convento a fim de aplicar a 'terapia nas religiosas. Foram eles: o Duque de Olivares, Jerónimo de Villanueva (o ex-amante da prioresa) e, finalmente, o próprio rei Felipe IV.

O monastério converteu-se, então, em cenário de orgias que tornaram-se famosas em Madrid. Famosas demais. Ao tomar conhecimento do assunto, o Santo Ofício da Igreja Católica prendeu, no cárcere da Santa Inquisição, em Toledo, os confessores e as monjas 'possuídas (incluindo a prioresa).

Possuídos ou não, ali ficaram todos durante os dois anos de processo. O Tribunal acusou frei García Calderón de pertencer a uma seita de Iluministas (Iluminatti). Ele foi condenado à prisão perpétua, em isolamento, alimentado a pão e água somente três dias por semana além de outras medidas disciplinares.

Dona Teresa Valle de la Cerda e Alvarado foi condenada à reclusão por quatro anos no convento de Santo Domingo, em Toledo. Cumprido o prazo, mostrando-se arrependida de seus pecados e graças a poderosas influências, foi-lhe permitido voltar a San Plácido e retomar sua posição de prioresa.

+ The Witches' Sabbath — O Sabá das Bruxas

FONTES
Iglesia del convento de San Plácido: Las monjas poseídas por el diablo
VIENDO MADRID, 20/08/2010
[http://www.viendomadrid.com/2009/12/convento-de-san-placido-las-monjas.html#axzz3G2pvBLTD]
La lujuriosa leyenda de las monjas endemoniadas del convento de San Plácido
ABC/Espanha, 11/10/2014
[http://www.abc.es/madrid/20141011/abci-monjas-endemoniadas-convento-201410102105.html]

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