sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Chondrocladia lyra - a Harpa Marinha Carnívora, Hermafrodita Sexuada



Chondrocladia lyra - a Harpa Marinha Carnívora, hermafrodita sexuada. Estranho, muito estranho. O "indivíduo" acima foi fotografado em seu habitat natural, no Canyon submarino de Monterey, em águas profundas californianas. FOTO: Monterey Bay Aquarium Research Institute.

USA. O estranho animal foi descoberto no ano 2000 por um robô de controle remoto pelos cientistas do Monterey Bay Aquarium Reasearch Institute, de Moss Landing - a 3,500 metros de profundidade, nas águas marinhas da baía de Monterey - Califórnia.

Não parece mas é... uma esponja. É a Chondrocladia lyra. Sua aparência é extremamente exótica, o que lhe valeu o nome de "harp sponge", porque assemelha-se a uma harpa ou, para alguns, um candelabro. Recentemente, outra excentricidade sobre esta "harpa marinha" foi revelada criatura: ela é carnívora. 

Monitoradas por câmeras de vídeos, cerca de 10 desses "indivíduos" têm sido observados ao longo de mais de uma década. O resultado do estudo foi publicado em 18 de outubro no Invertebrate Biology Journal.

Seus membros, cobertos com uma camada de tecido farpado semalhante ao velcro, fazem das Harpas armadilhas vivas que capturam pequenos crustáceos que passam por elas, arrastados por correntes de águas profundas. Uma vez aprisionados nos ramos da Harpa, os animais são envoltos em uma fina membrana e submetidos ao lento e perseverante processo de digestão da esponja carnívora.

Essas esponja não se locomovem. Vivem fixadas aos sedimentos lamacentos do fundo do mar, onde lançam suas raízes, chamadas rizóides. O número de filamentos, braços ou, ainda - palhetas, é variável: de dois até dezenas. Se não fosse um animal pequeno - a maior já encontrada tinha cerca de 36 cm de altura, seriam monstros terríveis.

Os biólogos decobriram que esponjas podem ser carnívoras há menos de 20 anos. Essas espécies vivem em águas profundas o que tornou difícil constatar essa característica da dieta. Porém, uma vez capturadas e monitoradas, elas vêm revelando seus segredos. Um deles é que a reprodução das esponjas carnívoras é sexuada. 

Ao invés de simplesmente liberar seus gametas na água cegamente, elas trocam "pacotes" de semên, os espermatóforos - entre si - o quê, implica, ainda, serem hermafroditas. Os espermatóforos ficam acondicionados nas esferas que são vistas no nas pontas das palhetas. 

O fato do material genético "masculino" ser liberado na água, no caso das Chondrocladia lyra - não significa que isso seja feito de forma aleatória mas, somente na proximidade de outro indivíduo da espécie que pode, então, capturar os pacotes e usá-los para fertilizar seus próprios óvulos. 

Ou seja, essas criaturas não desperdiçam seus gametas: têm uma percepção estratégica da condição ou circunstância ideal que torna o processo de reprodução realmente eficaz.

FONTE: OSKIN, Becky. Meat-eating sponge dines 2 miles below ocean's surface.
MSNBC, pulicado em 09/11/2012.
[http://www.msnbc.msn.com/id/49760694/ns/technology_and_science-science/#.UKaJY6AW73-]

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